Hoje vou escrever sobre qualquer coisa.
Era uma vez - quantas vezes não leram esta expressão num livro? Provavelmente apenas um par de vezes, se fizerem parte da grande maioria de jovens cuja principal leitura diária se resume às mensagens do telemóvel, mas deixemos as críticas para um dia em que me apeteça fazê-las e a vós vos apeteça ouvi-las (ou seja, um período de 15 minutos perdido algures entre a segunda semana da Guerra Civil Espanhola, em 1936, e Setembro de 1958). Mas como dizia há pouco, não são raras as vezes em que nos deparamos com a expressão "Era uma vez". Não é a única: "E viveram felizes para sempre" também teima em estar no fim dos contos de fadas. E é aí que reside o busílis da questão. As fadas não existem. Seguindo a lógica, se os finais felizes estão directamente ligados a algo que não existe, logo... não existem. Mas desde quando é que a lógica faz sentido, hoje em dia?
Seguindo o post prévio, hoje vou fazer um conto de fad... perdão, de "seres imaginários cuja única concretização foi um utensílio doméstico que serve para fazer sopa, ou vá lá, seres que são directamente associados a pessoas que consomem bebidas esverdeadas de forte teor alcoólico":
Título: O Rato Azul
Era uma vez (já está, já se qualifica como uma história que se pode ler aos miúdos antes de irem para a cama) um rato azul, de pêlo verde como a neve. Pois é, meus amigos, este era um rato especial que mudava de cor conforme o adjectivo. E este pequeno roedor, para além de não falar, viver num esgoto e transmitir doenças, era bom rapaz. Porque tinha amigos. Que morreram sufocados quando um gentil senhor de máscara e fato branco espalhou um dito "pó mágico" nas suas habitações. Mas ele não se queixava, porque haviam fortes suspeitas que não tinha sido ele a morrer.
Um dia, o nosso amigo decidiu emigrar para comprar um esquentador. No caminho para o supermercado, lembrou-se que não tinha trazido a carteira. Ao regressar a casa encontrou um pau de vassoura que insistia em dar uma nova decoração à sua habitação, um estilo minimalista com influências de "Ragnarok". "Deve ser francês", pensou. Mas não era, era pinho. E ali nasceu uma bela amizade.
Entretanto, a rainha má conspirava no seu castelo, junto do seu conselheiro, também bastante desagradável. Ela sabia que, apesar de saber fazer planos plenos de complexidade, por si bastante maléfica, as coisas não iam acabar bem para ela, porque conhecia o escritor do conto e devia-lhe dois jantares e uma massagem nas costas. O seu conselheiro (que era bem ruim) nutria uma secreta afeição pelo interessantíssimo mundo do macramé e lamentava o tempo que a elaboração de planos conspirativos (e também maldosos) consumia. "A passamanaria é coisa para meninas e conselheiros sem ambição", dissera-lhe a sua mãe quando era pequeno, mas ele não ligou.
== Pausa para tomar café e ponderar sobre a hipótese de fazer uma história curta ou algo épico que gaste meia Amazónia em papel.==
Para ser ainda mais inovador, vou deixar aqui algumas opções para o desenlace deste conto, a mais votada... fica com mais votos.
Opção a):
Alheado de tudo o que se passava no parágrafo anterior estava o nosso roedor herói, cujos feitos iriam ficar para a história, ou talvez não. Passados uns anos, descobriu que era raçado de um rolo de tinta e que o pau de vassoura era seu primo em 3º grau. A rainha tentou convencê-lo a integrar a força de combate aos Domingos, mas ele não estava em casa quando ela lá foi e nunca mais se encontraram. O conselheiro mudou de nome para "Adalberto";
Opção b):
O rato azul decidiu um dia experimentar o poder do diluente e passou a ser conhecido como o rato "flambé". Os vizinhos não gostaram e, como forma de protesto, deixaram de usar a palavra "fiambre". A rainha má abandonou o seu plano maquiavélico, fez uma cura de sono e pediu asilo no Perú, onde hoje é a protagonista principal do musical "Porque não me dás um chuto?", uma adaptação do romance homónimo, escrito por alguém que sabe escrever. O ex-conselheiro outrora maléfico, malévolo e ruim foi comprar tabaco e esqueceu-se que não fumava. A sua última frase foi: "Não vos cheira a gás?";
Opção c):
O pau de vassoura transformou-se num príncipe encantado após receber um ósculo de um spray de Pronto. O rato expulsou o pau de casa, rapou o frontispício e foi ao dicionário para saber aquilo que acabara de rapar. Passados quinze anos, mudou definitivamente de cor para verde com reflexos fucsia. A rainha e o conselheiro não tiveram nada a ver com isso.
Opção d):
O rato, o pau de vassoura, a rainha e o conselheiro descobriram que faziam parte de um conto de "seres imaginários que blá blá blá blá e blá", foram até casa do autor e deram-lhe um enxerto de porrada.
Ah, e viveram felizes para sempre;
Algo me diz que isto não vai ter muito sucesso...
Tenham medo. Muito medo.
É verdade, sabiam que esta expressão com a qual remato os textos deriva de uma frase do filme "The Fly", de 1986? ==> Esta informação é gentilmente patrocinada pelo Google que, apesar de estar cheio de guito, não me dá nenhum...
Era uma vez - quantas vezes não leram esta expressão num livro? Provavelmente apenas um par de vezes, se fizerem parte da grande maioria de jovens cuja principal leitura diária se resume às mensagens do telemóvel, mas deixemos as críticas para um dia em que me apeteça fazê-las e a vós vos apeteça ouvi-las (ou seja, um período de 15 minutos perdido algures entre a segunda semana da Guerra Civil Espanhola, em 1936, e Setembro de 1958). Mas como dizia há pouco, não são raras as vezes em que nos deparamos com a expressão "Era uma vez". Não é a única: "E viveram felizes para sempre" também teima em estar no fim dos contos de fadas. E é aí que reside o busílis da questão. As fadas não existem. Seguindo a lógica, se os finais felizes estão directamente ligados a algo que não existe, logo... não existem. Mas desde quando é que a lógica faz sentido, hoje em dia?
Seguindo o post prévio, hoje vou fazer um conto de fad... perdão, de "seres imaginários cuja única concretização foi um utensílio doméstico que serve para fazer sopa, ou vá lá, seres que são directamente associados a pessoas que consomem bebidas esverdeadas de forte teor alcoólico":
Título: O Rato Azul
Era uma vez (já está, já se qualifica como uma história que se pode ler aos miúdos antes de irem para a cama) um rato azul, de pêlo verde como a neve. Pois é, meus amigos, este era um rato especial que mudava de cor conforme o adjectivo. E este pequeno roedor, para além de não falar, viver num esgoto e transmitir doenças, era bom rapaz. Porque tinha amigos. Que morreram sufocados quando um gentil senhor de máscara e fato branco espalhou um dito "pó mágico" nas suas habitações. Mas ele não se queixava, porque haviam fortes suspeitas que não tinha sido ele a morrer.
Um dia, o nosso amigo decidiu emigrar para comprar um esquentador. No caminho para o supermercado, lembrou-se que não tinha trazido a carteira. Ao regressar a casa encontrou um pau de vassoura que insistia em dar uma nova decoração à sua habitação, um estilo minimalista com influências de "Ragnarok". "Deve ser francês", pensou. Mas não era, era pinho. E ali nasceu uma bela amizade.
Entretanto, a rainha má conspirava no seu castelo, junto do seu conselheiro, também bastante desagradável. Ela sabia que, apesar de saber fazer planos plenos de complexidade, por si bastante maléfica, as coisas não iam acabar bem para ela, porque conhecia o escritor do conto e devia-lhe dois jantares e uma massagem nas costas. O seu conselheiro (que era bem ruim) nutria uma secreta afeição pelo interessantíssimo mundo do macramé e lamentava o tempo que a elaboração de planos conspirativos (e também maldosos) consumia. "A passamanaria é coisa para meninas e conselheiros sem ambição", dissera-lhe a sua mãe quando era pequeno, mas ele não ligou.
== Pausa para tomar café e ponderar sobre a hipótese de fazer uma história curta ou algo épico que gaste meia Amazónia em papel.==
Para ser ainda mais inovador, vou deixar aqui algumas opções para o desenlace deste conto, a mais votada... fica com mais votos.
Opção a):
Alheado de tudo o que se passava no parágrafo anterior estava o nosso roedor herói, cujos feitos iriam ficar para a história, ou talvez não. Passados uns anos, descobriu que era raçado de um rolo de tinta e que o pau de vassoura era seu primo em 3º grau. A rainha tentou convencê-lo a integrar a força de combate aos Domingos, mas ele não estava em casa quando ela lá foi e nunca mais se encontraram. O conselheiro mudou de nome para "Adalberto";
Opção b):
O rato azul decidiu um dia experimentar o poder do diluente e passou a ser conhecido como o rato "flambé". Os vizinhos não gostaram e, como forma de protesto, deixaram de usar a palavra "fiambre". A rainha má abandonou o seu plano maquiavélico, fez uma cura de sono e pediu asilo no Perú, onde hoje é a protagonista principal do musical "Porque não me dás um chuto?", uma adaptação do romance homónimo, escrito por alguém que sabe escrever. O ex-conselheiro outrora maléfico, malévolo e ruim foi comprar tabaco e esqueceu-se que não fumava. A sua última frase foi: "Não vos cheira a gás?";
Opção c):
O pau de vassoura transformou-se num príncipe encantado após receber um ósculo de um spray de Pronto. O rato expulsou o pau de casa, rapou o frontispício e foi ao dicionário para saber aquilo que acabara de rapar. Passados quinze anos, mudou definitivamente de cor para verde com reflexos fucsia. A rainha e o conselheiro não tiveram nada a ver com isso.
Opção d):
O rato, o pau de vassoura, a rainha e o conselheiro descobriram que faziam parte de um conto de "seres imaginários que blá blá blá blá e blá", foram até casa do autor e deram-lhe um enxerto de porrada.
Ah, e viveram felizes para sempre;
Algo me diz que isto não vai ter muito sucesso...
Tenham medo. Muito medo.
É verdade, sabiam que esta expressão com a qual remato os textos deriva de uma frase do filme "The Fly", de 1986? ==> Esta informação é gentilmente patrocinada pelo Google que, apesar de estar cheio de guito, não me dá nenhum...