segunda-feira, abril 10, 2006

Dia 27 - Parabéns...

Hoje é um dia bonito... porque este dia em particular, sim, este dia, claro que podia ser outro qualquer, mas não é, é exactamente este dia... meus amigos e caros leitores, este é o dia em que algo muito especial apareceu aos olhos do mundo pela primeira vez, há já uns anos atrás... e não são assim tão poucos quanto isso.... ah... que grande dia é este.
Não, não é o dia do meu aniversário. É outra coisa.

Dentro desta temática, os lutadores de Sumo de uma conhecidíssima província de influência japonesa situada no Nepal decidiram reunir-se para entrarem no livro de Recordes do Guiness, ao fazerem a maior tarte de noz sem colesterol do mundo, usando apenas cascas de banana e livros do Saramago. Quando indagados sobre o porquê da utilização dos livros do escritor luso na execução deste bizarro feito, um deles, de nome estranho demais para mencionar, disse:

- "Why? 'Cause you gotta be 'nuts' to read them!"

Ao que o entrevistador, e também cinto de segurança (o gajo que fica à porta das discotecas de anorécticos) nos tempos livres, pegou no homem, encheu-o de selos e enviou-o para o talho. Que talho? Qualquer um, não interessa.

Mas vamos ao que interessa... ou então não. Hoje vou falar-vos da importância de embalar porta-chaves e peluches de trutas na sociedade contemporânea e a crescente necessidade de fazê-lo com bom hálito.
Enquanto falo, posso ir escrevendo aqui qualquer coisa referente aos aniversários

Os aniversários. Por muitos considerados como "o dia em que se nasceu", e por outros considerado o "dia em que supostamente devemos receber prendas por faltarem menos anos para ficarmos seis pés abaixo de terra", os aniversários são exactamente os dias em que se celebra mais um ano de existência e, por pura coincidência, esses dias coincidem com o dia em que as pessoas nasceram, ou dado evento aconteceu.
Eu podia ficar por aqui, e o mundo podia acabar amanhã, mas é melhor não... ora, qual é a coisa que mais me intriga... bem, não me intriga propriamente, mas já me fez pensar um bocado, há coisa de uns dias atrás... agora que penso nisso... foi durante o OviBeja... aqueles caprinos e bovinos, esses sim, intrigam-me verdadeiramente... Mas retomando e continuando, dentro desta temática dos aniversários, o que me deixa um pouco pensativo são as denominadas "Festas de aniversário".
O que são as festas de aniversário? - perguntam vocês. Ora, não sejam parvos, quem de nós é que nunca esteve numa festa de aniversário? Ao menos na nossa própria. Mas continuando...
Decerto que todos nós já vimos o dia do nosso aniversário aproximar-se, e decidimos festejá-lo com a organização da "festa", por iniciativa própria ou por influência das entidades paternais ou maternais.

As primeiras festas de aniversários são sempre engraçadas, mais de metade dos participantes não chega à mesa na qual estão depositados os típicos aperitivos e snacks, tais como os "bicos-de-pato" com queijo ou fiambre ou uma combinação dos dois, ao que se juntam os croquetes e rissóis, a mousse de chocolate, a gelatina, as garrafas de Vodka (não, estas geralmente não estão na mesa, mas a maioria dos pais e todos aqueles que, de uma forma geral, não se identificam com a postura de vida dos Teletubbies desejavam que lá estivessem pelo menos três por pessoa), e outras coisas que não me apetece referir agora, e os petizes lá passam o tempo na mais bela correria com os chapelinhos coloridos de papel na cabeça, numa azáfama só comparada às migrações periódicas dos perús albinos da Tailândia. E depois lá vem o bolo, decorado com uma ou mais velinhas. Todos comem aquilo e põem-se a andar para casa.

Com o passar do tempo as exigências do aniversariante vão mudando, e lá começam a querer sair de casa, ir ao cinema... (esta é sem dúvida a melhor maneira de um jovem confraternizar com outras jovens do sexo oposto em locais escuros nos primeiros anos da sua adolescência). Ao chegar perto da maioridade, o pré-homem/pré-mulher (ou lá como queiram chamá-lo) começa a pensar em ir às discotecas, ou seja, locais onde está sempre escuro, onde o alto volume da música (ou lá como queiram chamar aquilo) impossibilita a comunicação entre jovens de sexos opostos, o que se revela bastante positivo, e, só para resumir, os jovens conseguem pela primeira vez meter conversa com outras jovens, fruto da existência de um dos maiores desbloqueadores de receios e gatilho da veia "disparatesca" de qualquer um: o álcool.

Só para concluir:
As festas de aniversário são simplesmente a melhor forma de passarmos 3 horas, sendo optimista, sem falar com o aniversariante. Basta circularmos pelo recinto, de preferência de copo na mão, e fazermos conversa com algum dos presentes (de preferência os que estão desembrulhados), e (se possível, claro) com as pessoas que estão lá.
Por momentos pensei em fazer um comentário de índole humorística à música que se canta em todos os aniversários (aquela do "Parabéns a você... nesta data querida..."), mas não é preciso. Basta ouvir a letra... "parabéns a você"? Estamos na festa de alguém que conhecemos, dignamo-nos a comprar-lhe uma prenda, e ainda temos de a tratar por "você"? Se fosse pensionista, até compreendia... mas que raio é que estaríamos a fazer numa festa de aniversário de um pensionista, sabendo que lá o que "bate mais" são os medicamentos para as hemorróidas? E não posso deixar de falar da música dos ingleses. Para facilitar, eles repetem simplesmente a mesma frase várias vezes, num claro sinal de esforço criativo... sem esquecer claro da referência ao nome da pessoa, isso dá sempre jeito.

===Parte lamechas do post===
Todos nós fazemos anos e todos nós envelhecemos, o principal é decidirmos se queremos fazê-lo com um risco na parede, como se estivéssemos na prisão e contássemos os dias que faltam para sairmos de lá, ou se queremos desfrutar cada dia que passamos aqui junto de quem nos diz alguma coisa... com o barrete colorido na cabeça ou não.
===Fim da lamechice===

Para quem faz anos hoje, ou celebra qualquer data importante, tenham um dia feliz, e se o dia não for feliz, procurem as garrafas de vodka na mesa...

Tenham medo. Muito medo.