terça-feira, setembro 13, 2005

Dia 13 - A conspiração da couve

Passei há uns dias pelo Bolhão - um conhecido mercado do Porto e verifiquei uma clara distinção e desigualdade no tratamento de certos vegetais, e sendo eu um paladino da libertação dos oprimidos e fracos, ou simplesmente um tipo com tempo a mais, acho que já é altura de se falar nisto:
A couve. "O que é a couve?" - perguntam vocês.
A couve é uma hortaliça originária da costa do Mediterrâneo e pertence à família das Brássicas, assim como o repolho, os bróculos, a couve-flor e o rabanete.
Existem muitos tipos de couve: couve-flor, couve galega, couve-coração, couve de bruxelas.... e por aí... Ora aí está!
Porque é que a couve de Bruxelas não se chama de "Couve bruxelense" ou porque é que a couve galega não se chama de "Couve da Galiza"? Há claramente uma dualidade de critérios no que diz respeito ao tratamento da couve, e tal situação só pode trazer consequências negativas para o mundo dos vegetais, tubérculos e afins.
Demis Roussos disse numa sua conhecida música, e passo a citar:
"Goodbye my love goodbye, goodbye and au revoir, as long as you remember me, i'll never be too far"
Se descodificarmos, ao jeito de Robert Langdon (pois é, eu também li o "Código Da Vinci") estes versos de um dos artistas mais estranhos do mundo da música, podemos concluir que na verdade isto é nem mais nem menos que uma ode ao mundo da couve.
"Há que sermos directos, há que pôr o dedo na ferida, o mundo da couve está no caos, é necessária uma legislação que traga a ordem no reino vegetal." - foram estas as palavras de uma personalidade importante neste mundo e que "dá cartas" na civilização dos gnus do norte da Suazilândia, civilização essa que é conhecida por jogar damas aos Domingos.
Antes de serem tomadas medidas, é necessário definir o ponto de situação da couve no panorama vegetal português.
A couve sabe a qualquer coisa que ninguém consegue definir, admira-me que um vegetal de tal variedade ainda não tenha dado origem a uma profissão semelhante à do enólogo com os vinhos, ou seja, alguém que definisse de vez qual o sabor da couve, um couvólogo ou coisa parecida.
Os portugueses usam a couve em tudo que é receita típica, poucos são os pratos que não levam uma couve qualquer no meio: ora vejamos: feijoada - couve, Cozido à portuguesa - couve, sopa - couve, Tripas à moda do Porto - couve... é melhor parar por aqui, já estou cansado de escrever a palavra "couve".
Em resumo, a ideia é esta:
A couve é uma invenção de José Cid aquando do seu êxito "Como o macaco gosta de banana". Sim, sim... originalmente a música ia ser chamada de "Como o Demis Roussos gosta de couve de Bruxelas temperada com um ligeiro toque de molho grego" ou simplesmente "ATUM" (considero o atum como o melhor amigo das pessoas que não sabem cozinhar), mas por motivos de burocracia, a coisa ficou-se pelo macaco.
Sempre que me deparo com tal vegetal, pergunto-me se não correrei o risco de me transformar num suricata anão, de uma província esquecida localizada a sul de N'Djamena, capital do Chade. Ou pior... num pensionista....argghhhh!!!


Eu vou só ali cortar os pulsos mas já volto...

3 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Eu disse...

Raios!! E eu a pensar k te tinhamos apanhado... Agora vou ter k ir fazer o relatório da tua fuga ao chefe...

Sim, pk eu sou um deles!

Estamos de olho em ti.

Sara disse...

Qual couve qual quê? Viva as ervilhas que contêm vitaminas do grupo B, C e PP (nada de cariz partidário), proteínas e sais minerais. Mas emancipadas do arroz e outros hidratos menores... ;)