sábado, agosto 26, 2006

Dia 31 - E sem chumbo, não?

Há uns dias atrás, quer dizer, há umas semanas, mas isso agora não interessa, chegou às salas de cinema portuguesas o filme "Super-Homem - O regresso". O filme fala (mas ainda não sabe andar) sobre a vida de um Super-herói. Não vale a pena dizer quem.
Ora o tema dos super-heróis é algo que desde há uns minutos tem ocupado o meu pensamento e como eu quero voltar a não ter nada em que pensar, vou descarregar aqui algumas linhas (Caro leitor, já sabe. Ainda vai a tempo de sair do blog, é só clicar naquele botão vermelho no canto superior direito. Vá lá, eu espero...).

Já está? Ok... moving on...

No dicionário, as palavras "Herói" e "Super" são definidas da seguinte forma:

"Herói -
s.m., homem extraordinário pelas suas qualidades guerreiras, triunfos, valor ou magnanimidade;"

"Super -
do Lat. super
pref. de origem latina que exprime a noção de superioridade."

E aqui está a primeira explicação para a atribuição deste epíteto aos referidos heróis, pelos seus actos tornam-se de certa forma superiores ao comum dos mortais. Outra explicação aqui achada é a razão de haver um género de combustível com este nome. Gasolina "SUPER" - preço grande, superior a cada dia que passa... agora que penso nisso, a própria gasolina é capaz de ser considerada um super-herói, ou então um super-vilão, senão vejamos: Move diariamente milhares de carros por todo o mundo ao mesmo tempo, deu origem a uma das músicas mais irritantes de sempre e tem um poder explosivo, só precisa de uma pequena faísca. Mas isto é parvo. Continuando...

Todas as pessoas conhecem pelo menos um super-herói, embora esse super-herói provavelmente não as conheça. Mesmo assim existem muitos: heróis altos, baixos, gordos, magros, musculados, brancos, pretos, amarelos, cor-de-laranja, vermelhos, azuis... e podia continuar, mas não quero.

A questão que se coloca é a seguinte: O que é necessário para se ser um super-herói?
E a resposta é: Não faço a mínima ideia, mas de certeza terá de ter alguma coisa a ver com usar as cuecas do lado fora da roupa e promover o uso da lycra. Sinceramente, ó heróis deste mundo, é mesmo necessário salvarem pensionistas de morrerem atropelados por autocarros descontrolados ou impedirem os efeitos nefastos de uma erupção vulcânica numa qualquer ilha situada no Pacífico...... de COLLANTS? É aí que estão os vossos super-poderes? Porque é que não fazem isso numa roupa mais confortável? Não deixam de salvar o mundo e poupam-se aos danos colaterais do uso de roupa apertada na zona da virilha... pensem nisso. Vá lá.


Pensando em super-heróis, ocorrem-me vários à mente: O "Super-Homem", o "Homem-Aranha", os heróis dos "X-Men", o "Pai Natal" (e não me venham dizer que este não é, afinal muito pouca gente consegue alimentar as ilusões das criancinhas, entrar por chaminés de casas que não têm chaminé e ter um patrocínio porreiro de uma marca de refrigerantes, TUDO ISTO a trabalhar uma só vez por ano.), o "Hulk" e o "Batman".... embora este último não me pareça que possa ser considerado "super". Os heróis, por norma, são possuidores de alguma característica invulgar (Força sobre-humana, visão raios-X, capacidade de voar, bom hálito, esqueleto indestrutível, etc...) causada por alguma mutação genética ou por serem oriundos de outro planeta, e o super-poder do "Batman" é... é o dinheiro. Aquele fatinho, o carro, a gruta, o mordomo e os utensílios dele são todos patrocinados pela sua fortuna. Seguindo esta ordem de pensamento, estou mesmo a imaginar o Bill Gates (BG):
"BG - James (nome apto para baptizar 80% dos mordomos de pessoas ricas, os mordomos das pessoas pobres podem ter qualquer nome que lhes queiram dar), as acções da Microsoft desceram quinze pontos hoje, para a Gate-Caverna!
James - Sim senhor (resposta usada em 90% das situações nas quais a presença de um mordomo é requerida e uma questão lhes é colocada).
Narrador - E é então que Bill Gates coloca o seu Gate-fato e parte em missão para resgatar a sua empresa e defender os seus fracos e oprimidos milhões que repousam tranquilos nas seguras e pacíficas contas na Suiça dos
inexoráveis corretores bolsistas apoiantes de outras empresas do sector do software...
(entra música foleira de acção)
THE GATEMAN!"

(Ah, e o James pode ser o Gatekeeper! Não? Bah... you know what i mean... some of you do...)

E é isto... "from zero to hero". Bill Gates só precisa de investir uns trocos e contratar um narrador que baptize as suas posses com metade do nome dele e que use adjectivos com a mesma regularidade com que os jogadores de sueca de
Tegucigalpa, capital das Honduras, trocam de pente.

Mas como isto de salvar o mundo não é fácil para um homem solitário, os super-heróis geralmente estão acompanhados por um parceiro, e isso... é esquisito. Um tipo de collants, vá lá, até se cura com três garrafas de absinto bebidas à golada, mas dois tipos de collants a correrem lado a lado já é abuso. Ok, se calhar estou a ser um pouco injusto, afinal esses tipos só existem porque os vilões não dão descanso ao herói. E os vilões são o outro lado da moeda. Eles também têm alguns super-poderes, mas a maioria dos super-vilões incomoda por ser muito inteligente. Eles têm sempre aqueles planos hiper-complexos para conquistar o mundo e geralmente até conseguem levar a sua a avante até ao momento em que aparece o "herói" e manda tudo aquilo por água abaixo. Na minha opinião, o grande problema dos "maus da fita" é aquela mania de contar todo o plano antes de rebentarem com a cabeça do "bonzinho", para depois serem dominados numa reviravolta dos acontecimentos em prol do Bem (que Bem? Não interessa). O tipo vai morrer, ele não precisa de saber isso. Primeiro rebentam com ele e depois dominam o mundo. É simples, para quê complicar?

Outra questão que me assola é o pormenor dos fatos. Será que para se ser um Super-herói em condições temos de ter noções de costura? É que a ideia de existir uma costureira para fazer os fatos é parva, porque afinal eles querem manter a sua identidade secreta. "Ah, mas eles podem ter pedido ao amigo confidente ( o único que conhece a identidade secreta do herói, não há herói que não tenha um, ou até dois) para levar o pedido a uma qualquer costureira, ou até mesmo um alfaiate", pensa o caro leitor. E eu respondo... sim, mas qual seria a piada disso? O alfaiate ou a costureira em questão podia até mais tarde vir a tornar-se um vilão que denunciaria a identidade secreta do herói, e isso seria mau... Não, eles têm mesmo de fazer os próprios fatos.

E porque é que alguns insistem em usar capas? Porquê? Quem foi a mente brilhante? Eles não têm frio, e mesmo que tivessem, a porcaria da capa não é assim tão grossa. Querem um efeito bonito quando voam pelos céus? Amarrem um foguete pirotécnico às pernas.

Ah, e já agora, o que é que acontece à roupa do Super-herói quando ele decide fazer a sua aparição pública? Por exemplo, o Super-Homem andava sempre com a roupa colorida dele debaixo da roupa da sua identidade secreta e quando chegava a altura de ir salvar mais qualquer coisa lá entrava numa cabine telefónica para aparecer segundos mais tarde e salvar o dia. E o que é que acontece à roupa? Fica lá? Vai lá algum serviço especial de recolha de roupa de Super-heróis? Se porventura souberem isso, deixem na zona dedicada ao efeito, ok?

A questão da identidade secreta também suscita algum desassossego no meu ser. Porque é que eles não decidem simplesmente mostrar-se como são? "Ok, sou um super-herói, salvo o mundo, fico com a rapariga no final e tenho bom-hálito, agora o que me fazia mesmo falta era assumir a identidade do tipo tosco que não sabe fazer nada, só para adensar a complexidade do meu carácter e quiçá, dar origem a um filme qualquer. Isto sim, é grandioso."
E até há alguns que nem fazem grande esforço. O Super-Homem, por exemplo. Nuno Markl, conhecido profissional da rádio, tinha razão quando mencionou este facto: Disfarce dele - Óculos. Um par de óculos, só isso. "Tenho óculos, sou o Clark Kent, jornalista tímido e recatado que, apesar de ter grande porte físico, o mais próximo que estive de um ginásio foi quando tropecei num fato de treino. Agora tiro os óculos, sou o Super-Homem, vamos lá salvar o mundo." E o pior é que ninguém nota. Fazem só aqueles comentários do tipo: "Ei, ó _______ (inserir nome da identidade secreta do "Super") nem fazes a mínima ideia do que aconteceu agora. Tens tido um azar de caraças, nunca estás cá quando aparece o "herói". Tens de estar mais atento...".
A meu ver, os super-heróis avocam identidades secretas porque o negócio do Super-heroísmo não dá muito lucro. Eles salvam o mundo, poupam às identidades governantes milhões em dinheiro, e no final de contas não recebem nada. Palmadinhas nas costas, sorrisinhos, é só isto. E existem alguns que ainda se viram para o tipo e dizem: "Eu nem me atrevo a insultar-lhe dando-lhe dinheiro, porque isso decerto iria contra os seus princípios de justiça, honestidade e outras coisas que têm o fim de exaltar qualquer paladino da justiça. Fico-me só por um humilde e sincero 'Obrigado'. É bom saber que podemos contar com seres como você.".

Existem também algumas Super-Heroínas. Contra essas eu não tenho nada contra. Desde os fatos até à identidade secreta, apoio plenamente. Nenhuma mulher quererá ser reconhecida, com aquelas roupas, em público, sem receber dinheiro por isso.
Contra a heroína em particular, também conhecida como Diacetilmorfina (aquela cena que é produzida a partir do ópio extraido de bolbos de papoilas opiáceas) aí já tenho algumas coisas contra, mas não me apetece falar sobre isso, porque os tatus da Guatemala venceram o referendo que determinava o uso de chapéus cor de cascalho em locais públicos em dias pares do meses que começam por "N" dos anos bissextos, após as 17h23, GMT, e isso leva a que assuma uma posição neutra referente à enunciação de declarações de carácter observativo (não sei se esta palavra existe, mas que se lixe, o blog é meu, eu posso) sobre a temática das substâncias propensas à viciação por parte dos indíviduos, após interacção continuada com as referidas. E agora que não faço a mínima ideia do que estou a falar, vou concluir.

Para concluir, eu acho que os Super-heróis não têm realmente uma função específica na sociedade. É verdade que eles safam o pessoal que cá anda de muitos problemas, mas se formos a ver em qualquer filme de super-heróis, os problemas só começam quando existe naquela cidade algum herói. Até lá os cidadãos aguentam-se sem problemas de maior. Afinal têm a Polícia do lado deles, para prender os "mauzões" e até para roubar na ausência deles. Não é preciso pedir mais nada.

Bem, se se recordarem de mais alguma curiosidade interessante sobre o assunto, guardem-na para vocês. E quando isso passar, podem deixar alguma coisa na área dedicada ao efeito, nem que seja para testemunhar que aguentaram tantos parágrafos sem mergulharem de cabeça numa bacia de nitrogénio líquido e regarem-se posteriormente com baldes de água quente.

Tenham medo. Super-medo.

terça-feira, agosto 01, 2006

Dia 30,3 - podia ser biberão, mas não...

Vou falar sobre outra coisa.
Há uns dias atrás chegou ao fim o Mundial de Futebol, e na altura até tive vontade de dizer alguma coisa sobre todas as coisas bizarras no denominado "desporto-rei", mas depois o meu gato Arnoldo disse-me: "Oh Tu! Chega-me a pasta de dentes por favor, porque estão a doer-me as orelhas e já não frito batatas há um mês." e eu decidi deixar isto para outro dia.

Passados uns dias, após um duche frio seguido de uma reflexão existencialista banhada em leite com chocolate, pensei em abordar a temática do futebol de uma forma mais séria, o tema de então era "Futebol: 22 tipos atrás de uma bola ou os árbitros também contam?", mas estava a chover e eu não escrevo muito bem com t-shirts azuis de algodão, prefiro canetas.

Hoje como me apetece debitar mais disparates vou escrever sobre o futebol, ou talvez não. Comecemos pelo futebol.
Para quem não conhece, e também para quem já ouviu mais de três vezes seguidas algum álbum dos "Pequenos Cantores de Viena" sentado em cima de um cacto com apenas um lenço de papel a cobrir o corpo, o futebol é um desporto no qual o objectivo das duas equipas presentes é marcar um golo na baliza da equipa adversária. São 11 de cada lado, e há também uma equipa de arbitragem, cujo objectivo é assegurar o cumprimento das regras do jogo e também verificar se alguns dos jogadores é daltónico, através da amostragem periódica de cartões coloridos. Graças à ajuda da ADJACAFCTVPBM (Associação Desportiva de Jogadores Anónimos que se Chamam Alberto e Fazem Churrascos à Terça e Jogam Volley de Praia com Bolas Medicinais), sediada na capital da Gronelândia, Nuuk, tive acesso a um diálogo interessante, e cá vai ele:

Árbitro: - Boas tardes, sr. jogador, como está?
Jogador: - Estou bem, e o senhor, como está? A família vai bem? O mais novo já anda?
Árbitro: - Sim, sim, ontem atropelou a minha sogra com uma retro-escavadora, é um anjinho. Mas vamos lá ao que interessa... (tira um cartão amarelo do bolso)... conhece esta cor?
Jogador: - Hmm... eu já vi isso em algum lado... deixe-me pensar... não é aquela do... ok, vou arriscar, Amarelo?
Árbitro: - Muito bem, andou a estudar... próxima questão... qual é a capital do Bahrein?
Jogador: - Hã?
Árbitro: - Estava só a brincar consigo (risos), sabe que isto de andar por aqui vestido de preto a apitar deliberadamente de um lado para o outro pode dar a parecer que somos uns tipos assim para o sisudos, mas a gente também gosta de galhofa, de mandar assim umas piadolas para descontrair...
(Ouvem-se protestos do público e moto-serras começam a voar)
Árbitro: - Estes tipos, pá... não podem ver um tipo a falar com outro, começam logo a mandar vir... ok, vamos lá a despachar isto (mostra o cartão vermelho)... conhece esta cor?
Jogador: - Hey pá, duas perguntas sobre cores? Fogo, eu ontem estive a estudar a Teoria Evolucionista de Darwin e as consequências sociais aquando da publicação do livro "Receitas Sem Açucar" de Manuel Luís Goucha e o sr. manda-me esta dos cartões? Foo, é mesmo p'ra queimar um gajo! (passados uns segundos)... Ok, vou tentar. Texugo?
Árbitro: - Ah... ao lado. Tem de ir embora. Fica para a próxima, obrigado pela sua participação.
Jogador: Fogo.... isto está tudo feito... logo duas perguntas com cores...
(E lá vai o tipo embora, e os colegas de equipa aproximam-se do árbitro com sugestões de cores, para ver se o safam.)
Conclusão: Os jogadores de futebol não gostam de Ski e o vermelho leva-os ao cultivo ilícito de espinafres e alcachofras.

Dizem que o futebol é um desporto que arrasta multidões, eu não concordo muito com isso, porque os tipos só usam chuteiras.
Eu gosto de futebol, mas há quem não goste, e Nietzsche era do signo Balança e foi um filósofo alemão do Século XIX (houve uma altura em que tentou ser cambojano, mas não o deixaram).
Dentro desta temática, ao futebol estão associados geralmente temas como a corrupção, o tráfico de influências e os álbuns de Frei Hermano da Câmara, e isso faz vender jornais. Os ardinas também.

O futebol movimenta milhões e todos os dias deparamo-nos com transacções de somas exorbitantes na compra de novos jogadores e outras coisas que tal, mas a verdadeira questão que se coloca é: Porque é que não se pode beber água depois de comer melão?

A apoiarem as equipas de futebol estão os adeptos, de entre os quais se destacam as claques. As claques de futebol são porreiras. Sinceramente, gosto de vê-las lá nos estádios a berrarem até ficarem sem voz. Quem também gosta muito das claques é a Polícia e os "Stewards", porque estão sempre ao lado das claques. É bonito ver esta amizade que dura tantos anos... e vê-los a fazerem "mosh" quando há algum golo da equipa contrária... são coisas como esta que tornam o futebol bonito.

O campo de futebol é verde e é lá que decorre a acção do jogo. Depois de 90 minutos de jogo, mais coisa menos coisa, o jogo acaba e aí a acção passa para os jornais desportivos durante o resto da semana até ao jogo seguinte.

Isto tudo é muito interessante (ou talvez não), mas o que me intriga mesmo são aquelas pessoas que analisam tudo e mais alguma coisa de uma forma exageradamente simplista. Aquelas pessoas que vêm o futebol como apenas "11 tipos de cada lado atrás de uma bola". Se formos a analisar tudo assim, respirar passa a ser apenas "inspirar e expirar periodicamente para viver". Ver a vida dessa forma não faz muito sentido, mas não me apetece dissertar sobre a importância de viver e de não-sei-quê, não-sei-que-mais e tal, deixo isso para quem gosta de o fazer.

E os americanos, porque raio é que insistem em chamar "football" àquele desporto em que os tipos correm de um lado para o outro com a bola, que é "OVAL", nas MÃOS? "Foot" quer dizer PÉ e "ball" quer dizer BOLA, que é definida como "qualquer corpo esférico", ou seja, não-oval. Os americanos são estranhos, mas sobre os americanos eu falo um dia destes... ou talvez não, o que não falta aí é gente a falar mal deles, e não quero ser mais um.

Para concluir, o futebol, assim como todas as outras coisas, tem o interesse que cada um de nós lhe queira dar. Acima de tudo, o importante é olhar para os dois lados antes de atravessar e comer muitas verduras, assim como lavar os dentes depois de cada refeição (E cá está, mais uma vez o "Diário de um desesperado" faz serviço público! Este blog é "daqui"!... pensando melhor, não.).

Vou dar de comer à iguana.

Ah, é verdade, a capital do Bahrein é Manama.

Tenham medo. Muito medo.

Dia 30 - Chupeta

E aqui estou eu outra vez, já passou algum tempo desde a última vez que escrevi aqui alguma coisa, mas isso agora também não interessa para nada porque perder tempo a constatar o óbvio é tão útil quanto acreditar que o mundo é plano e que isso tem alguma influência no comércio dos iogurtes de baunilha. Mas pronto, os exames foram mauzinhos e fiquei sem tempo para fazer alguma coisa de inútil, como escrever aqui... ou então não.
Mas vamos ao que interessa, hoje não vou debater alguma possível conspiração que Os envolva, mas sim falar sobre algumas banalidades do mundo actual. Esperem só um bocadinho....

(Ouvem-se quatro tiros de caçadeira)

Não é horrível quando os vossos vizinhos decidem fazer obras em casa justo na altura em que vocês estão a fazer alguma coisa que requer um bocado de concentração? E não é chato que isso não tenha nada a ver com o tema de hoje?
Vamos então às banalidades...
Creio que já disse há uns posts atrás que o Mundo em que habitamos é esférico, embora ligeiramente achatado nos pólos, e que esse Mundo é habitado por seres que têm a particularidade de habitarem este Mundo, e isso é um facto a ter em conta.
Outra questão importante é... pronto, não é assim muito importante, e não sei se será mesmo uma questão, porque isso implicaria a colocação de um ponto de interrogação no final da frase, mas como não me lembrei de outra forma de introduzir um assunto diferente do anterior usei esta expressão para o fazer, e cá vai o assunto: Naaa, esqueçam, não era assim tão fascinante.

Como não tenho mais banalidades, vou falar sobre os bebés. Cá vai:
Os bebés são pequeninos. Mas depois crescem, e aí já não são bebés. Há quem os chame de "recém-nascidos" e há quem os chame pelo nome, e isso é uma boa forma de os chamar, porque se eles têm um nome, tem que servir para alguma coisa. Continuando, os bebés têm a particularidade de aparecerem ao mundo depois de passarem, em média, 9 meses dentro da "barriga" da mãe. E isso é giro, porque é um bom sítio para estar. Todos nós lá estivemos e quando saímos cá para fora, processo a que alguns de nós chamam de "nascer", é ver-nos a chorar como se não houvesse amanhã, e isso decerto significa que se estava bem lá dentro. Depois do bebé nascer, é ver os familiares a anunciarem ao Mundo o nascimento. E isso geralmente é feito com palavras, o que é uma boa forma de o fazer, mas também se pode fazer com gestos, só que aí a mensagem estará limitada aos receptores que consigam de alguma forma ver o emissor, e isso limita um bocado. A única desvantagem da utilização das palavras é a necessidade de saber ler (no caso da palavra escrita) e ter ouvidos que funcionem (no caso da palavra falada). Essencial a isto tudo está, obviamente, o conhecimento do código utilizado.

Ao bebé geralmente são associadas expressões como: "Ai é tão fofinho!", ou "Ai que coisinha mai' linda", ou então o popular "Ai Ai". Verifica-se então a necessidade de começar qualquer frase que se refira ao pequeno infante com a interjeição "Ai", que não é só a junção de duas vogais, mas também indicador de dor e alegria.
O bebé em questão é encarado também com aquela vozinha que quase toda a gente tem tendência a fazer, o denominado "baby talk", ou então em português, o falar "abebézado", ou lá como isto se escreve. É então apresentada ao bebé a primeira noção do que é simplesmente parvo. E aí coloco a primeira questão:
- Quem é que inventou esta voz? Quem teve a ideia genial de transformar a nossa língua numa mistura estranha (à falta de melhor palavra, uso esta) de fonemas que são imperceptíveis a todos, mesmo ao bebé? E este, ao invés de ouvir as palavras da sua língua natal (ou Carnaval ou Páscoa, ou até mesmo o Ramadão, que isto é para todos) logo ali, fica meio perdido a olhar para o sujeito que profere tais palavras, se é que posso chamá-las assim, e no fim, compreendendo a necessidade de demonstrar sentimentos bondosos, tais como a compaixão e misericórdia, ri-se e atira-lhe com qualquer coisa que tenha na mão. E isso é interessante. Mas prosseguindo, eu até nem queria escrever muito sobre os bebés, mas eles merecem, afinal todos nós já fomos um (houve alguns que foram dois, mas sobre esses não me apetece falar) em alguma altura das nossas vidas. Embora este tema seja um bocado interessante, estou cansado de escrever a palavra "bebé", por isso vou falar dos pais. Os pais só se tornam pais quando nasce o ser referido na maioria das frases atrás, até lá são simplesmente um casal. É a partir da altura em que são pais que começam a perceber as denominadas responsabilidades de o serem. O ser em questão precisa de muita coisa, mas acima de tudo precisa do carinho e devoção dos pais.

Passados uns tempos, chega a altura dos primeiros passos e das primeiras palavras. Geralmente esta fase é acompanhada por uma fase de histerismo saudável dos pais, que procuram registar tudo que o supra-citado "ser" faz de novo. É fotos, vídeos, e outras coisas que agora não me lembro, tudo ali com o devido sujeito a dar os passinhos e mandar os primeiros bitaites a todos os ouvidos. Neste último caso, as fotos não são assim tão eficazes, porque não.

Uns anos depois, já deixam de ser bebés (ainda não me cansei de escrever a palavra no plural), e depois fazem as suas histórias, decidem o seu caminho e tornam-se qualquer coisa, boa ou má, não interessa.

De momento os leitores que ainda não foram fazer outra coisa qualquer devem estar a pensar:
"Este tipo deve ter o relógio biológico a dar horas, ou então andou a ler livros de puericultura a mais neste princípio de férias... Bebe só água, Oh Tu!"
A esses pensamentos eu digo isto..... Pronto, já está, não o repito.

=== Parte "assim para o esquisito" do Post===

Os bebés apresentam a última réstia de inocência na sociedade conturbada de hoje. É lógico que todos crescemos e não faz sentido portarmo-nos como criancinhas depois de o sermos, temos de associar à nossa idade mental as nossas atitudes, mas não devemos nunca deixar que a nossa "criança interior" seja silenciada pelas idiotices características do "ser crescido". Sejamos crianças no riso, na espontaneidade, no aproveitar das coisas boas da vida. Quanto às pseudo-formalidades próprias de "ser crescido", deixem lá isso.

===Fim da parte "coiso" ===

Bem, já escrevi muito.

Pensionistas, Noddy, Avestruzes e a Eles no geral... estou de férias.

Boas férias, planeta Terra.