sábado, dezembro 16, 2006

Dia 34 - P0rquê?

Eu gosto do número 34. Já calcei o 34 quando era pequeno, mas hoje já não o calço, porque, embora o "4" seja confortável o "3" custa um bocadinho a colocar. Hoje em dia já não me dou assim tanto com o 34, porque o 34 não parece gostar de mim. Hoje em dia, sou um tipo que reconhece o valor das percentagens e das fracções.
Extremamente importante parece ser a importância (já conheceram alguma importância extremamente importante? - pois é, aqui é sempre a inovar) e o consequente medo que as pessoas atribuem aos números. Vemo-lo em todo o lado: Noticiários - "Mais de 5.000 pessoas estiveram ontem presentes numa manifestação contra a legalização da polpa de tomate"; Sondagens - "27% dos inquiridos revelaram que não consideram um pontapé nos dentes uma prova de afecto"; frases de engate: "Olá, tudo bem? És 93, 96 ou 91? E tens hi5?" ; Contas, Pesos (na Europa, Euros) e Medidas - "_________________________ igual a 27, 33 e 1,75m (inserir um exemplo qualquer, só estava à procura de uma desculpa para escrever no blog esta expressão no plural) .".
E ainda por cima nos dizem que o pessoal não gosta de Matemática. Eu não compreendo muito bem o porquê, dá-se tanto valor aos números. Se não gostássemos verdadeiramente da "Ciência dos Números" não usaríamos expressões como "Find strength in numbers" ou "Não se conhece um homem sábio pelo seu tamanho das calças (antigo provérbio hindu)", e outras que tais, tão desconhecidas por mim, mas tão famosas na opinião de alguém.
E ainda por cima existem programas televisivos e filmes que que vão buscar o seu nome a... pronto, vocês sabem, não vale a pena repetir... "24", "Numb3rs", "Se7en", "Friday the 13th", "Ocean's Eleven" ( e "Twelve", mas não conto as sequelas), "60 Seconds" "Branca de Neve e os Sete Anões" (não perguntem, fui obrigado a escrever este), são alguns dos muitos exemplos.

"E 'Oh tu!', já te calavas não? E já agora, o que pensas tu sobre os números?"

Sobre os números, não tenho muito a dizer, já me disseram uma vez que quando abro a boca, existem 79% de probabilidades que vá dizer algo de disparatado, na minha opinião puramente verdadeiro, por isso vou escrever... e pouco.

Nunca percebi muito bem porque é que as pessoas sentem a necessidade de quantificar tudo: "Estamos juntos há 4 anos", "Queria uma dose de "7", com Arroz Chau-chau e três "25", sem pimentos, 'faxabôr'. ", "Apanhei o "63" às 8h30 d ontem, e depois de 15 paragens, descobri que estava do lado oposto ao sítio onde queria ir". PORQUÊ?
E por favor, expliquem-me porque é que o Génio dá sempre a porcaria dos 3 desejos. Ele não podia simplesmente virar-se para o puto de chinelos esquisitos (leia-se "Aladino") e dizer-lhe:
- "Ok, puto, embora tenhas um ar estranho e umas cenas estranhas nos pés, por me teres libertado da chaleira, eu vou deixar-te pedir o que quiseres. Qualquer coisa, eu concedo-te. Quando estiver cansado, não concedo mais nada."
E porque não ser o "Ali Babá e os amigos ladrões"? Assim, se faltasse algum não precisavam de mudar o nome.

E porque não "Branca de Neve e os tipos verticalmente desafiados?"

E já agora, qual é o problema de baptizar um livro com o nome de "Uma catrefada de noites"? Acham que "1001 noites" vende melhor? Quem foi o génio que se deu ao trabalho de as contar?"

O título "Uma distância absurdamente grande debaixo de água" teria, a meu ver, muito mais impacto do que "20.000 léguas Submarinas", mas pronto, o agente do Sr. Júlio Verne lá teria a sua estratégia... eu nem me vou atrever a comentar "A Volta ao Mundo em 80 dias"... mas "2 meses e tal à volta do Globo" acho que diz tudo.

Não era muito mais simples?

Não sei...


Tenham medo. Muito medo.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Dia 33 - e não vou dizer outra vez.

Boa tarde! É provavelmente o primeiro post no qual começo com esta saudação, e isso é giro. É também um dos poucos que não começam com a palavra "Bem". E porque é que eu fiz isto? - perguntam vocês - porque nem sempre as coisas podem começar a "Bem"... e pensando bem, porque não começar algum texto que provavelmente irá ser um puro desperdício do tempo do caro leitor (sim, nem pensem que me vou referir a vocês no plural - e sei que o estou a fazer agora - porque eu sei que muito pouca gente lê isto, e quando o faz, o faz sozinha, para não ser alvo de apedrejamentos e de outras coisas más... por isso vou fechar este parêntesis e continuar com o texto), e como sei que perderam tempo a ler o parêntesis, vou repetir a cena que estava escrita antes... porque não começar algum texto que provavelmente irá ser um puro desperdício do tempo do caro leitor com a palavra "Mal"? Isso sim, seria engraçado... por isso, para reforçar a interactividade característica do meio da Internet, façam de conta que este texto começou com a palavra "Mal", ok?

Continuando... já passou algum tempo desde a última vez que andei de eléctrico e desde que deixei algo neste poiso. Dentro desta temática, o Toy usa t-shirts cor-de-laranja e chinelos de dedo em oposição aos mais populares, os chinelos de pé, só porque sim. Mas isto tudo seria muito interessante se fizesse algum sentido, por isso cá vai:

Pronto, já foi. Não se fala mais nisso.

Se alguma vez consultaram o calendário deste ano, provavelmente já terão reparado que nos encontramos no mês de Dezembro. E este mês, de várias coisas, tem algumas que o tornam algo de bastante curioso, nomeadamente o facto de ter semanas e dias numerados. E para salientar a unicidade de um mês tão curioso, estão ainda associados a este intervalo temporal uns dias especiais, chamados por alguns de "feriados". Eu não lhes chamo de coisa nenhuma, porque além de ser um acto, vá lá, parvo, eles não vêm e não, para quê insistir?
Os feriados são giros, mas não é por se vestirem bem. É porque geralmente nesses dias especiais as pessoas acabam por fazer algo que não fazem nos outros dias. Por exemplo: os funcionários públicos aproveitam esse dia para não trabalhar. Os políticos aproveitam esses dias para fazerem comícios e apontar o dedo uns aos outros. Os pensionistas aproveitam esses dias para passearem pela cidade nos autocarros e para deambularem nos centros comerciais. E quando chega ao fim do dia, ainda há tipos que dizem :"Hey, este dia passou num instante, só de pensar que amanhã tenho de ir trabalhar... que chatice.". E estes dias passam para dar lugar aos outros...

E Dezembro também tem o Natal. O Natal é ____________ (espaço disponível para ser preenchido pelo leitor). Mas também pode ser composto por outras coisas ... porque não? Mas o facto de o mês de Dezembro ser um mês curioso não é assim tão bom, porque eu, pessoalmente, não gosto muito de curiosos e, colectivamente, até lhes dou um chuto de vez em quando. À parte desta questão, que por si é curiosa porque é uma questão e não termina num ponto de interrogação, existe ainda aquela cena do Pai Natal. Eu não sei se já escrevi isto algures por aqui, mas o Pai Natal intriga-me um bocadinho... é certo que ele tem uma das melhores profissões de sempre... e também é certo que se eu misturar açucar com água fico com água açucarada.

(Saltar esta parte caso já tenha descoberto a verdade sobre o Pai Natal)

- Porque é que é só o Pai Natal que se mete no trenó para entregar as prendas? E a Mãe Natal, onde está? Porque é que não vai com o marido dar uma volta?

(Eu teria aqui a hipótese de mandar uma piada tipicamente machista, do tipo: "Porque se o Pai Natal seguisse as direcções da mulher dava biquinis aos esquimós e não teríamos a quadra de Natal, mas sim um poema inteiro.", mas não o vou fazer. Vou fazer outra coisa.)

Nos tempos que correm (e que em algumas alturas, andam mais devagar) , não é muito correcto considerarmos que a Mãe Natal fica em casa à espera do senhor, só porque é mulher e o acto de andar de trenó pode ser visto como perigoso. Eu já fiz essa questão a alguns amigos meus, e os poucos que não olharam para mim como se de um cão raivoso me tratasse, disseram-me que a Sra. Dona Mãe Natal, além de ter um nome esquisito, decerto passará o tempo no qual o seu cônjuge está a andar de trenó, a preparar a casa para o seu regresso, e até, quem sabe, a fazer compras, lá na Lapónia. Ou então está metida no Messenger a conversar com a mulher do Coelho da Páscoa e com os sobrinhos do Lobo Mau. Mas é em alturas como esta que eu me pergunto (embora não espere resposta):

- E depois?

A Lapónia fica situada no norte da Escandinávia, e isso é longe, excepto para quem mora lá perto. E não há muita gente a gozar dessa situação (também porque não é muito bonito gozar com quem quer que seja, muito menos uma situação). E porque é que anda toda a gente maluca a enviar cartas para um tipo que lá mora? Mandem-lhe um mail. Ou então mandem-me dinheiro. Um dos dois funciona, e faz alguém feliz, porque não ser alguém que vocês conhecem?




- E no meio disto tudo, o que acontece aos pinguins?




Não faço a mínima ideia.




Mas se alguém souber...




Pode guardar essa informação para si.





Ou para Fá, ou para Ré.




Tenham medo. Muito medo.

sábado, outubro 07, 2006

Dia 32 - Plutão, o planeta anão.

A criação deste post obrigou-me a pensar sobre como continuaria esta coisa de baptizar cada post com dias, porque vejamos, o número máximo de dias para cada mês é 31, e como já dei esse nome ao post prévio, agora tenho de decidir entre "Mês 2 - dia 1" ou "Dia 32". Por isso vou comprar a senha do passe.

Dentro desta temática, desde a última vez que deixei algumas linhas aqui aconteceram coisas interessantes no panorama internacional, assim como na vida pessoal de muita gente que não interessa a ninguém, mas que mesmo assim tem pessoas que pensam nelas.

Podia dizer mais alguma coisa que pudesse ser interessante, mas agora apetece-me escrever sobre uma injustiça que recentemente surgiu no panorama astronómico (esta palavra é gira). "E o que é que se passa nesse dito panorama, possuidor de palavra tão catita, 'Oh Tu!'?" - perguntam vocês, sequiosos de esclarecimento (ou esclarebetão, vocês escolhem). E eu respondo: A questão de Plutão (Esqueçam, não vou fazer a piadinha do "ah e tal, mas os planetas não fazem perguntas..."). Caso alguns de vocês não estejam muito a par do que se passa realmente, eu faço uma pequena contextualização.

===Contextualização ( saltar esta parte caso já saiba do que isto se trata)=====

O planeta Plutão até há pouco era a 9ª palavra na boca dos pequenos discentes quando lhes era solicitada a enumeração dos planetas do sistema Solar. Ou seja, por muito longe que estivesse e por muitas especulações que pudessem haver sobre se realmente teria influenciado a criação de alguns êxitos de artistas como Miguelângelo, Copérnico, Toy e mesmo Nel Monteiro, a verdade é que Plutão era visto como um planeta de "carne e osso" (não consigo explicar este metáfora, mas estejam à vontade para tirar as vossas ligações de nexo). Tudo isto veio a mudar quando a UAI - União Astronómica Internacional, um grupo de cientistas e de entendidos em mesas de café, e astronomia também, decidiu no passado mês de Setembro relegar o planeta Plutão à categoria de "Planeta Anão", por não possuir uma órbita desimpedida.

==== fim da Contextualização (os que já sabiam isto podem recomeçar a leitura) ====

Eu acho mal. Qual é o problema do planeta? É por ser pequenino? Caros amigos do UAI, não estaremos perante um caso grave de preconceito planetário? Ou até mesmo de descura e de incúria por um planeta que só tem ligeiros problemas de circulação orbital?
Eu pergunto-me se será mesmo o planeta Plutão a ser um planeta anão, ou se são realmente os outros planetas do Sistema Solar que sofrem de complexos de superioridade. Está bem, Júpiter é grande e Saturno até pode ter uns anéis catitas, mas isso não os torna mais importantes que Plutão, que se formos a pensar bem, até deu o nome a uma personagem muito querida do panorama dos desenhos animados - o Pluto, que é a palavra inglesa para Plutão. Se seguirmos essa linha de pensamento, até podemos ver a consideração que os portugueses dão ao planeta. Para nós nunca será anão, porque possui, na sua raíz etimológica, um aumentativo como sufixo - Plut"ÃO". Por isso, se fosse mesmo anão, seria Plutinho.
Ok, é verdade que ele está lá longe, e que deve ser muito frio lá e provavelmente até nem tem centros de massagens, mas isso não dá o direito a que uma Associação de um denominado planeta que se auto-intitula de "Azul" (mas não peludo) possa destituí-lo de um estatuto que vinha a manter desde Fevereiro de 1930.
É assim que tratamos um planeta que o é desde há mais de 70 anos atrás? Acham bem tratar assim um planeta inteiro, ainda por cima idoso?

Provavelmente existe alguma inveja por existir neste Universo um planeta que não tem pensionistas.
E como é que eu sei isto? Porque toda a gente sabe que deixaram de haver camionetas de excursão para Plutão desde que a Associação Recreativa e Cultural de Monróvia, capital da Libéria decidiu cobrar mais 10 cêntimos pelas sandes de presunto de girafa, com vista a angariar fundos para comprar 15 cadeiras em PVC e 3 grades de cerveja durante a altura do Mundial de Matraquilhos, realizado em Ápia, capital da Samoa.

E mais não digo por hoje.




Plutão, estás cá dentro.




Mas não é por seres anão e caberes.




É só uma expressão que se usa aqui.





Não leves a mal.





A sério.

sábado, agosto 26, 2006

Dia 31 - E sem chumbo, não?

Há uns dias atrás, quer dizer, há umas semanas, mas isso agora não interessa, chegou às salas de cinema portuguesas o filme "Super-Homem - O regresso". O filme fala (mas ainda não sabe andar) sobre a vida de um Super-herói. Não vale a pena dizer quem.
Ora o tema dos super-heróis é algo que desde há uns minutos tem ocupado o meu pensamento e como eu quero voltar a não ter nada em que pensar, vou descarregar aqui algumas linhas (Caro leitor, já sabe. Ainda vai a tempo de sair do blog, é só clicar naquele botão vermelho no canto superior direito. Vá lá, eu espero...).

Já está? Ok... moving on...

No dicionário, as palavras "Herói" e "Super" são definidas da seguinte forma:

"Herói -
s.m., homem extraordinário pelas suas qualidades guerreiras, triunfos, valor ou magnanimidade;"

"Super -
do Lat. super
pref. de origem latina que exprime a noção de superioridade."

E aqui está a primeira explicação para a atribuição deste epíteto aos referidos heróis, pelos seus actos tornam-se de certa forma superiores ao comum dos mortais. Outra explicação aqui achada é a razão de haver um género de combustível com este nome. Gasolina "SUPER" - preço grande, superior a cada dia que passa... agora que penso nisso, a própria gasolina é capaz de ser considerada um super-herói, ou então um super-vilão, senão vejamos: Move diariamente milhares de carros por todo o mundo ao mesmo tempo, deu origem a uma das músicas mais irritantes de sempre e tem um poder explosivo, só precisa de uma pequena faísca. Mas isto é parvo. Continuando...

Todas as pessoas conhecem pelo menos um super-herói, embora esse super-herói provavelmente não as conheça. Mesmo assim existem muitos: heróis altos, baixos, gordos, magros, musculados, brancos, pretos, amarelos, cor-de-laranja, vermelhos, azuis... e podia continuar, mas não quero.

A questão que se coloca é a seguinte: O que é necessário para se ser um super-herói?
E a resposta é: Não faço a mínima ideia, mas de certeza terá de ter alguma coisa a ver com usar as cuecas do lado fora da roupa e promover o uso da lycra. Sinceramente, ó heróis deste mundo, é mesmo necessário salvarem pensionistas de morrerem atropelados por autocarros descontrolados ou impedirem os efeitos nefastos de uma erupção vulcânica numa qualquer ilha situada no Pacífico...... de COLLANTS? É aí que estão os vossos super-poderes? Porque é que não fazem isso numa roupa mais confortável? Não deixam de salvar o mundo e poupam-se aos danos colaterais do uso de roupa apertada na zona da virilha... pensem nisso. Vá lá.


Pensando em super-heróis, ocorrem-me vários à mente: O "Super-Homem", o "Homem-Aranha", os heróis dos "X-Men", o "Pai Natal" (e não me venham dizer que este não é, afinal muito pouca gente consegue alimentar as ilusões das criancinhas, entrar por chaminés de casas que não têm chaminé e ter um patrocínio porreiro de uma marca de refrigerantes, TUDO ISTO a trabalhar uma só vez por ano.), o "Hulk" e o "Batman".... embora este último não me pareça que possa ser considerado "super". Os heróis, por norma, são possuidores de alguma característica invulgar (Força sobre-humana, visão raios-X, capacidade de voar, bom hálito, esqueleto indestrutível, etc...) causada por alguma mutação genética ou por serem oriundos de outro planeta, e o super-poder do "Batman" é... é o dinheiro. Aquele fatinho, o carro, a gruta, o mordomo e os utensílios dele são todos patrocinados pela sua fortuna. Seguindo esta ordem de pensamento, estou mesmo a imaginar o Bill Gates (BG):
"BG - James (nome apto para baptizar 80% dos mordomos de pessoas ricas, os mordomos das pessoas pobres podem ter qualquer nome que lhes queiram dar), as acções da Microsoft desceram quinze pontos hoje, para a Gate-Caverna!
James - Sim senhor (resposta usada em 90% das situações nas quais a presença de um mordomo é requerida e uma questão lhes é colocada).
Narrador - E é então que Bill Gates coloca o seu Gate-fato e parte em missão para resgatar a sua empresa e defender os seus fracos e oprimidos milhões que repousam tranquilos nas seguras e pacíficas contas na Suiça dos
inexoráveis corretores bolsistas apoiantes de outras empresas do sector do software...
(entra música foleira de acção)
THE GATEMAN!"

(Ah, e o James pode ser o Gatekeeper! Não? Bah... you know what i mean... some of you do...)

E é isto... "from zero to hero". Bill Gates só precisa de investir uns trocos e contratar um narrador que baptize as suas posses com metade do nome dele e que use adjectivos com a mesma regularidade com que os jogadores de sueca de
Tegucigalpa, capital das Honduras, trocam de pente.

Mas como isto de salvar o mundo não é fácil para um homem solitário, os super-heróis geralmente estão acompanhados por um parceiro, e isso... é esquisito. Um tipo de collants, vá lá, até se cura com três garrafas de absinto bebidas à golada, mas dois tipos de collants a correrem lado a lado já é abuso. Ok, se calhar estou a ser um pouco injusto, afinal esses tipos só existem porque os vilões não dão descanso ao herói. E os vilões são o outro lado da moeda. Eles também têm alguns super-poderes, mas a maioria dos super-vilões incomoda por ser muito inteligente. Eles têm sempre aqueles planos hiper-complexos para conquistar o mundo e geralmente até conseguem levar a sua a avante até ao momento em que aparece o "herói" e manda tudo aquilo por água abaixo. Na minha opinião, o grande problema dos "maus da fita" é aquela mania de contar todo o plano antes de rebentarem com a cabeça do "bonzinho", para depois serem dominados numa reviravolta dos acontecimentos em prol do Bem (que Bem? Não interessa). O tipo vai morrer, ele não precisa de saber isso. Primeiro rebentam com ele e depois dominam o mundo. É simples, para quê complicar?

Outra questão que me assola é o pormenor dos fatos. Será que para se ser um Super-herói em condições temos de ter noções de costura? É que a ideia de existir uma costureira para fazer os fatos é parva, porque afinal eles querem manter a sua identidade secreta. "Ah, mas eles podem ter pedido ao amigo confidente ( o único que conhece a identidade secreta do herói, não há herói que não tenha um, ou até dois) para levar o pedido a uma qualquer costureira, ou até mesmo um alfaiate", pensa o caro leitor. E eu respondo... sim, mas qual seria a piada disso? O alfaiate ou a costureira em questão podia até mais tarde vir a tornar-se um vilão que denunciaria a identidade secreta do herói, e isso seria mau... Não, eles têm mesmo de fazer os próprios fatos.

E porque é que alguns insistem em usar capas? Porquê? Quem foi a mente brilhante? Eles não têm frio, e mesmo que tivessem, a porcaria da capa não é assim tão grossa. Querem um efeito bonito quando voam pelos céus? Amarrem um foguete pirotécnico às pernas.

Ah, e já agora, o que é que acontece à roupa do Super-herói quando ele decide fazer a sua aparição pública? Por exemplo, o Super-Homem andava sempre com a roupa colorida dele debaixo da roupa da sua identidade secreta e quando chegava a altura de ir salvar mais qualquer coisa lá entrava numa cabine telefónica para aparecer segundos mais tarde e salvar o dia. E o que é que acontece à roupa? Fica lá? Vai lá algum serviço especial de recolha de roupa de Super-heróis? Se porventura souberem isso, deixem na zona dedicada ao efeito, ok?

A questão da identidade secreta também suscita algum desassossego no meu ser. Porque é que eles não decidem simplesmente mostrar-se como são? "Ok, sou um super-herói, salvo o mundo, fico com a rapariga no final e tenho bom-hálito, agora o que me fazia mesmo falta era assumir a identidade do tipo tosco que não sabe fazer nada, só para adensar a complexidade do meu carácter e quiçá, dar origem a um filme qualquer. Isto sim, é grandioso."
E até há alguns que nem fazem grande esforço. O Super-Homem, por exemplo. Nuno Markl, conhecido profissional da rádio, tinha razão quando mencionou este facto: Disfarce dele - Óculos. Um par de óculos, só isso. "Tenho óculos, sou o Clark Kent, jornalista tímido e recatado que, apesar de ter grande porte físico, o mais próximo que estive de um ginásio foi quando tropecei num fato de treino. Agora tiro os óculos, sou o Super-Homem, vamos lá salvar o mundo." E o pior é que ninguém nota. Fazem só aqueles comentários do tipo: "Ei, ó _______ (inserir nome da identidade secreta do "Super") nem fazes a mínima ideia do que aconteceu agora. Tens tido um azar de caraças, nunca estás cá quando aparece o "herói". Tens de estar mais atento...".
A meu ver, os super-heróis avocam identidades secretas porque o negócio do Super-heroísmo não dá muito lucro. Eles salvam o mundo, poupam às identidades governantes milhões em dinheiro, e no final de contas não recebem nada. Palmadinhas nas costas, sorrisinhos, é só isto. E existem alguns que ainda se viram para o tipo e dizem: "Eu nem me atrevo a insultar-lhe dando-lhe dinheiro, porque isso decerto iria contra os seus princípios de justiça, honestidade e outras coisas que têm o fim de exaltar qualquer paladino da justiça. Fico-me só por um humilde e sincero 'Obrigado'. É bom saber que podemos contar com seres como você.".

Existem também algumas Super-Heroínas. Contra essas eu não tenho nada contra. Desde os fatos até à identidade secreta, apoio plenamente. Nenhuma mulher quererá ser reconhecida, com aquelas roupas, em público, sem receber dinheiro por isso.
Contra a heroína em particular, também conhecida como Diacetilmorfina (aquela cena que é produzida a partir do ópio extraido de bolbos de papoilas opiáceas) aí já tenho algumas coisas contra, mas não me apetece falar sobre isso, porque os tatus da Guatemala venceram o referendo que determinava o uso de chapéus cor de cascalho em locais públicos em dias pares do meses que começam por "N" dos anos bissextos, após as 17h23, GMT, e isso leva a que assuma uma posição neutra referente à enunciação de declarações de carácter observativo (não sei se esta palavra existe, mas que se lixe, o blog é meu, eu posso) sobre a temática das substâncias propensas à viciação por parte dos indíviduos, após interacção continuada com as referidas. E agora que não faço a mínima ideia do que estou a falar, vou concluir.

Para concluir, eu acho que os Super-heróis não têm realmente uma função específica na sociedade. É verdade que eles safam o pessoal que cá anda de muitos problemas, mas se formos a ver em qualquer filme de super-heróis, os problemas só começam quando existe naquela cidade algum herói. Até lá os cidadãos aguentam-se sem problemas de maior. Afinal têm a Polícia do lado deles, para prender os "mauzões" e até para roubar na ausência deles. Não é preciso pedir mais nada.

Bem, se se recordarem de mais alguma curiosidade interessante sobre o assunto, guardem-na para vocês. E quando isso passar, podem deixar alguma coisa na área dedicada ao efeito, nem que seja para testemunhar que aguentaram tantos parágrafos sem mergulharem de cabeça numa bacia de nitrogénio líquido e regarem-se posteriormente com baldes de água quente.

Tenham medo. Super-medo.

terça-feira, agosto 01, 2006

Dia 30,3 - podia ser biberão, mas não...

Vou falar sobre outra coisa.
Há uns dias atrás chegou ao fim o Mundial de Futebol, e na altura até tive vontade de dizer alguma coisa sobre todas as coisas bizarras no denominado "desporto-rei", mas depois o meu gato Arnoldo disse-me: "Oh Tu! Chega-me a pasta de dentes por favor, porque estão a doer-me as orelhas e já não frito batatas há um mês." e eu decidi deixar isto para outro dia.

Passados uns dias, após um duche frio seguido de uma reflexão existencialista banhada em leite com chocolate, pensei em abordar a temática do futebol de uma forma mais séria, o tema de então era "Futebol: 22 tipos atrás de uma bola ou os árbitros também contam?", mas estava a chover e eu não escrevo muito bem com t-shirts azuis de algodão, prefiro canetas.

Hoje como me apetece debitar mais disparates vou escrever sobre o futebol, ou talvez não. Comecemos pelo futebol.
Para quem não conhece, e também para quem já ouviu mais de três vezes seguidas algum álbum dos "Pequenos Cantores de Viena" sentado em cima de um cacto com apenas um lenço de papel a cobrir o corpo, o futebol é um desporto no qual o objectivo das duas equipas presentes é marcar um golo na baliza da equipa adversária. São 11 de cada lado, e há também uma equipa de arbitragem, cujo objectivo é assegurar o cumprimento das regras do jogo e também verificar se alguns dos jogadores é daltónico, através da amostragem periódica de cartões coloridos. Graças à ajuda da ADJACAFCTVPBM (Associação Desportiva de Jogadores Anónimos que se Chamam Alberto e Fazem Churrascos à Terça e Jogam Volley de Praia com Bolas Medicinais), sediada na capital da Gronelândia, Nuuk, tive acesso a um diálogo interessante, e cá vai ele:

Árbitro: - Boas tardes, sr. jogador, como está?
Jogador: - Estou bem, e o senhor, como está? A família vai bem? O mais novo já anda?
Árbitro: - Sim, sim, ontem atropelou a minha sogra com uma retro-escavadora, é um anjinho. Mas vamos lá ao que interessa... (tira um cartão amarelo do bolso)... conhece esta cor?
Jogador: - Hmm... eu já vi isso em algum lado... deixe-me pensar... não é aquela do... ok, vou arriscar, Amarelo?
Árbitro: - Muito bem, andou a estudar... próxima questão... qual é a capital do Bahrein?
Jogador: - Hã?
Árbitro: - Estava só a brincar consigo (risos), sabe que isto de andar por aqui vestido de preto a apitar deliberadamente de um lado para o outro pode dar a parecer que somos uns tipos assim para o sisudos, mas a gente também gosta de galhofa, de mandar assim umas piadolas para descontrair...
(Ouvem-se protestos do público e moto-serras começam a voar)
Árbitro: - Estes tipos, pá... não podem ver um tipo a falar com outro, começam logo a mandar vir... ok, vamos lá a despachar isto (mostra o cartão vermelho)... conhece esta cor?
Jogador: - Hey pá, duas perguntas sobre cores? Fogo, eu ontem estive a estudar a Teoria Evolucionista de Darwin e as consequências sociais aquando da publicação do livro "Receitas Sem Açucar" de Manuel Luís Goucha e o sr. manda-me esta dos cartões? Foo, é mesmo p'ra queimar um gajo! (passados uns segundos)... Ok, vou tentar. Texugo?
Árbitro: - Ah... ao lado. Tem de ir embora. Fica para a próxima, obrigado pela sua participação.
Jogador: Fogo.... isto está tudo feito... logo duas perguntas com cores...
(E lá vai o tipo embora, e os colegas de equipa aproximam-se do árbitro com sugestões de cores, para ver se o safam.)
Conclusão: Os jogadores de futebol não gostam de Ski e o vermelho leva-os ao cultivo ilícito de espinafres e alcachofras.

Dizem que o futebol é um desporto que arrasta multidões, eu não concordo muito com isso, porque os tipos só usam chuteiras.
Eu gosto de futebol, mas há quem não goste, e Nietzsche era do signo Balança e foi um filósofo alemão do Século XIX (houve uma altura em que tentou ser cambojano, mas não o deixaram).
Dentro desta temática, ao futebol estão associados geralmente temas como a corrupção, o tráfico de influências e os álbuns de Frei Hermano da Câmara, e isso faz vender jornais. Os ardinas também.

O futebol movimenta milhões e todos os dias deparamo-nos com transacções de somas exorbitantes na compra de novos jogadores e outras coisas que tal, mas a verdadeira questão que se coloca é: Porque é que não se pode beber água depois de comer melão?

A apoiarem as equipas de futebol estão os adeptos, de entre os quais se destacam as claques. As claques de futebol são porreiras. Sinceramente, gosto de vê-las lá nos estádios a berrarem até ficarem sem voz. Quem também gosta muito das claques é a Polícia e os "Stewards", porque estão sempre ao lado das claques. É bonito ver esta amizade que dura tantos anos... e vê-los a fazerem "mosh" quando há algum golo da equipa contrária... são coisas como esta que tornam o futebol bonito.

O campo de futebol é verde e é lá que decorre a acção do jogo. Depois de 90 minutos de jogo, mais coisa menos coisa, o jogo acaba e aí a acção passa para os jornais desportivos durante o resto da semana até ao jogo seguinte.

Isto tudo é muito interessante (ou talvez não), mas o que me intriga mesmo são aquelas pessoas que analisam tudo e mais alguma coisa de uma forma exageradamente simplista. Aquelas pessoas que vêm o futebol como apenas "11 tipos de cada lado atrás de uma bola". Se formos a analisar tudo assim, respirar passa a ser apenas "inspirar e expirar periodicamente para viver". Ver a vida dessa forma não faz muito sentido, mas não me apetece dissertar sobre a importância de viver e de não-sei-quê, não-sei-que-mais e tal, deixo isso para quem gosta de o fazer.

E os americanos, porque raio é que insistem em chamar "football" àquele desporto em que os tipos correm de um lado para o outro com a bola, que é "OVAL", nas MÃOS? "Foot" quer dizer PÉ e "ball" quer dizer BOLA, que é definida como "qualquer corpo esférico", ou seja, não-oval. Os americanos são estranhos, mas sobre os americanos eu falo um dia destes... ou talvez não, o que não falta aí é gente a falar mal deles, e não quero ser mais um.

Para concluir, o futebol, assim como todas as outras coisas, tem o interesse que cada um de nós lhe queira dar. Acima de tudo, o importante é olhar para os dois lados antes de atravessar e comer muitas verduras, assim como lavar os dentes depois de cada refeição (E cá está, mais uma vez o "Diário de um desesperado" faz serviço público! Este blog é "daqui"!... pensando melhor, não.).

Vou dar de comer à iguana.

Ah, é verdade, a capital do Bahrein é Manama.

Tenham medo. Muito medo.

Dia 30 - Chupeta

E aqui estou eu outra vez, já passou algum tempo desde a última vez que escrevi aqui alguma coisa, mas isso agora também não interessa para nada porque perder tempo a constatar o óbvio é tão útil quanto acreditar que o mundo é plano e que isso tem alguma influência no comércio dos iogurtes de baunilha. Mas pronto, os exames foram mauzinhos e fiquei sem tempo para fazer alguma coisa de inútil, como escrever aqui... ou então não.
Mas vamos ao que interessa, hoje não vou debater alguma possível conspiração que Os envolva, mas sim falar sobre algumas banalidades do mundo actual. Esperem só um bocadinho....

(Ouvem-se quatro tiros de caçadeira)

Não é horrível quando os vossos vizinhos decidem fazer obras em casa justo na altura em que vocês estão a fazer alguma coisa que requer um bocado de concentração? E não é chato que isso não tenha nada a ver com o tema de hoje?
Vamos então às banalidades...
Creio que já disse há uns posts atrás que o Mundo em que habitamos é esférico, embora ligeiramente achatado nos pólos, e que esse Mundo é habitado por seres que têm a particularidade de habitarem este Mundo, e isso é um facto a ter em conta.
Outra questão importante é... pronto, não é assim muito importante, e não sei se será mesmo uma questão, porque isso implicaria a colocação de um ponto de interrogação no final da frase, mas como não me lembrei de outra forma de introduzir um assunto diferente do anterior usei esta expressão para o fazer, e cá vai o assunto: Naaa, esqueçam, não era assim tão fascinante.

Como não tenho mais banalidades, vou falar sobre os bebés. Cá vai:
Os bebés são pequeninos. Mas depois crescem, e aí já não são bebés. Há quem os chame de "recém-nascidos" e há quem os chame pelo nome, e isso é uma boa forma de os chamar, porque se eles têm um nome, tem que servir para alguma coisa. Continuando, os bebés têm a particularidade de aparecerem ao mundo depois de passarem, em média, 9 meses dentro da "barriga" da mãe. E isso é giro, porque é um bom sítio para estar. Todos nós lá estivemos e quando saímos cá para fora, processo a que alguns de nós chamam de "nascer", é ver-nos a chorar como se não houvesse amanhã, e isso decerto significa que se estava bem lá dentro. Depois do bebé nascer, é ver os familiares a anunciarem ao Mundo o nascimento. E isso geralmente é feito com palavras, o que é uma boa forma de o fazer, mas também se pode fazer com gestos, só que aí a mensagem estará limitada aos receptores que consigam de alguma forma ver o emissor, e isso limita um bocado. A única desvantagem da utilização das palavras é a necessidade de saber ler (no caso da palavra escrita) e ter ouvidos que funcionem (no caso da palavra falada). Essencial a isto tudo está, obviamente, o conhecimento do código utilizado.

Ao bebé geralmente são associadas expressões como: "Ai é tão fofinho!", ou "Ai que coisinha mai' linda", ou então o popular "Ai Ai". Verifica-se então a necessidade de começar qualquer frase que se refira ao pequeno infante com a interjeição "Ai", que não é só a junção de duas vogais, mas também indicador de dor e alegria.
O bebé em questão é encarado também com aquela vozinha que quase toda a gente tem tendência a fazer, o denominado "baby talk", ou então em português, o falar "abebézado", ou lá como isto se escreve. É então apresentada ao bebé a primeira noção do que é simplesmente parvo. E aí coloco a primeira questão:
- Quem é que inventou esta voz? Quem teve a ideia genial de transformar a nossa língua numa mistura estranha (à falta de melhor palavra, uso esta) de fonemas que são imperceptíveis a todos, mesmo ao bebé? E este, ao invés de ouvir as palavras da sua língua natal (ou Carnaval ou Páscoa, ou até mesmo o Ramadão, que isto é para todos) logo ali, fica meio perdido a olhar para o sujeito que profere tais palavras, se é que posso chamá-las assim, e no fim, compreendendo a necessidade de demonstrar sentimentos bondosos, tais como a compaixão e misericórdia, ri-se e atira-lhe com qualquer coisa que tenha na mão. E isso é interessante. Mas prosseguindo, eu até nem queria escrever muito sobre os bebés, mas eles merecem, afinal todos nós já fomos um (houve alguns que foram dois, mas sobre esses não me apetece falar) em alguma altura das nossas vidas. Embora este tema seja um bocado interessante, estou cansado de escrever a palavra "bebé", por isso vou falar dos pais. Os pais só se tornam pais quando nasce o ser referido na maioria das frases atrás, até lá são simplesmente um casal. É a partir da altura em que são pais que começam a perceber as denominadas responsabilidades de o serem. O ser em questão precisa de muita coisa, mas acima de tudo precisa do carinho e devoção dos pais.

Passados uns tempos, chega a altura dos primeiros passos e das primeiras palavras. Geralmente esta fase é acompanhada por uma fase de histerismo saudável dos pais, que procuram registar tudo que o supra-citado "ser" faz de novo. É fotos, vídeos, e outras coisas que agora não me lembro, tudo ali com o devido sujeito a dar os passinhos e mandar os primeiros bitaites a todos os ouvidos. Neste último caso, as fotos não são assim tão eficazes, porque não.

Uns anos depois, já deixam de ser bebés (ainda não me cansei de escrever a palavra no plural), e depois fazem as suas histórias, decidem o seu caminho e tornam-se qualquer coisa, boa ou má, não interessa.

De momento os leitores que ainda não foram fazer outra coisa qualquer devem estar a pensar:
"Este tipo deve ter o relógio biológico a dar horas, ou então andou a ler livros de puericultura a mais neste princípio de férias... Bebe só água, Oh Tu!"
A esses pensamentos eu digo isto..... Pronto, já está, não o repito.

=== Parte "assim para o esquisito" do Post===

Os bebés apresentam a última réstia de inocência na sociedade conturbada de hoje. É lógico que todos crescemos e não faz sentido portarmo-nos como criancinhas depois de o sermos, temos de associar à nossa idade mental as nossas atitudes, mas não devemos nunca deixar que a nossa "criança interior" seja silenciada pelas idiotices características do "ser crescido". Sejamos crianças no riso, na espontaneidade, no aproveitar das coisas boas da vida. Quanto às pseudo-formalidades próprias de "ser crescido", deixem lá isso.

===Fim da parte "coiso" ===

Bem, já escrevi muito.

Pensionistas, Noddy, Avestruzes e a Eles no geral... estou de férias.

Boas férias, planeta Terra.

quinta-feira, junho 08, 2006

Dia 29 - o 'SixSixSix' e tal...

Eu estava para escrever isto há uns dias atrás, para maior impacto nas mentalidades dos (3) leitores que perdem o seu tempo com isto, mas só pude fazê-lo hoje, por isso não percam tempo e vão para outro sítio enquanto é tempo.

Cá vai:

Há dois dias atrás foi dia 6 de Junho de 2006, e a data, quando vista da forma clássica, ou seja, a fazer o pino depois de fazer três mortais encarpados à retaguarda, dá um número giro que é por muitos associado ao conceito da Besta (06-06-06). Não, não me estou à referir a uma das personagens dos X-Men (aquele tipo grande e azul, mas não peludo e azul), mas sim ao "Devil", "Mr.666", "His Infernal Majesty" ou outros epítetos que lhe possam ser atribuídos. Como não podia deixar de ser, houve muita gente que se aproveitou desta curiosidade para campanhas publicitárias a filmes e para elaborar as típicas teorias da conspiração sobre a chegada do fim do Mundo e outras que tais, já tão costumeiras entre nós.
Na sequência do último post, não vejo porque é o que senhor de Vermelho não há de ter um dia só para si, se formos a ver até existe gente que nutre alguma simpatia por tal personagem.

A Sociedade no geral e os papa-formigas de "Saint John's", capital de Antígua e Barbuda (não a Odete Santos mas a nação das Caraíbas, constituída pelas ilhas de Antígua, Barbuda e Redonda) associam frequentemente o "Senhor das Chamas" a coisas más, e pensando em coisas más, vem-me ao pensamento a questão do fim do mundo.

Mas porque é que há tanta gente com medo do fim do Mundo? Qual é o grande problema do Mundo acabar? Passamos os dias a queixarmo-nos que isto está mal, e que assim não dá, porque não acabar com o Mundo de vez?

Isto é tudo muito giro e tal, mas há um pormenor de grande importância que é descurado: No fim do Mundo será que se consegue arranjar pão quente em condições?
Há uns dias comentava estes assuntos do fim do mundo com a minha iguana azul-escura, e ela disse algo que me deixou a pensar, e isso não acontece muitas vezes...
- "... mas sabes, 'Oh Tu!', O meu problema não é que o mundo possa acabar amanhã, o problema é arranjar um bom dentista a essa hora."
E depois de dizer isso começou a dançar ao som do hino da Nigéria e enrolou-se dentro de uma meia cor-de-laranja.
E isto passou-se.

Na minha opinião o que chateia o pessoal quando pondera sobre o possível fim do Mundo não é que as baleias, os atuns, os gnus, os gatinhos, as focas e os golfinhos bebés possam ficar sem habitat, mas sim o facto de, se o Mundo acabar, acabam os pretextos para se queixarem, e no fundo é isso que o "povão" gosta.

Analisemos. Afinal quais seriam os "prós e os contras" de um possível fim do mundo
Prós:
1. - Acabam os pensionistas.
2. - Os pensionistas vão embora.
3. - Nunca mais temos de ceder o lugar aos pensionistas nos autocarros.
4. - O Nel Monteiro deixa de cantar.
5. - O Marante já não precisa de usar capachinho.
6. - Não precisamos de procurar mais o Wally no meio da multidão, porque já não há multidão.
7. - É mais fácil arranjar lugar para estacionar, mas a grande questão aí será "Porquê?" e "Para quê?"(Sim, são duas, mas eu posso)
8. - O Noddy vai embora com os pensionistas.
9. - "Eles" emigram para outro planeta, no qual se dedicarão ao negócio das farturas.
10. --- Mais uma vantagem, a ser inserida pelo leitor a seu bel-prazer (mais um grande exemplo de interactividade! Ah, isto sim é um blog moderno!) ---

Contras:
1. - Acaba este magnífico blog
2. - Chega ao fim o "Diário de um desesperado"
3. - Aquelas tailandesas que fazem massagens com os pés vão embora.
4. - Acaba o Carnaval no Brasil e os biquinis de fio dental.
5. - As imigrantes de Leste têm de sair de Portugal (Isto é mau de mais... chuif...)


É verdade que o fim está próximo... mas não quero saber, deixem lá as imigrantes de Leste ficarem por cá.



Por favor?


Tenham medo. Tenham muito medo.

Ou então não.

quinta-feira, junho 01, 2006

Dia 28,5 - Os pequeninos

Em virtude do último post ter sido um pouco extenso, já houve muita gente que me chamou nomes feios e que até ameaçou fazer-me coisas más com clips amarelos e com fósforos queimados. Ah, e ainda houve gente que me acusou de me ter esquecido do dia de hoje e da sua importância. E têm razão, esqueci-me mesmo. Mas cá vai.

Há pouco olhei para o calendário e apercebi-me que o dia de hoje não só corresponde ao primeiro dia do mês de Junho, como também corresponde ao dia Internacional da Criança. Isto é tudo muito bonito e tal, mas eu considero de alguma irresponsabilidade darem um dia, ainda por cima Internacional, a crianças, quando já está provado que fenómenos como o "Noddy" e outros que tais são autênticos fenómenos de popularidade junto destes aparentemente inofensivos seres.

Mas já que os restantes dias são dedicados aos outros seres e estes não fazem nada de útil com isso, porque não darmos 24 horas aos putos, afinal eles são o futuro... ou não.

Mas isto dos dias Internacionais e não sei quê fez-me pensar... há muitos dias do ano que são dedicados a tudo e mais alguma coisa. É provável que no meio da lista também exista o dia do Pensionista que ouve TOY ou o dia Mundial do Clube de fãs do Nel Monteiro, mas há uma parte de mim que ainda é criança e ingénua e acredita que ainda não se lembraram disto.

Eu não compreendo a necessidade de dedicar dias a este ou a aquele acontecimento. É estranho, para dizer pouco. O quê, é a partir do momento em que dizemos "Hey, hoje é o dia Mundial da tosta-mista e do Ice-tea de Manga" que as pessoas vão passar a andar na rua com t-shirts amarelas e a dançarem ao som de "Na minha cama com ela", ao estilo dos musicais da Broadway? É mesmo preciso isso? E como é que é possível que existam dias dedicados a mais do que uma coisa, como o caso do 10 de Junho "Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas". Como é que é aí? Afinal o dia é de Camões, é de Portugal ou pertence às Comunidades Portuguesas? Não era melhor se fizessem "O dia de Portugal até às 8horas da manhã, de Camões das 8 até Às 16horas e das Comunidades Portuguesas das 16 às 24 horas"? Assim dessa forma dava tempo para festejar cada uma das coisas de forma separada... não?

E para acabar, que não me apetece escrever muito mais...

Os "Dias Internacionais" disto ou "dias mundiais" daquilo até são engraçados, mas não servem para nada, só para nos recordarmos daquilo que esquecemos todos os dias. O que era mesmo giro era haver um "dia mundial do Desesperado"... xii... isso sim.

Bem, vou embora. Se entretanto se lembrarem de mais algum dia que pudesse ser interessante implantar, façam o pino e cantem três vezes o hino do Gabão ao contrário e guardem a ideia para vocês, ok? Ou então deixem aí na zona dedicada ao efeito, pode ser?

Tenham medo. Muito medo.

Dia 28 - Xiii...

Já lá vai algum tempo desde a última vez que escrevi... podia dizer que não tive tempo, mas não me apetece... podia até dizer que não tenho tido paciência para escrever, mas isso é muito batido... podia dizer que vou escalar o Evereste só com a ajuda de dois palitos, mas como isso não acaba em X não faz sentido nenhum nesta altura do ano, principalmente por requer a utilização indiscriminada de borracha e de elásticos azul-bebé, e eu sempre fui muito amigo dos dias impar e das canetas BIC.

Mas vamos ao que interessa, começando pelas coisas interessantes que se passaram desde a última vez que escrevi aqui e que não podem deixar de ser referidas. Este "coiso" a que alguns(mas poucos) chamam de blog completou um ano de existência, e isso é muito bom, porque é sinal que Eles ainda não me apanharam e que há girafas que ainda acreditam no Pai Natal e no regresso do Avô Cantigas, AKA "Vingador do Pensionista de Pijamas", às corridas de Nascar. A registar também o aniversário de um blog de dois grandes malucos que também andam por aí a escrever algumas coisas bastante interessantes. Lasanha e Bacalhau, um abraço para vocês.

Continuando com as coisas interessantes, hoje vou escrever sobre... pois, não sei sobre que é que vou escrever, por isso vou escrevendo e no fim digo-vos o tema, pode ser?

Ontem estava a andar na rua e apercebi-me de algo muito interessante, mas isso felizmente passou e continuei a andar. Mais tarde lembrei-me que tinha deixado a janela da marquise aberta, mas isso não fez com que as janelas se fechassem sem mim. Depois atravessei a rua para perceber que realmente a vista é diferente quando optamos por mudar de posição relativamente a determinado referente. Um pouco mais à frente fui interpelado por aqueles seres realmente irritantes, e não há ninguém que já não os tenha visto:

Os tipos que andam a fazer questionários nas ruas.

Sempre de um lado para o outro, com umas folhinhas na mão, lá estão eles, a olhar para os transeuntes e a escolherem com o sangue frio de autênticos psicopatas com mau hálito qual será a próxima "vítima". E quando esta se aproxima eles disparam com a primeira pergunta:
"- Boa tarde (ou bom dia, conforme as circunstâncias), posso fazer-lhe umas perguntinhas rápidas?"
Ao que as pessoas geralmente respondem com um "Não tenho tempo" ou então "Hã?"

Se porventura há alguém que não se coloca no Bahrein, debaixo de uma palmeira, antes destes tipos chegarem à segunda pergunta, está sujeita a ter de aguentar com eles e a formular opiniões sobre temas importantíssimos e prementes para a Sociedade do Século XXI, como a relevância dos iogurtes de aromas quando confrontados com a hipótese de se sujeitarem a pedaços, "Aipos - o porquê de serem um vegetal estranho", "Clips - com ou sem borracha" ou a dúvida existencial que se coloca a qualquer pessoa: "Pêssego - Em calda ou ao natural".

Mas quem é que inventa isto? Porque é que temos de analisar a acidez do iogurte X em função do iogurte Z? E para que é que isso interessa? E quem sou eu? Não, esqueçam esta última pergunta. A sério, eu até compreendo que as empresas queiram ouvir algum feedback dos possíveis consumidores dos seus produtos, para melhor os satisfazerem mais tarde, mas é mesmo necessário espalharem pelas ruas aquelas pessoas? E quem é o génio que inventa as perguntas? "De uma escala de 1 a 10, na qual 1 representa "Nada satisfeito" e 10 representa "Muito satisfeito, como classificaria o sabor dos nossos produtos?", ou até "Se tivesse de escolher uma corda para se enforcar, qual seria o seu critério principal? Resistência do material ou elasticidade?"
E podia continuar, mas não vou.

Estes inquéritos são, nem mais nem menos, que uma forma d'Eles recolherem informações à primeira vista completamente desnecessárias para mais tarde investirem em força e controlarem de vez toda a nossa existência. E como é que eles fazem isso? - perguntam vocês que ainda não estão noutro sítio a fazer algo de realmente útil. E eu respondo. É muito simples. Eles metem umas câmaras mínusculas dentro dos produtos e quando um tipo incauto os compra e coloca no interior do seu lar, as câmaras registam todos os pormenores sórdidos da sua vida e mais tarde, um robô sai de dentro do produto e teleporta-se ou então atira-se pela pia abaixo , se não tiver passe de autocarro, para ir ter com o Quartel-General e acrescentar a informação recolhida às bases de Dados do seu líder, "O Grande Pensionista". Essa informação é de seguida transformada em tiradas humorísticas para programas da manhã, e essas piadas mais tarde passarão para os restantes sectores da sociedade sob a forma de conversas de cabeleireiro, conversas de paragem de autocarro e de "bocas" de trabalhadores da construção civil.

E qual é a forma de evitarmos tudo isto?
Basta responder a todas as perguntas com a palavra "ATUM". É a única palavra que não consegue ser assimilada e fica sempre bem dizer isto. Enquadra-se em todos os temas e denota conhecimento de várias áreas do saber, tais como a "Indústria do Peixe", "O fenómeno dos Enlatados" e "Palavras que retratem alimentos e que tenham apenas 4 letras", entre uma quantidade obscena (esta palavra é gira) de demais temas interessantíssimos que, se não servem para ganhar alguns trocos em programas da TV, podem sempre servir para impressionar jovens do sexo oposto em festas de beneficiência ou até em jogos de Bingo.

Bem, e o tema de hoje é... pois, é isso.

Tenham medo. Tenham muito medo.

segunda-feira, abril 10, 2006

Dia 27 - Parabéns...

Hoje é um dia bonito... porque este dia em particular, sim, este dia, claro que podia ser outro qualquer, mas não é, é exactamente este dia... meus amigos e caros leitores, este é o dia em que algo muito especial apareceu aos olhos do mundo pela primeira vez, há já uns anos atrás... e não são assim tão poucos quanto isso.... ah... que grande dia é este.
Não, não é o dia do meu aniversário. É outra coisa.

Dentro desta temática, os lutadores de Sumo de uma conhecidíssima província de influência japonesa situada no Nepal decidiram reunir-se para entrarem no livro de Recordes do Guiness, ao fazerem a maior tarte de noz sem colesterol do mundo, usando apenas cascas de banana e livros do Saramago. Quando indagados sobre o porquê da utilização dos livros do escritor luso na execução deste bizarro feito, um deles, de nome estranho demais para mencionar, disse:

- "Why? 'Cause you gotta be 'nuts' to read them!"

Ao que o entrevistador, e também cinto de segurança (o gajo que fica à porta das discotecas de anorécticos) nos tempos livres, pegou no homem, encheu-o de selos e enviou-o para o talho. Que talho? Qualquer um, não interessa.

Mas vamos ao que interessa... ou então não. Hoje vou falar-vos da importância de embalar porta-chaves e peluches de trutas na sociedade contemporânea e a crescente necessidade de fazê-lo com bom hálito.
Enquanto falo, posso ir escrevendo aqui qualquer coisa referente aos aniversários

Os aniversários. Por muitos considerados como "o dia em que se nasceu", e por outros considerado o "dia em que supostamente devemos receber prendas por faltarem menos anos para ficarmos seis pés abaixo de terra", os aniversários são exactamente os dias em que se celebra mais um ano de existência e, por pura coincidência, esses dias coincidem com o dia em que as pessoas nasceram, ou dado evento aconteceu.
Eu podia ficar por aqui, e o mundo podia acabar amanhã, mas é melhor não... ora, qual é a coisa que mais me intriga... bem, não me intriga propriamente, mas já me fez pensar um bocado, há coisa de uns dias atrás... agora que penso nisso... foi durante o OviBeja... aqueles caprinos e bovinos, esses sim, intrigam-me verdadeiramente... Mas retomando e continuando, dentro desta temática dos aniversários, o que me deixa um pouco pensativo são as denominadas "Festas de aniversário".
O que são as festas de aniversário? - perguntam vocês. Ora, não sejam parvos, quem de nós é que nunca esteve numa festa de aniversário? Ao menos na nossa própria. Mas continuando...
Decerto que todos nós já vimos o dia do nosso aniversário aproximar-se, e decidimos festejá-lo com a organização da "festa", por iniciativa própria ou por influência das entidades paternais ou maternais.

As primeiras festas de aniversários são sempre engraçadas, mais de metade dos participantes não chega à mesa na qual estão depositados os típicos aperitivos e snacks, tais como os "bicos-de-pato" com queijo ou fiambre ou uma combinação dos dois, ao que se juntam os croquetes e rissóis, a mousse de chocolate, a gelatina, as garrafas de Vodka (não, estas geralmente não estão na mesa, mas a maioria dos pais e todos aqueles que, de uma forma geral, não se identificam com a postura de vida dos Teletubbies desejavam que lá estivessem pelo menos três por pessoa), e outras coisas que não me apetece referir agora, e os petizes lá passam o tempo na mais bela correria com os chapelinhos coloridos de papel na cabeça, numa azáfama só comparada às migrações periódicas dos perús albinos da Tailândia. E depois lá vem o bolo, decorado com uma ou mais velinhas. Todos comem aquilo e põem-se a andar para casa.

Com o passar do tempo as exigências do aniversariante vão mudando, e lá começam a querer sair de casa, ir ao cinema... (esta é sem dúvida a melhor maneira de um jovem confraternizar com outras jovens do sexo oposto em locais escuros nos primeiros anos da sua adolescência). Ao chegar perto da maioridade, o pré-homem/pré-mulher (ou lá como queiram chamá-lo) começa a pensar em ir às discotecas, ou seja, locais onde está sempre escuro, onde o alto volume da música (ou lá como queiram chamar aquilo) impossibilita a comunicação entre jovens de sexos opostos, o que se revela bastante positivo, e, só para resumir, os jovens conseguem pela primeira vez meter conversa com outras jovens, fruto da existência de um dos maiores desbloqueadores de receios e gatilho da veia "disparatesca" de qualquer um: o álcool.

Só para concluir:
As festas de aniversário são simplesmente a melhor forma de passarmos 3 horas, sendo optimista, sem falar com o aniversariante. Basta circularmos pelo recinto, de preferência de copo na mão, e fazermos conversa com algum dos presentes (de preferência os que estão desembrulhados), e (se possível, claro) com as pessoas que estão lá.
Por momentos pensei em fazer um comentário de índole humorística à música que se canta em todos os aniversários (aquela do "Parabéns a você... nesta data querida..."), mas não é preciso. Basta ouvir a letra... "parabéns a você"? Estamos na festa de alguém que conhecemos, dignamo-nos a comprar-lhe uma prenda, e ainda temos de a tratar por "você"? Se fosse pensionista, até compreendia... mas que raio é que estaríamos a fazer numa festa de aniversário de um pensionista, sabendo que lá o que "bate mais" são os medicamentos para as hemorróidas? E não posso deixar de falar da música dos ingleses. Para facilitar, eles repetem simplesmente a mesma frase várias vezes, num claro sinal de esforço criativo... sem esquecer claro da referência ao nome da pessoa, isso dá sempre jeito.

===Parte lamechas do post===
Todos nós fazemos anos e todos nós envelhecemos, o principal é decidirmos se queremos fazê-lo com um risco na parede, como se estivéssemos na prisão e contássemos os dias que faltam para sairmos de lá, ou se queremos desfrutar cada dia que passamos aqui junto de quem nos diz alguma coisa... com o barrete colorido na cabeça ou não.
===Fim da lamechice===

Para quem faz anos hoje, ou celebra qualquer data importante, tenham um dia feliz, e se o dia não for feliz, procurem as garrafas de vodka na mesa...

Tenham medo. Muito medo.

sábado, março 11, 2006

Dia 26 - Abram alas...

Pois é, eu disse que ia falar dele, e cá está...

Para os possíveis leitores que lêm este blog, se porventura têm andado conscientes nos últimos três anos, mais coisa menos coisa, decerto terão notado o aparecimento de um "fenómeno"(se é que posso utilizar esta palavra) nos desenhos animados. É pequeno, tem olhos esbugalhados e tem um ar assim para o... pronto, parvo. (Não, não estou a falar do Marques Mendes.)
Pronto, para não me delongar mais, eu digo quem é:

O Noddy.

O Noddy é um desenho animado estranho. Podia dizer-vos porquê, mas não me apetece. Quer dizer, basta ver dois minutos daquilo para percebermos que algo está mal.

Analisemos:

A série começa como qualquer outra série de animação. Eles lá inventam ou adaptam para português a música original da série e pronto... "Abram alas para o Noddy... lala la la la laaaa - complementada com buzinas - Abram alas para o Noddy... lala la la la laaaaaa (num tom abaixo) e etc...", e vemos lá o coitadito a andar de um lado para o outro, enquanto passa pelas restantes personagens. Esta é uma das formas mais clássicas de apresentar as personagens de uma série e manter o dinamismo do programa.

"- Mas até agora tudo bem. Não há nada de novo... mas porque raio estou eu a perder o meu tempo a ler este texto? " - perguntam-se vocês. E eu respondo:
- Não faço a mínima ideia.

Continuando...
É a partir da altura em que começamos a observar as acções do "coiso" que surgem as questões...
- Alguém me explica porque é que aquele ser é o único da cidade a ter um carro e um avião?
- Será que se comer tremoços com leite condensado, me transformarei no Super Espinafre, esse defensor das quenopodiáceas, das leguminosas e hortaliças em geral?
- E porque é que aquele polícia redondo não o multa nem o espanca até à morte, quando ele quase o atropela, mesmo em cima de uma passadeira?
- Que conteúdos ocultam aqueles embrulhos suspeitos que o.... pronto, vocês já sabem quem é... anda a distribuir pela cidade?
- Porque é que eu ando a perder o meu tempo a conjecturar sobre uma série de animação?

E mais questões, que não coloco aqui, porque não me apetece.

Desde então, tenho ocupado grande parte do meu tempo (pronto, 10 minutos) a estudar esta questão e há uns tempos atrás tive uma revelação, uma espécie de epifania aquando do começo de mais uma história do aparentemente inofensivo gnomo, ou lá o que aquilo é.

É chocante, pode abalar com algumas concepções dos caros leitores e até pode fazer lacrimejar os mais sensíveis, mas cá vai.
O Noddy é, nem mais nem menos, que um vendedor de estupefacientes, um dealer, que através dos seus contactos com aquele anãozinho que aparece sempre rodeado de fumos azuis, exerce uma ditadura de medo na denominada "cidade dos brinquedos".
"- Mas e a polícia, não faz nada?"
A polícia não o prende porque ele suborna-os com aqueles pacotes que o vemos entregar logo no início da série... não acham estranho só existir na cidade inteira UM polícia, e ser logo aquele?

De momento os leitores mais sensíveis e defensores do bom-senso podem estar a pensar:
" - Ah e tal, mas o Noddy é um simples taxista, que vai entregando encomendas importantes aos habitantes daquela cidade! Os maus são aqueles dois gnomos que andam lá sempre a fazer 'malandrices', esses sim é que deviam ser o alvo das tuas críticas, Oh tu!"

Pois saibam esses dois gnomos são agentes à paisana que continuamente vão vendo frustrados os seus planos de captura desse barão da Droga, em virtude do conluio que este mantém com as forças policiais locais.

Ah, e a aquela macaca e a outra miúda, cujos nomes não vale a pena revelar, são as guarda-costas do "coisinho".

É necessário que estas verdades sejam reveladas. Não podemos deixar que os pequenos infantes portugueses cresçam com este tipo de modelos.
Mães, olhem duas vezes antes de atravessar a rua. Reflictam se expôr as vossas crianças a sessões contínuas de auto-flagelação com tortas de morango e beterrabas azuis-escuras não será uma alternativa mais saudável à visualização dos actos desta personagem sombria.

Por muito estranho que pareça, Eles não estão envolvidos nisto.
Ainda não descortinei qual é a participação dos pensionistas nesta questão, se alguém souber, pode deixar a sua contribuição na zona dedicada ao efeito.

Hoje o Noddy... amanhã o Mundo.

Tenham medo. Tenham muito medo.

quinta-feira, março 02, 2006

Dia 25 - Ninguém leva a mal... pois

Pois é, eu sei que já se passaram alguns dias desde a última vez que escrevi, e supostamente era neste espaço em que diria alguma coisa que justificasse a minha ausência do panorama bloguístico, ou então eu podia desculpar-me com um qualquer ataque em massa de máquinas de venda automática ao mundo das leguminosas e angiospérmicas em geral... mas NÃO! Não vou recorrer a esses subterfúgios, vou simplesmente justificar-me com um "Não me apeteceu".
Mas pronto, sigamos em frente....

Caso não tenham reparado, os últimos dias foram preenchidos pela celebração de um fenómeno a que alguns se atrevem a chamar de "Natal sem as prendas, sem o subsídio, sem o pinheiro, sem o Pai Natal, sem as renas, sem as férias e sem o bacalhau", e existem até aqueles que o chamam de "aqueles dias estranhos em que o pessoal sai de casa para ir para à rua para voltar mais tarde a casa depois de sair da rua". Eu, particularmente, gosto de o chamar de, simplesmente, "Entrudo". Ou então "Carnaval".
Muito bem, os caros ... 3 leitores que neste momento perdem o seu tempo a ler estas linhas devem estar a pensar:
"- Oh pá, este gajo já se calava com estas manias da conspiração. O que será que ele vai inventar para denegrir tão importante época de celebração e maluqueira?"

O Carnaval é giro... no Brasil. E porquê no Brasil? Porque lá está calor! Tem praias! Há o samba! Há biquinis de fio-dental que têm o hábito de habitarem os corpos que andam por lá, corpos esses repletos de curvas e contra-curvas - que lhes ficam terrivelmente bem - !

Basta ver na televisão a cobertura do Carnaval do Rio... existem dois tipos de fatos usados... ou são aqueles adornados com tudo e mais alguma coisa (suspeito que alguns daqueles fatos têm mesmo auto-rádio) e que tapam o corpo todo com penas gigantes, araras e texugos cor-de-rosa em PVC, ou então eles optam por usar... nada. Estes últimos são, sinceramente, os meus preferidos... haja saúde.

E qual é a melhor forma de Portugal festejar o Carnaval? Imita os brasileiros!!

Senhores que mandam nessas cenas do Carnaval e não sei quê...
JÁ REPARARAM QUE EM PORTUGAL ESTÁ UM FRIO DO CARAÇAS PARA O PESSOAL ANDAR NA RUA VESTIDO SÓ COM PULSEIRAS E COLARES? O PESSOAL ANDA ASSIM NO BRASIL PORQUE LÁ, acreditem ou não, ESTÁ CALOR!

Não, não estou contra os trajes minimalistas, antes pelo contrário, mas há zonas em Portugal nas quais nevou há poucos dias! A neve é fria, acreditem ou não.

Claro que existem as alas mais conservadoras, ou lá como queiram chamar, que optam por fazer um Carnaval tradicional, com os ditos "Gigantones"(aqueles bonecos com uma cabeça enorme, em que só se vêm uns bracinhos em baixo a abanar), ou então aqueles tipos que se vestem com uns fatos cheios de fitas coloridas e com uma máscara e andam a fazer "tropelias" (como eles gostam de chamar) pelas ruas das aldeias... e depois existem aquelas cerimónias de "enterro de qualquer coisa" em que eles queimam numa fogueira uma qualquer personagem (representante de algo) e conseguem arranjar maneira de lançar críticas à sociedade em geral enquanto a enterram... (a cena, entenda-se).

Não tenho nada contra este tipo de celebrações, é uma boa forma de exorcizarmos os nossos demónios pessoais, aliás eu também tenho um (o Arnoldo), e um dia destes ou o exorcizo à estalada ou então jogo à Batalha Naval com ele até um de nós começar a cheirar a Cheetos.

Até agora, tudo bem, mas qual é a ideia de porem PENSIONISTAS VESTIDOS DE NODDY a desfilarem pelas ruas, hã? Acham bem traumatizar as crianças e quaisquer outros espectadores que tenham um QI e uma sensibilidade visual superiores a uma batata? É mesmo necessário vermos aquilo? E, como se isto não fosse suficiente, porque é que existem aqueles senhores que insistem em se vestir de mulheres e desfilam pelas ruas? "É para a loucura e para a maluqueira", dizem eles, "Isto é só uma vez por ano", "A gente veste-se assim porque gosta de borga e de CORTIR (leram bem, é 'cortir' mesmo), e a gente somos homens à mesma, isto das mini-saias e do batom fica só cá fora"

===Parte assim mais para o sério e, quidsapit (quiçá), de pendor crítico do post:===

Eu não pretendo criticar ou mesmo pôr em causa a masculinidade de tais seres, mas se querem ser mulheres, nem que seja uma vez por ano, porque é que não fazem a depilação, ou vão passar um dia inteiro num qualquer shopping a visitar trezentas lojas nas quais experimentarão no mínimo 5 peças e farão comentários depreciativos às outras senhoras presentes em virtude ou do decote que apresentam (o qual vocês consideram "escandaloso") ou do seu excesso de peso, quem sabe para esconder os vossos próprios defeitos. Ou então porque não experimentam ter um filho, sei lá, qualquer coisa que vos faça dizer mais tarde "EU FUI UMA GAJA POR UM DIA!"... qualquer coisa... menos andar na rua vestidos assim... vejam lá isso, pensem nas crianças... elas são o futuro... são os futuros idiotas que governarão este pobre e coitado país à beira-mar plantado, são os futuros homens-bomba que se converterão ao Islão só por causa da porcaria de um inofensivo cartoon e decidirão transformar um autocarro num cenário de destruição... só porque sim (bem, se fosse um autocarro recheado de pensionistas vestidos de Noddy... até era giro...).

===Fim da altura supra-referida.===

Para concluir, isto do Carnaval até é giro, não o nego, mas não ficava nada mal adequarmos as celebrações à nossa sociedade e à nossa capacidade de nos divertirmos, mesmo quando tudo à nossa volta é sombrio. Para quê imitar e trazer vedetas internacionais para cá, quando temos "palhaços" tão interessantes mesmo no nosso quintal?

Ah, e quase me esquecia... quem é que inventou aquele dizer: "É Carnaval, ninguém leva a mal!" De facto não existe uma melhor justificação para o conformismo...
- Temos um défice lixado e andamos a pagar impostos em demasia? Deixem lá... é Carnaval, ninguém leva a mal!
- Temos um esquilo albino a nascer-nos nas orelhas e, mesmo sabendo isto, o Marante continua a lançar discos e a acreditar que o capachinho dele um dia se fundirá à sua testa de vez? Esqueçam isso, é Carnaval, ninguém leva a mal!


E podia continuar... mas não quero...

Bem, por hoje já chega...


... mas isto do Noddy ficou a moer cá dentro... um dia eu revelo os podres por baixo daquele gorro azul...


Ai Noddy... Noddy...


Tenham medo. Tenham muito medo.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Dia 24 - O dia dos Namorados

Pois é, se repararem na data de hoje, vão concerteza notar que este dia é um dia diferente (quer dizer, não é bem um dia diferente, tem 24 horas como os outros, mas fica bem dizer que é diferente, por isso não reclamem), geralmente dedicado aos casalinhos apaixonados. Para os que vieram ter a este blog por acidente enquanto pretendiam aceder ao site da Al-Qaeda, falo claro do dia 14 de Fevereiro - Dia dos Namorados.
"- Muito bem, e o que é que tem o Dia dos Namorados de tão especial que mereça a tua atenção, 'Oh tu', seu nobre cruzado da sociedade, cuja santa missão consiste em alertar o mundo das conspirações sombrias planeadas por seres aparentemente inofensivos, como os terríveis pensionistas e os cruéis vendedores de farturas?"

E eu respondo:
Não sei. Como hoje me apeteceu escrever e o dia coincide com o dia dos Namorados, achei por bem referir este tópico.


Mas agora que penso nisso, o Dia dos Namorados tem mais que se lhe diga...
Para começar, quem foi o génio, a mente criativa que se lembrou de usar a imagem do cupido para retratar este dia? E porque é que foram pegar na imagem do pequeno infante e transfigurá-la para o adulto?

Sim, eu sei que a imagem do Cupido remonta à mitologia romana como sendo a personagem responsável por que humanos e deuses se apaixonassem, graças às suas setas e não-sei-quê... mas agora a sério, qual é a ideia de ver um tipo gordo, de fraldas, armado de arco e setas, a andar por aí aos saltinhos a espetar setas cor-de-rosa em qualquer casalinho?
Isso não é amor nem paixão, é assalto à mão armada.

Eu até consigo suportar a ideia do Cupido, mas o pior mesmo são as lojas de qualquer shopping nesta altura. É só olhar para a montra: Corações, corações e mais corações. Porta-chaves, canecas, t-shirts, peluches, porta-retratos, canetas, almofadas, postais, etc, etc... e etc... tudo, mas tudo, tem de ter lá um coraçãozinho vermelho, acompanhado pelo portuguesíssimo "I love you".

A sociedade, como não podia deixar de ser, aproveita estas alturas para ganhar dinheiro à custa dos pobres coitados que têm vida a menos e saldo no telemóvel a mais (eu sei que eles andam aí, mas ainda estou para conhecer algum).
E aí aparecem aqueles anúncios televisivos que agora estão muito na moda, aqueles: "Queres engatar, mas não sabes como? Envia já 'Engate' para não-sei-quê, não-sei-quê, não-sei-quê, não-sei-quê e receberás no teu telemóvel a frase que vai mudar a tua vida."
Para não falar daqueles anúncios no qual uma voz jovem e sensual diz "Queres conquistar? Envia já 'Kama' para tal, tal, não-sei-quê, não-sei-quê! E aí vemos as ditas imagens de posições presentes no livro Kama Sutra, recriadas por prestável casal.
Já estão a imaginar o tipo a chegar a um qualquer sítio onde se encontram geralmente jovens do sexo feminino fisicamente atraentes e a dizer, enquanto toca com os dedos dos pés nas orelhas:
" - Então, tudo bem? Já viram, hã? Eu consigo fazer estas posições estranhas! E ainda há mais, eu recebo todos os dias novas posições para experimentar! Não vos dá vontade de virem comigo efectuar acções de grande maluqueira carnal?"
Ao que elas respondem:
" - Não."
E então o jovem vai para a casa, para se dedicar à sua mini-plantação de ananases em calda, essas plantas da família das bromeliáceas, que guarda religiosamente (ou seja, com uma Bíblia em cima) debaixo da cama.

E ainda há mais, num esforço de concretização dos mais intímos desejos que assolam a mente de qualquer "loser"... ahem... pobre coitado, os tais centros de mensagem ainda se saem com estas:
"Queres conhecer pessoas novas? Envia já 'Get a life' para não-sei-que-mais, não-sei-quê, tipo-cenas, tal-e-coiso, e conhecerás montes de pessoas novas.

Querem realmente conhecer pessoas novas? Saiam de casa. Experimentem "falar" com outras pessoas, é capaz de funcionar.

Não tenho dúvida nenhuma que Eles, sim "Eles", foram responsáveis pela invenção de todo este flagelo que são os Centros de Mensagens, sim, esses antros de informação inútil, que vai desde as imagenzinhas idiotas de coelhinhos cor-de-rosa às letras das músicas de Marante e Nel Monteiro. (Estas últimas têm uma grande utilização na eliminação de guaxinins das habitações rústicas presentes nas colinas da capital da Samoa Ocidental, Apia.)
" - Mas porque é que o fizeram? "- perguntam vocês.
Se queres saber a resposta, envia já "Eu sou um gnu" para o Ah-lá-Ver, Portantos, Quer-Dizer, Não-Sei-Que-Mais, ou então atira-te de um penhasco abaixo amarrado a uma ventoinha cor de rosa a pilhas.


É capaz de não ser boa ideia...

===Altura de reflexão e, sejamos sinceros, lamechas do post===
É realmente necessário enchermos a nossa cara-metade de coraçõezinhos para lhe mostrarmos o que sentimos por ela?
As melhores palavras para mostrarmos o que sentimos não estão nos postais, mas sim dentro de nós ( Não, não me refiro a estarem ao lado do estômago, nem em cima da vesícula biliar, nem tão pouco 5 centímetros atrás do baço, aí está outra coisa - o quê ao certo, não sei, mas deve ser alguma coisa).

A todos aqueles que vão passar este dia na companhia da cara-metade, e aos outros que ainda não a encontraram, deixem lá isso dos coraçõezinhos, esqueçam os telemóveis, tenham um dia feliz e... cuidado com Eles.
===Fim da parte de reflexão e da lamechice===

Tenham medo. Tenham muito medo.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Dia 23 - Os escutas

É verdade, mais um dia que passou, menos um dia que falta para passar o próximo.
Hoje não tenho assim grande vontade de escrever, mas existem alturas em que a nossa vontade é esmagada por factos que nos obrigam a agir sem qualquer tempo para pensar, e os disparates falam mais alto que a razão e não sei quê que nos obriga a escrevermos e... já chega, vou calar-me.

Mas bem, como eu ia a dizer, há alturas em que damos por nós em frente a uma roullote de cachorros e as questões existencialistas mais profundas nos atingem de uma forma que nos obrigam a pensar e repensar sobre a nossa vida, ou se simplesmente queremos só mostarda ou só kechup no nosso cachorro.

Ora bem, há pouco tempo estava numa dessas situações e um daqueles enigmas que existem na sociedade, mas que ninguém fala dele, ocorreu-me à mente. Cá vai:

Escuteiros.

O que é que eu posso dizer sobre os escuteiros?

Os escuteiros intrigam-me. Não é por causa dos chapéuzinhos, nem por causa daquela roupinha que usam (bem, se calhar, é em parte), mas o que realmente me põe a pensar é aquele olhar deles... já repararam? Parece que tomaram uma quantidade de narcóticos que os pôs a ver elefantes roxos nas paredes e zebras daltónicas a jogarem xadrez com pinguins. ("Mas como é que consegues distinguir uma zebra daltónica de uma zebra normal?" - perguntam vocês. É fácil, é a zebra que não sabe com que peças jogar.)

Geralmente, a primeira imagem que temos dos escuteiros é a que nos é dada pelos filmes e/ou séries que vêm dos EUA, geralmente há sempre uma cena em que tocam à porta da casa dos subúrbios da "típica" família americana, e lá vemos a escuteirinha, de olhar inocente, a vender aquelas caixinhas das "típicas" bolachas americanas.
E um tipo começa então a pensar:
"Oh pá, é mesmo isto que eu gostava que me acontecesse. Já viste o olhar da míuda? A América é mesmo fixe, a América é 'daqui' (neste momento o indivíduo leva o indicador e polegar direitos à orelha)
Ao que outro indivíduo, presente no mesmo espaço do 1º indivíduo diz:
" - Olha, já paravas de fazer figurinhas parvas em frente à televisão e mudavas para o Canal Parlamento, não?"


Mas prosseguindo, isto dos Escuteiros tem mais que se lhe diga:
Eles até aprendem umas coisas catitas, tipo a fazer nós, construir tendas de palha, ajudar pensionistas a atravessar a rua sem ter a tentação de lhes roubar a bengala e os empurrar para debaixo de um camião TIR, e a conseguir andar no meio do mato de calções sem darem cabo das pernas (ora isso é que eu não me importava de saber).

Mas agora a sério, calções para ir para o mato? Camisinhas de manga curta? O que é que vocês andam a fumar?

E qual é a ideia dos pompons nas meias?
Eu tenho amigos meus que ou são ou já foram escuteiros, e eles dizem que "é muito bonito ser escuteiro, porque andamos lá pelo mato, e vamos fazer campismo para sítios muito bonitos e não sei quê, e há dias em que nos sentamos à volta da fogueira e cantamos o "Kumbaya" até serem, sei lá, 10 da noite! Vê lá tu a maluqueira, hã?!"
Pois, mas quando eu lhes pergunto sobre os pompons, eles dizem: "Ah e tal, isso dos pompons é uma cena de... bem, é tipo... coiso, porque... olha, eu acho que me estão a chamar ali..." e depois regam-se com gasolina e atiram-se da janela abaixo, só para disfarçar.

Mas ao que parece os escuteiros lusos também se saem com iniciativas de cariz solidário, e louvo-os por isso, mas era mesmo necessário fazerem aqueles calendários e porta-chaves? A sério, vejam lá isso... uma massagenzita, vá lá, ou até mesmo um número de malabarismo, isso até é giro... pensem nisso, vá lá.


Eu sei... foi fraquinho....

Bem, vou voltar para a cama.

Tenham medo. Tenham muito medo.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Dia 22 - A neve até é gira...

Muito bem, eu até nem queria dizer nada hoje, por isso vou apenas escrever...
Não sei se repararam, mas parece que tem nevado aí por Portugal Continental, nem as praias da Figueira da Foz e nem mesmo o Algarve, essa colónia estrangeira em Portugal, escaparam àquela coisa branca que cai do ar (não, não me refiro à caspa).
Até agora tudo bem... mas neve no Porto, que é bonito, isso é que não!!
Senhores que mandam aí no tempo, os denominados "manda-chuvas" ou neste caso, "manda-neves", qual é a ideia? Que mal é que os portuenses lhes fizeram para não merecermos um bocadinho de neve? A sério, nem era preciso muito, só um bocadinho...

Mas afinal qual é a "panca" das pessoas com a neve? Qual é a piada de levar com cenas geladas na cabeça? Não sei se já repararam, mas aquilo é frio...
Analisemos bem esta situação: Estão vocês no "quentinho", passa na televisão o vosso programa preferido, tudo está bem... de repente, olham para a janela e vêm que está a nevar, ou seja, água congelada precipita-se sobre o solo sob a forma dos denominados "flocos".
E qual é a reacção típica?
O sujeito em questão levanta-se, sai do já referido "quentinho", mete um casaco e sai para a rua, para brincar com o gelo!! Se fossem só as crianças eu até percebia, mas não! Jovens, adultos e mesmo os pensionistas, saem do conforto para meterem as mãos no gelo!! E como se isto não bastasse, ainda insistem em arremessar bolas de gelo aos seus semelhantes... e eles TUDO BEM!!!
Existe uma explicação plausível para este evento, felizmente consegui obtê-la, aliás, esta temática é alvo do meu interesse há cerca de... bem... mais 25 a dividir por 3... noves fora... ok, 5 minutos... Graças à ajuda do extremo-esquerdo da equipa de matrecos (a azulinha) da casa do povo de Doha (capital do Qatar), pude concluir que a neve é nem mais nem menos do que legiões de lemures anões que se congelam através de um processo criogénico, com vista a incutirem na cabeça dos seus alvos a noção de que "congelar é fixe" e que "a neve é porreira para ser atirada contra as outras pessoas". Até vos podia dizer como soube isto, mas depois tinha de vos matar e não me dá muito jeito fazê-lo, até porque da última vez que o fiz sujei os tapetes todos...

Não vou negar que até se fazem coisas catitas na neve e no gelo, como os bonecos de neve, as esculturas no gelo, o hóquei no gelo e até mesmo a patinagem artística... embora considere esta última apenas uma desculpa para se andar com collants justinhos a fazer figuras assim para o "apanascado"... (mas nem toda a gente é assim... pelo menos espero). Mas sinceramente, se eu quiser congelar as mãos não preciso de sair de casa... basta pô-las dentro do congelador durante umas horinhas... não é preciso mais.

Por isso portugueses... deixem a neve, isso não vos faz bem... vejam lá isso.


Mas podem deixar os pensionistas lá a brincar.



A sério, deixem-nos lá.



E tranquem a porta de casa, para que não entrem.


Por favor?



Tenham medo. Muito medo.

terça-feira, janeiro 10, 2006

Dia 21 - O ano novo e tal...

É verdade, já passaram alguns dias desde a última vez que escrevi aqui alguma coisa, sabem como é, essa conspiração em massa que pretende dominar os intelectos e abafar as mentes criadoras com perguntas idiotas, os denominados "exames", juntamente com os trabalhos vão ocupando o meu tempo e não tem dado...
Mas enfim, comecemos então...

Não sei se já repararam, mas parece que estamos num novo ano, ouvi até rumores de que já não estamos no antigo, mas ainda não me confirmaram - para estes assuntos, eu só confio na opinião do texugo ancião da tribo de roedores padeiros de Balykchy, no Quirguistão (cuja capital é Bishkek) e parece que ele não tem saldo no telemóvel, por isso até lá não me acredito - mas continuando, uma das coisas que me intrigam nestas alturas é aquela mania que as pessoas têm de fazer promessas de melhoramento pessoal, do género "Neste ano novo vou deixar de fumar" ou então "Neste ano novo vou deixar de ser um idiota que passa os anos todos a prometer que vai deixar de o ser".
Eu até compreendo quando as pessoas dizem "Ano Novo, vida nova" e até percebo os que insistem que os dois ouvidos do Papa ocultam uma seita de cangurus pigmeus que planeiam dominar o mundo através do domínio estratégico das casas de fotocópias, isso não me provoca confusão nenhuma, a única coisa que me deixa fora de mim é:

Quem foi o génio que se lembrou daquela brilhante ideia de que, para entrarmos no ano novo bem e para que os nossos desejos se concretizem, é necessário colococarmo-nos em cima de uma cadeira e deitarmos à boca uma quantidade de uvas passas, pedindo um desejo à medida que as mastigamos uma a uma?
Qual é o propósito? Acham bonito, é? Por acaso pensam que o chão vai desaparecer quando o ano acabar e só sobreviverão as pessoas que estiverem em cima de cadeiras com um copo de champanhe na mão e um punhado de passas na outra?
Eu não censuro quem gosta de uvas passas, mas qual é a ideia de comermos algo que já "passou"? (Atenção, aproxima-se uma "indirecta" política) Faz tanto sentido como acreditarmos que alguém que, embora já tenha "passado" do prazo, ainda esteja apto para se candidatar a um lugar de responsabilidade na sociedade portuguesa. (... eu avisei.)

... e já que falamos de passas, o que é isso de "fruta cristalizada"?
Mas sobre a fruta cristalizada falarei mais tarde.

Quem é que foi o inventor destes ditos costumes e pequenos rituais? Alguém sabe? A sério, ninguém? Eu imagino a altura em que o tipo (ou tipa, vá lá) se sentou no sofá a pensar:
"Ok, vamos lá a ver... como é que se pode transformar uma simples passagem de ano numa festa cheia de coisas parvas?"
E então o já referido "tipo" (ou "tipa") liga a televisão. Ora o que é que dá 35 horas por dia nesta altura do Natal, em todos os canais? (Não, não é o Natal dos Hospitais, felizmente isso só dá um dia... ou dois, se os donos da estação forem sádicos...)

O CIRCO. Ora o que é que se vê no circo para além de pinguins, focas, palhaços, trapezistas, contorcionistas, domadores de leões, leões, caniches cor-de-rosa e políticos em fim de carreira? Malabaristas e equilibristas. E o que é que estes senhores fazem? Equilibram-se em cima de coisas e atiram cenas ao ar.
Então o "tipo" reúne os outros "tipos" e diz:
- Pessoal, tive uma ideia que vai revolucionar a forma como se celebra a passagem de ano a nível mundial e quem sabe a nível regional!
Ao que os outros dizem:
- Quem sou eu?
- Não me sabe dizer as horas, por favor?
- Não digam isto a ninguém, mas eu sou um perú disfarçado de Batmobile com influências de pepino, está bem?
E então o "tipo" diz:
- Vamos pôr o pessoal todo em cima de cadeiras com um copo de champanhe numa mão e outra coisa qualquer na outra! Que acham?

(Momento de silêncio)


- Não dizem nada?


(Ouvem-se três tiros)

... e isto passou-se. (ATENÇÃO: TROCADILHO SECO).... daí as uvas "passas".

E a programação televisiva?

A essa hora geralmente vemos uma ou mais personalidades televisivas em "alta borga" com mais pessoas - que nos dizem tanto como uma âncora nas costas - e estão todos com aquela cara de alegria e ansiedade em relação ao ano novo que se aproxima, quando na verdade já gravaram aquele programa umas semanas antes. E a parte pior é quando chega aquela altura do "10, 9, 8, 7, 6, 5, 4...". Aí as celebrações só são comparáveis a uma distribuição maciça de Prozac. Ficam todos de olhos perdidos a abraçarem-se como se isto tudo fosse uma alegria e o novo ano fosse trazer o fim para todas as tragédias que aconteceram, como a crise económica, os desastres naturais e o desastres provocados, como o capachinho do Marante e as piadas de Camilo.

Mas depois começa o ano e as coisas continuam iguais e apercebemo-nos que o pior não é vivermos num país cheio de problemas e contradições, mas sim termos estado cerca de 20 segundos em cima de uma cadeira a cantar "Ehhh, meu amigo Charlie"... sóbrios.


Tenham medo. Muito medo.