terça-feira, dezembro 13, 2005

Dia 20 - O Natal e não sei quê...

Ora bem, já passou algum tempo desde a última vez que escrevi.. entretanto parece que se está a aproximar uma época que é festejada em quase todo o mundo, e os programas televisivos já anunciam programas dedicados à época, e parece que toda a gente se anda a passar um bocadinho com isto: falo claro da celebração da chegada do primeiro suricata à Lua, feito conseguido através dos esforços de dezenas e dezenas de gnus que durante anos e anos conseguiram amontoar o capital necessário para tal feito, deixando de comer os tremoços que recebiam à hora do almoço para os venderem mais tarde, através do mercado negro, a uma seita religiosa de pinguins suicidas que pretende dominar o mundo através do monopólio do comércio do tremoço e amendoim (este na segunda parte do plano), ou então simplesmente amontoar o máximo número de tremoços possível, o que vier primeiro serve.
Para além deste facto importantíssimo a meu ver... ou talvez não, existem rumores que o Natal se aproxima... ora, caros leitores (essa extensa quantia de 7, ou 6, já não me lembro...), o que tem o Natal de tão estranho que faz o pessoal andar aí todos aos abraços e não sei quê? Ok, antes que os fanáticos de épocas como esta me venham dizer coisas como :"tu queres ver?" ou até "ai ai ai ai aaaaiii... mau mau..." eu só quero dizer que gosto desta época, é gira e tal, andam as ruas todas decoradas, recebemos e damos coisas às outras pessoas sem ter de inventar o motivo e temos sempre desculpa se chegamos atrasados às aulas:
" - Ah e tal professor, desculpe lá estar a chegar 2 horas depois do começo da aula, sabe como é... o Natal e o trânsito... essas coisas..."
Ao que o professor responde:
" - Deixa lá isso... mas quem és tu?
- Tens mortalhas?
- Porque é que só vens vestido com uns boxers laranja a dizerem 'a laranja mecânica' e umas pantufas cinzentas com guaxinins?"

- Perguntas perfeitamente normais... -

Mas continuando...
O Natal até é giro... muito bem, compram-se as prendinhas e tal, as pessoas que trabalham recebem o belo do "subsídio de Natal", comem-se uns bolinhos... as famílias juntam-se mais nesta altura... isso seria tudo muito bonito, se não existissem ao mesmo tempo actividades que me fazem ponderar se há vida em Marte, e se lá se consegue arranjar lugar de estacionamento...
Cá vai:

"Natal dos Hospitais", quem foi o génio? Os doentinhos já não sofrem o suficiente durante o resto do ano? É preciso estarem ali nas macas e aturar Nel Monteiro, Toy, José Malhoa e outros que agora não tenho coragem de escrever... DURANTE 5 OU MAIS HORAS? ACHAM BONITO, ACHAM?
Eu tentei obter testemunhos de pessoas que já passaram por isto, mas nenhuma delas quis falar com medo de represálias, o máximo que consegui obter foi: "Jovem, experimenta levar com a âncora de um petroleiro nas costas e aí terás uma pequena noção da dor..."

Agora a sério, qual é a ideia? Mostrar aos doentes que existem pessoas piores do que eles? Se querem a minha opinião, ("não, não queremos, cala-te lá um bocadinho...") isto do "Natal dos Hospitais" foi tudo uma manobra de diversão criada por Eles para camuflar as transações ilícitas de pistachios e iogurtes de laranja do Gabão que ocorrem entre os alces alpinos e os guaxinins vegetarianos que habitam numa urbanização localizada a norte de Bandar Seri Begawan, a capital do Brunei.
"- Mas como conseguem eles tal feito? - perguntam vocês. Boa pergunta... eles servem-se da curvaturas das ditas bolas de Natal penduradas no alegado pinheiro de Natal para introduzirem um efeito hipnótico que, para além de obrigar as pessoas a vegetar em frente ao ecrã durante todo o programa, também induz a comer calças pretas de bombazine como se não houvesse amanhã...
O pior é que não basta a RTP ter começado com esta doentia celebração, os outros dois canais podiam muito bem ocupar esse espaço do horário a passarem um filme que nunca passou nesta época... tipo, deixa ver... sei lá... um à sorte... hmm..cá vai: "Sozinho em Casa" MAS NÃO, para serem diferentes fazem um espectáculo que não tem nada a ver com o da RTP, à parte do formato, duração e os doentinhos lá sentadinhos... coitadinhos...

E o Pai Natal... sim, esse pensionista de barbas que desistiu de andar de autocarro e decidiu andar de trenó puxado por renas... esse já é uma figura estranha por si, mas pior do que isso só o Pai Natal português. Adultos deste país, será assim tão importante vestirmo-nos de pensionista portador de um daltonismo estranho que nos obriga a utilizar somente 3 cores, o vermelho, o branco e o preto, para tentarmos convencer os nossos petizes que somos um homem que vive algures na Lapónia que se lembrou de visitar uma casa que fica longe p'ra caraças para entregar um par de meias brancas (aquelas com raquetes) a um míudo que nunca vimos? O que pensará o pequeno:
" - Muito bem, cá estou na véspera de Natal, está aqui um senhor que é muito parecido com o meu pai, que sabe o meu nome, sabe o tamanho das calças que eu visto e o número dos sapatos que calço, ainda não me deu uma prenda decente, e em vez da minha família o expulsar à biqueirada deixam-no cá estar e ainda por cima querem entretê-lo com bolachinhas e leite! Onde está o cianeto?"
E aí o puto vira-se para a mãe e diz:
Ok, mãe, já decidi: quando for grande quero ser bombista-suicida.
E a mãe, aterrorizada, pergunta:
" - Mas porquê, filho?"
Ao que o míudo responde:
" - Porque sim."

E depois as pessoas queixam-se do terrorismo... a culpa é dos Pai Natal wannabe's.
Já não basta existirem os pensionistas, temos de vestir-nos como eles para entregarmos as prendas aos nossos filhos? Por favor, os vossos putos pesam o quê: 40, 45 kg? Acham que eles vos vão espancar até à morte se não lhes derem os brinquedos que eles vos pediram? Ok, isso até pode acontecer, mas, adultos de Portugal e do Serengeti... sejam homenzinhos...

O pior de isto tudo (ou talvez não) é que se existir realmente um senhor que mora lá para os lados da Lapónia e tem a mania de andar por aí de trenó a dar prendinhas aos pequenos sem ser indiciado em qualquer processo pelo crime de pedofilia, esse homem deve ser o alvo de milhões de maldições que os putos lançam quando não recebem o que querem... é vê-los aí encostados num canto do quarto, com um singelo lancha-chamas na mão, a dizerem...
"Ai Pai Natal, Pai Natal... para o ano conversamos..."


Feliz Natal e... tenham medo, muito medo...