segunda-feira, abril 28, 2008

Dia 50 - Bonito serviço...

Há coisa de uns dias atrás (não vou dizer quantos porque não me apetece e também porque não sei de facto de quantos dias se trata) Portugal acolheu um torneio de ténis. O ténis é um desporto que foi inventado nos finais do século XIX pelos ingleses, quando procuravam uma forma criativa de fazer gofres enquanto matavam mosquitos mesmo grandes. Bem, se calhar não foi bem assim (perguntem à wikipédia), mas o mal está feito e já não podemos fingir que o ténis não existe. Não me interpretem mal, eu até gosto de ténis, mas este desporto está pejado de coisas que não fazem muito sentido.

Comecemos pelo sistema de pontos (eu até nem queria pegar já nisto, mas posso esquecer-me entretanto, por isso falo já... é a idade ). Nos outros desportos, o filme é este:

==Começa o jogo==

Minuto 17:
Jogador/ Equipa 1 marca um ponto --> 1 - 0

Minuto 37:
Equipa 2 empata --> 1 - 1

intervalo:
Equipa 1 paga ao árbitro --> 6 - 0

== fim do jogo ==

No ténis é diferente, eles têm um pouco a mania que são mais importantes que os restantes desportos. Quando alguém marca um ponto - PIMBAS! 15 - 0. Assim de rajada. Não fazem a coisa por menos. E se marcam outro, o adversário já tem de recuperar de 30 - 0. Isto é coisa para desmotivar o desgraçado que estiver a 0. É estranho, mas não acaba aqui. E quando alguém já está habituado a isto, "pronto, é de 15 em 15, eu consigo viver com isto. O mundo não acaba aqui.", os tipos que inventaram este brilhante sistema de pontos decidiram passar da sequência 0 - 15 - 30... para 40. Não é 45, é 40. Parece que de repente decidiram não exagerar. "45 já é coisa para humilhar" - pensaram eles.

Porquê?

E seria aqui que eu lançaria alguma explicação plausível (leia-se "parva") para este fenómeno, mas a verdade é que não estou a ver mesmo qualquer razão para isto. Ah, espera aí, se calhar até faz sentido se... não, não faz mesmo sentido nenhum. É que nem pondero a hipótese d' Eles terem alguma responsabilidade neste assunto. É capaz de ser pura estupidez. E não me façam falar da cena dos sets.

Mas como disse há pouco, eu até gosto de ténis. Cheguei, inclusivé, a praticar esse desporto quando frequentava o secundário. Jogava mal, é certo, mas a minha inaptidão para o desporto é conhecida por todos. Até o meu gato Arnoldo me finta com o novelo de lã dele. Estou a brincar. Ele não tem novelo de lã. Tem um lança-chamas pequenino que usa para aquecer o leite.
Uma das razões pelas quais gosto de ténis é... deixa-me pensar.. eu sei que tenho... pelo menos uma... ah, já sei. É por causa das tenistas. Anna Kournikova, Ana Ivanovic, Maria Kirilenko, Maria Sharapova, Mariah Carey, são tudo nomes de mulheres. Três destas são actuais tenistas e até têm um lugar simpático no ranking da WTA. (Ao que parece a Kournikova já não compete, mas não deixa de merecer figurar nesta lista...) E outro facto curioso, comum a todas é - São giras. A Europa de Leste é pródiga em tipas giras. Mas sobre isso falarei um dia destes.

E isto faz-me pensar: O ténis é um desporto no qual se usa roupa leve, própria para um desporto que decorre num clima ameno - um pólozinho e uns calções para os tipos e um vestido curto para as tipas, pouco mais. E as senhoras acima referidas são oriundas de países onde está bastante frio, a Rússia e a Sérvia. Há aqui algo que não faz muito sentido.

É como ter a selecção brasileira campeã de hóquei no gelo. Nada contra os brasileiros, trouxeram ao mundo coisas extremamente giras, tais como a picanha, o samba, a capoeira, a Lavínia Vlasak, entre outros... mas não deixa de soar estranho.

"Ah, mas em outros desportos, tais como o futebol, o "rugby" e o "cricket" também se joga com roupa leve, muitas vezes em climas bastante adversos." - pensa o caro leitor.
Mas esses desportos são para duros (com excepção do cricket, que é apenas estranho), aquilo é gente que aguenta, por isso tudo bem. O ténis, por outro lado, é tido como um desporto de cavalheiros (apesar de ter nome de calçado), o que, por outras palavras, quer dizer que é um desporto com algumas, vá lá, mariquices associadas. Sempre que chove muito, eles interrompem logo a partida e cobrem o court com uma película... Se está muito vento, o jogador pára para a brisa amainar. Se há muito barulho, o árbitro pede silêncio aos espectadores. E se os espectadores se mexem quando o jogador vai a servir, é aceitável que o atleta reclame e reprove a atitude do coitado que, com o objectivo de coçar a micose, se teve de deslocar ligeiramente. E já que falo nos espectadores, não compreendo como é que há tanta gente a ver os jogos quando estes são disputados em dias úteis, em pleno horário de expediente. Eu tenho desculpa, porque não faço nenhum, mas que desculpa têm os "Bernardos", os "Salvadores", os "DE Vasconcelos" e os outros indivíduos cujos nomes que nos obrigam a fazer uma cara esquisita para os dizer da forma correcta, assim como todos os sujeitos cuja risca ao lado cobre metade da cara? É provável que os professores de Vela e os instrutores de Pólo lhes concedam uma pequena pausa para assistir ao ténis. Há gente sensata e piedosa nessas áreas.

E qual é a ideia do árbitro mandar nos espectadores? Eles não pagaram o bilhete para assistir ao jogo? Na maior parte das vezes até não, mas suponhamos que não há cunhas e que aquilo se desenrola dentro dos trâmites normais, os espectadores têm algum direito a falar. No ténis eles só falam durante aqueles segundos que antecedem o serviço do jogador.

Já pensaram se fazíamos o mesmo no futebol? As claques teriam de reduzir os cânticos para uma frase pequenina, ou mesmo ficarem-se pelas siglas: "SLB... SLB... SLB, SLB, SLB, FDP, SLB, FDP, SLB..." - é capaz de não pegar. Seria muito estranho vermos um jogador a repetir um penalty só porque 1 dos 12.000 tipos atrás se levantou para ir buscar o rim do companheiro do lado após este ser atingido por um petardo ou algo parecido. Mas o SCP não se importaria.

Só não percebo como nenhum comentador dos jogos de ténis ainda não tenha dito "Bonito serviço" - ao estilo de porteira quando vê o inquilino do 3ºEsquerdo a levar mais uma ucraniana para o seu apartamento após esta vomitar ao lado da entrada - na sequência de um Ás ou qualquer coisa parecida. Se calhar até já disseram, mas eu não vi. É provável.

Voltando ao assunto do ténis. Este desporto tem ainda um vertente que traz alguma variedade ao tipo de jogo: O piso. Dizem os entendidos que diferentes pisos dão diferentes velocidades ao jogo, devido à maior transferência/conservação de energia cinética na interacção do piso com a bola (estou só a mandar bitaites, eu não percebo nada de física, não liguem). Eu acho que isso é interessante, e queria deixar aqui a minha sugestão. Caro João Lagos, se me estiver a ler, sugiro que vá buscar papel e caneta:








Eu espero, não se preocupe.








Ténis na rua, em paralelos molhados.









Seria divertido. Pelo menos para mim.


Tenham medo. Muito medo.

quinta-feira, abril 17, 2008

Dia 49 - Search. Enter.

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