Pelos vistos o ano começou sobre rodas para Portugal. Não estou a falar da subida do petróleo para os 100 dólares por barril, mas algo diferente. Pela primeira vez em 30 anos, o rally Lisboa-Dakar (que antes começava em Paris) foi cancelado. O que é óptimo para um país que gosta tanto de turistas. E de comer pó.
O prejuízo português é, segundo pessoas que fazem estimativas de prejuízos, estimado em cerca de 3 milhões de euros. Para o cidadão português comum é o equivalente a uma vida inteira a trabalhar 26 horas por dia. Para o Joe Berardo é o equivalente a 3 segundos na televisão a dizer a palavra "Atum".
Mas voltando à questão do Rally, segundo pessoas, aquilo não vai arrancar porque existem ameaças de ataques terroristas. E aí é que entra a minha preocupação. Não necessariamente com o terrorismo em si, mas com o resto.
Vamos analisar bem: Aquilo é uma prova de resistência na qual entram carros, motos e camiões. E essa panóplia de viaturas, de diferentes tamanhos, feitios e cores, atravessam países subdesenvolvidos, alguns dos quais em situações de pobreza extrema, com o objectivo de chegar ao fim no menor tempo possível. E inteiras, de preferência. A acompanhar os pilotos temos ainda toda a equipa técnica, composta por ainda mais veículos, pessoal e essas coisas todas, que pessoas entendidas decerto saberão enumerar com muito mais pinta do que eu. E lá vão eles, todos contentes, para o deserto, cortar dunas, tentar não atropelar animais ou quem sabe, conhecer de perto alguma árvore ou um calhau mais afoito que se atravesse à frente.
Como disse no início do texto, o barril de petróleo está cada vez mais caro.
( - pausa para o scroll up - )
Isto é indiscútivel, excepto em algumas zonas do mundo em que as pessoas dizem "petróil". E o petróleo é uma fonte de energia não-renovável, ou seja, é finito e demora muito tempo a voltar a existir.
Ora é impressão minha ou há qualquer coisa que não está muito bem aqui?
Temos de um lado o mundo a queixar-se do aumento do custo do barril de crude. E do outro temos os auto-denominados "pilotos" que vão para o deserto a abrir, a ver quem chega primeiro à meta.
E quem é que ganha com isto?
(Não se preocupem, não vou pelo caminho da crítica fácil... nem sequer vou achincalhar ao de leve as grandes empresas que ganham montes de guito com estes eventos e que não querem saber da pobreza dos países por onde passam e nem sequer perdem um segundo a pensar nas pessoas que cada vez pagam mais por tudo com cada vez menos dinheiro.)
- Pelos vistos, quem ganhar a competição ganha um troféu. E os nativos dos países africanos por onde os carros passam... bem, esses ganham, em adição a um possível negócio fortuito com um piloto qualquer pela venda de uma bateria ou até de um pneu, uma nova possibilidade de morte imediata, nomeadamente um atropelamento, em adição às mortes por fome, doença e outras, tão populares naquelas áreas.
É muito provável que a Al-Qaeda não tenha nada a ver com isto. Aquilo é gente que também gosta de desperdiçar. Dois Boeing 747 para deitar abaixo uns prédios. Toneladas de explosivos para rebentar autocarros, prédios e, à falta de mais alguma coisa, pessoas. Para estes senhores do turbante, tem de ser tudo à grande: Se há um tipo cujo atentado não passe na Al-Jazeera, tem a carreira arruinada. "Vai ser terrorista para outro sítio que aqui não te queremos. Tenta a política ou qualquer coisa parecida." - dizem logo.
Eu espero que, assim que forem apuradas as responsabilidades, seja publicado um desmentido a repôr a verdade. São terroristas? Sim senhor. Mas também têm sentimentos.
É muito provável que o caro leitor pense que, apesar do meu tremendo bom aspecto e charme, eu não gosto do desporto motorizado. Isso não poderia estar mais longe da verdade. Quer dizer, se calhar até podia, e é provável que esteja bastante perto, mas neste caso vou seguir uma máxima de Albert Einstein: "Não quero saber. Passa-me o pão."
Mesmo assim, eu tive uma ideia que pode salvar o Rally Lisboa-Dakar. Não a vendi a ninguém, é para quem a aproveitar primeiro. Cá vai:
Porque não fazer o Rally todo... em Portugal?
Querem dunas e areia?
- Figueira da Foz.
Querem terrenos atribulados e cheios de obstáculos?
- A auto-estrada em hora de ponta.
Querem desertos?
- Alentejo.
(Refiro-me a desertos populacionais, entenda-se. Eu adoro o Alentejo.)
O risco de um potencial rapto, seduz-vos?
- Cova da Moura.
Querem conviver com várias culturas ao mesmo tempo?
- Algarve.
Têm saudades dos camelos?
- Assembleia da República.
Lisboa-Dakar? Naaa... Rally Caçarelhos - Mexilhoeira Grande, isso sim é negócio.
Alguém vai ganhar muito dinheiro com isto. E não vou ser eu.
Tenham medo. Muito medo.
O prejuízo português é, segundo pessoas que fazem estimativas de prejuízos, estimado em cerca de 3 milhões de euros. Para o cidadão português comum é o equivalente a uma vida inteira a trabalhar 26 horas por dia. Para o Joe Berardo é o equivalente a 3 segundos na televisão a dizer a palavra "Atum".
Mas voltando à questão do Rally, segundo pessoas, aquilo não vai arrancar porque existem ameaças de ataques terroristas. E aí é que entra a minha preocupação. Não necessariamente com o terrorismo em si, mas com o resto.
Vamos analisar bem: Aquilo é uma prova de resistência na qual entram carros, motos e camiões. E essa panóplia de viaturas, de diferentes tamanhos, feitios e cores, atravessam países subdesenvolvidos, alguns dos quais em situações de pobreza extrema, com o objectivo de chegar ao fim no menor tempo possível. E inteiras, de preferência. A acompanhar os pilotos temos ainda toda a equipa técnica, composta por ainda mais veículos, pessoal e essas coisas todas, que pessoas entendidas decerto saberão enumerar com muito mais pinta do que eu. E lá vão eles, todos contentes, para o deserto, cortar dunas, tentar não atropelar animais ou quem sabe, conhecer de perto alguma árvore ou um calhau mais afoito que se atravesse à frente.
Como disse no início do texto, o barril de petróleo está cada vez mais caro.
( - pausa para o scroll up - )
Isto é indiscútivel, excepto em algumas zonas do mundo em que as pessoas dizem "petróil". E o petróleo é uma fonte de energia não-renovável, ou seja, é finito e demora muito tempo a voltar a existir.
Ora é impressão minha ou há qualquer coisa que não está muito bem aqui?
Temos de um lado o mundo a queixar-se do aumento do custo do barril de crude. E do outro temos os auto-denominados "pilotos" que vão para o deserto a abrir, a ver quem chega primeiro à meta.
E quem é que ganha com isto?
(Não se preocupem, não vou pelo caminho da crítica fácil... nem sequer vou achincalhar ao de leve as grandes empresas que ganham montes de guito com estes eventos e que não querem saber da pobreza dos países por onde passam e nem sequer perdem um segundo a pensar nas pessoas que cada vez pagam mais por tudo com cada vez menos dinheiro.)
- Pelos vistos, quem ganhar a competição ganha um troféu. E os nativos dos países africanos por onde os carros passam... bem, esses ganham, em adição a um possível negócio fortuito com um piloto qualquer pela venda de uma bateria ou até de um pneu, uma nova possibilidade de morte imediata, nomeadamente um atropelamento, em adição às mortes por fome, doença e outras, tão populares naquelas áreas.
É muito provável que a Al-Qaeda não tenha nada a ver com isto. Aquilo é gente que também gosta de desperdiçar. Dois Boeing 747 para deitar abaixo uns prédios. Toneladas de explosivos para rebentar autocarros, prédios e, à falta de mais alguma coisa, pessoas. Para estes senhores do turbante, tem de ser tudo à grande: Se há um tipo cujo atentado não passe na Al-Jazeera, tem a carreira arruinada. "Vai ser terrorista para outro sítio que aqui não te queremos. Tenta a política ou qualquer coisa parecida." - dizem logo.
Eu espero que, assim que forem apuradas as responsabilidades, seja publicado um desmentido a repôr a verdade. São terroristas? Sim senhor. Mas também têm sentimentos.
É muito provável que o caro leitor pense que, apesar do meu tremendo bom aspecto e charme, eu não gosto do desporto motorizado. Isso não poderia estar mais longe da verdade. Quer dizer, se calhar até podia, e é provável que esteja bastante perto, mas neste caso vou seguir uma máxima de Albert Einstein: "Não quero saber. Passa-me o pão."
Mesmo assim, eu tive uma ideia que pode salvar o Rally Lisboa-Dakar. Não a vendi a ninguém, é para quem a aproveitar primeiro. Cá vai:
Porque não fazer o Rally todo... em Portugal?
Querem dunas e areia?
- Figueira da Foz.
Querem terrenos atribulados e cheios de obstáculos?
- A auto-estrada em hora de ponta.
Querem desertos?
- Alentejo.
(Refiro-me a desertos populacionais, entenda-se. Eu adoro o Alentejo.)
O risco de um potencial rapto, seduz-vos?
- Cova da Moura.
Querem conviver com várias culturas ao mesmo tempo?
- Algarve.
Têm saudades dos camelos?
- Assembleia da República.
Lisboa-Dakar? Naaa... Rally Caçarelhos - Mexilhoeira Grande, isso sim é negócio.
Alguém vai ganhar muito dinheiro com isto. E não vou ser eu.
Tenham medo. Muito medo.
4 comentários:
Essa máxima do Alberto é que não conhecia, há que dizer.
Quanto à ideia de fazer o Rally em Portugal, não era má ideia mas acho que os pilotos iam perder para um dos malucos que andam nas nossas estradas (mas isso sou eu a pensar alto... ou melhor, a escrever).
Este deve ter sido o teu post mais crítico :p
Fantástico joka... a cena do "camelos? assembleia da Republica" está hilariante :p
Já te disse que espero um dia ver todos estes textos publicados!
genial!!! =)
Eu tb tenho uma ideia: rally em patins. Isso é que era! =P
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