quinta-feira, outubro 11, 2007

Dia 45 - paciência...

Hoje vou escrever sobre alguma coisa. Eventualmente saberei sobre o que será, mas até lá vou escrevendo, para ver no que isto dá...

...parece que ontem chuviscou em algumas zonas do país... isso é extremamente importante para quem se interessa por meteorologia, ou, vá lá, aquelas pessoas que gostam de ter alguma coisa para falar quando não existe tema de conversa. E já que penso nisso, porque raio é que as pessoas insistem em dizer alguma coisa, quando não há nada de útil para dizer? Aquela vontade incontrolável de falar e dizer "nada"... porque não, simplesmente... estar calado? Eventualmente os caros... 2 leitores que lêm isto (repararam, "leitores que lêm"... faz sentido. Como os hipopótamos, que hipopotam.) estarão a pensar: “Ah, mas também estar em frente a alguém sem dizer nada é estranho... para não dizer estúpido.” Sim... e estar em frente a alguém a dissertar sobre o "tá fresquinho, hoje"? Apenas faz sentido em sítios como a Assembleia da República. Apenas porque é um pré-requisito para se estar lá. Acho.

Como não quero tirar o emprego às pessoas cuja carreira profissional consiste em estabelecer raciocínios lógicos que porventura possam explicar estes comportamentos, vou falar de outra coisa. Mudemos de assunto, pois.

-Caso só tenham começado a ler agora, não perderam nada. Se já estavam a ler do início, esqueçam o que está para trás. O que é que estava para trás? Exactamente.-

Prosseguindo, agora que estou neste tema novo, completamente diferente de qualquer um outro que lhe possa ter precedido, vou falar de guarda-chuvas. Eu não uso guarda-chuva, porque não gosto. Outra coisa que eu não uso é o pente, porque não tenho paciência para isso. Agora que penso nisso, não tenho paciência para muita coisa. Deve ser da idade. Ou da falta de tempo. Ou então não.

Mas afinal o que é a paciência?
Será a capacidade de tolerar algo sem proferir queixume?
- É bem provável.
Uma palavra?
- Também.
Algo que rima com “Gervásia”?
- Não.

====Piada seca====

Há uns tempos ouvi uma conversa entre dois amigos:
Amigo 1 – “Man”, como é que se chama aquela cena que alberga um conjunto organizado de conhecimentos dotados de valor universal e baseados em relações objectivas verificáveis?
Amigo 2 – (após pensar um bocado) Oh pá,Ciência.

=== fim da piada seca===

Existem pessoas com muita paciência, capazes de tolerar uma infinidade de coisas sem demonstrar qualquer desagrado. Isso é estranho, mas já que não se pode fazer nada... paciência.

Lembrei-me agora (que não será "agora" quando vocês estiverem a ler isto, dado que o texto terá sido escrito antes de vocês lerem e por isso... pronto, acho que perceberam.)que existe a expressão "paciência de chinês". E esta é um exemplo de expressões parvas que não fazem sentido algum, quando devidamente esmiuçadas até ao tutano, assim mesmo à bruta. Eu até percebo que algumas coisas complexas tenham origem no Oriente. Ok, a Muralha da China pode ser grande e pode ter demorado muito tempo a fazer; e os chineses até gostam de dedicar o seu tempo a coisas muito pequenas, tipo nanotecnologia, piercings para anões, penteados estúpidos para Chiuauas e afins; e os pagodes, que têm a sua graça, também podem ter vindo de lá... mas a verdade é que o povo chinês não é assim tão paciente.

Há uns anos atrás fui a um restaurante chinês e, como seria de esperar, pedi uma francesinha, ao que me trouxeram um prato de comida chinesa. Até agora, tudo bem, mas à medida que ia jantando, o empregado do restaurante insistia em colocar no meu prato a comida que ainda estava nas travessas, para poder levá-las para a cozinha. O mesmo aconteceu com a bebida, ou seja, o senhor não descansou enquanto não esvaziou o conteúdo da garrafa no meu copo, para a poder levar para a cozinha. Resultado, a mesa ficou deserta, com o meu copo e prato cheios. E onde estava a paciência do chinês? Provavelmente na cozinha.
E é do conhecimento comum que a China(país) é muito populada. Lá está, não têm paciência para deixar as pessoas morrerem... é tipo coelhos, mas de olhos em bico.

E outra das provas é que Michael Ondaatje, quando decidiu escrever um livro em 1992, não o chamou de "O paciente chinês".
Se isto não são sinais, eu não sei o que são.

Mas nem tudo é mau no povo chinês. Aliás, não me interpretem mal, eu até gosto do povo chinês. Acho piada às televisões presentes nas lojas dos chineses que transmitem programas inteiramente em chinês. Este facto leva-me a acreditar que estes estabelecimentos comerciais são territórios autónomos sob a jurisdição da China. Tipo embaixadas, mas com aspiradores em miniatura e óculos com luzinhas.
Mas também existem coisas que não percebo: a mania de espetar uma máquina de Karaoke em todos os restaurantes e fazer versões integralmente em chinês (neste caso o "integral" não é muito saudável) de músicas como "More than Words" dos Extreme ou "My first, my last, my everything" do mítico Barry White. E ainda por cima insistem em cantá-las durante o nosso jantar!


E o que direi das pessoas que gostam de usar cachecol? Nada.
E dos limões? São citrinos. O resto não me diz respeito.

Tenham medo. Tenham muito medo.

ou então:

"Be aflaid. Be leally aflaid."
(Para os leitores que, porventura, sejam chineses...)