sexta-feira, setembro 23, 2005

Dia 14 - o diário...

Hoje é um dia especial, passa exactamente um dia do dia de ontem e isso é uma coisa que não se repete todos os dias, não é?
Mas celebrações à parte, hoje sinto a necessidade de partilhar convosco algo que há uns anos me inquieta e que só agora tive coragem de revelar:
Pronto, já está.
Hoje tenho vontade de falar sobre... este blog, acho que já é altura...
Eu podia estar a perder alguma tempo a enumerar coisas que me inquietam, mas cheguei à conclusão, após anos de meditação na província indiana de Nagpur, pensando melhor...pronto... meses... vá lá... dias... ok, eu confesso, minutos, minutos de meditação dentro de uma caixa de cartão canelado enquanto uma girafa vestida de tutu cor-de-rosa cortava fiambre da perna extra ( sabem, aquele tipo de fiambre dos porcos que têm 5 patas) ao som de 50 Cent.... Onde é que eu ia? Ah, após minutos de reflexão, cheguei à conclusão de que não vale a pena enunciar o que me intriga, porque de cada vez que o faço a taxa de suicídios do Iêmen duplica... sim, porque este blog, devido às suas características únicas, é famosíssimo nos países asiáticos e do sul de África. Nestes dois continentes pastores entoam estes textos para abençoar as suas colheitas e para baptizar os seus nascituros. Isto para não referir os xamãs da Amazónia que usam estes textos para fazerem simpatias...

(Mas a Amazónia não fica nem na Ásia nem no Sul de África - indagam vocês - a Amazónia aqui referida não é aquela mega-floresta no Sul da América, mas sim um snack-bar de comida vegetariana cujo proprietário é um aborígene anão que já trabalhou comigo na fábrica de detectores de fumo onde trabalhei durante... deixa ver... mais IVA... 10 minutos, é isso, 10 minutos...)

Muita gente que me vê na rua pergunta-me:
" - Tens horas?", ou então :
" - Já passou o autocarro?" (Esta pergunta é parva, se o autocarro já tivesse passado acham que ainda estaria lá? Enfim...)
Mas aqueles que me conhecem dizem:
" - Então, está tudo?"
Ainda existem uns senhores que me dizem: "Mas afinal, quem são "Eles" que tu tanto referes?"
E aí eu respondo:
- Eles são "Eles", mas também podem ser "Elas", é tudo uma questão de perspectiva.
- Isso de "é uma questão de perspectiva" é um bocado vago... não podias ser mais específico? - perguntam.
- Mais específico... eu... bem, quer dizer...não.

E isto passa-se.

Como hoje não disse nada de útil (para variar), vou terminar com algo de nunca antes visto nos blogs da ACAPO (esta foi mazinha...) Já sabem, sempre que estiverem numa situação constrangedora, recorram a vosso bel-prazer a uma destas tiradas para ouvirem comentários do género: "fooo... este gajo sabe", ou então "Tás bonito, estás!"

- Conselhos sábios do post para qualquer ocasião. (com o devido autor à frente) -
Nota: Ler as seguintes frases ao jeito de Vitor de Sousa para maior impacto...

"Onde fores, aí estarás." - Velho provérbio chinês (Mas porque é que as pessoas insistem que o que vem da China é bom? "Ah e tal, é um provérbio chinês, deixa lá fazer disso o meu modelo de vida...")
"Vais partir naquela estrada, onde um dia chegaste a sorrir... vais deixar, abandonada,essa flor que era amor a florir..." - Clemente (sem comentários...)
"Eu estou aqui.... eu estou aqui... eu estou aqui.... eu estou aqui... eu estou aqui... eu estou aqui..." - Pedro Abrunhosa (genial...)
- Deixaste-me as malas à porta, deixaste um bilhete dizendo-me assim: "Vai-te embora, vai-te embora, que eu já não te quero aqui"... - José Caprino, mais conhecido como "Zé Cabra" (Camões, rói-te de inveja...)


Tenham medo, muito medo...

terça-feira, setembro 13, 2005

Dia 13 - A conspiração da couve

Passei há uns dias pelo Bolhão - um conhecido mercado do Porto e verifiquei uma clara distinção e desigualdade no tratamento de certos vegetais, e sendo eu um paladino da libertação dos oprimidos e fracos, ou simplesmente um tipo com tempo a mais, acho que já é altura de se falar nisto:
A couve. "O que é a couve?" - perguntam vocês.
A couve é uma hortaliça originária da costa do Mediterrâneo e pertence à família das Brássicas, assim como o repolho, os bróculos, a couve-flor e o rabanete.
Existem muitos tipos de couve: couve-flor, couve galega, couve-coração, couve de bruxelas.... e por aí... Ora aí está!
Porque é que a couve de Bruxelas não se chama de "Couve bruxelense" ou porque é que a couve galega não se chama de "Couve da Galiza"? Há claramente uma dualidade de critérios no que diz respeito ao tratamento da couve, e tal situação só pode trazer consequências negativas para o mundo dos vegetais, tubérculos e afins.
Demis Roussos disse numa sua conhecida música, e passo a citar:
"Goodbye my love goodbye, goodbye and au revoir, as long as you remember me, i'll never be too far"
Se descodificarmos, ao jeito de Robert Langdon (pois é, eu também li o "Código Da Vinci") estes versos de um dos artistas mais estranhos do mundo da música, podemos concluir que na verdade isto é nem mais nem menos que uma ode ao mundo da couve.
"Há que sermos directos, há que pôr o dedo na ferida, o mundo da couve está no caos, é necessária uma legislação que traga a ordem no reino vegetal." - foram estas as palavras de uma personalidade importante neste mundo e que "dá cartas" na civilização dos gnus do norte da Suazilândia, civilização essa que é conhecida por jogar damas aos Domingos.
Antes de serem tomadas medidas, é necessário definir o ponto de situação da couve no panorama vegetal português.
A couve sabe a qualquer coisa que ninguém consegue definir, admira-me que um vegetal de tal variedade ainda não tenha dado origem a uma profissão semelhante à do enólogo com os vinhos, ou seja, alguém que definisse de vez qual o sabor da couve, um couvólogo ou coisa parecida.
Os portugueses usam a couve em tudo que é receita típica, poucos são os pratos que não levam uma couve qualquer no meio: ora vejamos: feijoada - couve, Cozido à portuguesa - couve, sopa - couve, Tripas à moda do Porto - couve... é melhor parar por aqui, já estou cansado de escrever a palavra "couve".
Em resumo, a ideia é esta:
A couve é uma invenção de José Cid aquando do seu êxito "Como o macaco gosta de banana". Sim, sim... originalmente a música ia ser chamada de "Como o Demis Roussos gosta de couve de Bruxelas temperada com um ligeiro toque de molho grego" ou simplesmente "ATUM" (considero o atum como o melhor amigo das pessoas que não sabem cozinhar), mas por motivos de burocracia, a coisa ficou-se pelo macaco.
Sempre que me deparo com tal vegetal, pergunto-me se não correrei o risco de me transformar num suricata anão, de uma província esquecida localizada a sul de N'Djamena, capital do Chade. Ou pior... num pensionista....argghhhh!!!


Eu vou só ali cortar os pulsos mas já volto...

Dia 12 - cá vai...

O médico preveniu-me para não o fazer, mas que se lixe, cá vai:

ok, já está.

Ontem deu-me para pegar num jornal para matar uma melga na parede do meu quarto e durante o processo calhei de ler umas coisitas, não deu para ler muito bem mas fez-me pensar:
Em Espanha existe um grupo de senhores e senhoras que trabalham para uma organização de cariz revolucionário denominada de ETA. Este grupo tem como objectivo a independência do País-Basco e esses senhores fazem para o efeito uns ataques denominados de "terroristas", nos quais explodem com carros e outras coisas, ataques esses que resultam em muitas vítimas mortais inocentes.
Isto fez-me pensar:
Se a Espanha tem tantos povos, com dialectos diferentes, e alguns deles explodem com coisas para serem independentes, o que aconteceria se os mirandeses começassem a reivindicar a independência?
"A batalha da Posta à Mirandesa..."

Parece-me bem.

Dia 11- O regresso

"Voltei, voltei, voltei de lá"... é melhor não continuar...
É verdade, estive muito tempo sem dizer nada, até tempo demais, mas a culpa não foi minha... meus amigos, é verdade... Eles apanharam-me....
Lembram-se daquele filme que estreou há uns tempos no cinema, "Guerra dos Mundos", com o Tom Cruise? Não? Ok, não faz mal....
O que se passou foi que "Eles" descobriram que os andava a topar há muito tempo, e, numa iniciativa histórica, fizeram um pacto com a Telepac e conseguiram calar dessa forma "a voz" que os denunciava... pensando bem, se calhar o pessoal da Telepac também tem alguns agentes infiltrados...
Mas pronto, isso agora já passou...
Tenho algumas denúncias para fazer, e é melhor fazê-las rapidamente antes que me calem outra vez...
Hoje vou falar de uma das piores calamidades do Verão: Não, não são os tsunamis, nem os furacões, nem os biquinis de fio-dental (esses não têm nada de calamitoso, mas não ficam bem em todas as tipas...), nem os concertos de Verão, apelidados de "bailes" pelos populares, concertos esses que contam com a participação de artistas como: Toy, Nel Monteiro (o único e felizmente inimitável), Diapasão, Clemente e ... é melhor parar de escrever mais nomes, o meu cérebro corre o risco de se transformar em papa. Mas continuando, não é de nenhuma dessas calamidades que vou falar hoje, vou falar dos condutores portugueses.
Ora, o que é que define ao certo um condutor lusitano, perguntam vocês?
Basicamente é um condutor que nasceu em Portugal.
Começando pelo tablier do carro, podemos denotar logo certas características do condutor luso: O terço enrolado no espelho retrovisor, complementado pela figura de Fátima em baixo. Ao lado podemos reparar numa chapinha de metal que na maior parte das vezes tem a identificação do senhor que conduz o carro. Atrás, junto à chapeleira (aquela tábua atrás dos bancos traseiros, onde geralmente estão as colunas) podemos ver o cachecol do clube futebolístico do condutor, ou então um cachecol da Selecção Nacional, para os indecisos. Mas não ficamos por aqui, ao lado do cachecol, ou até em cima, podemos ver ou aquele canito que abana o pescoço quando o carro se mexe ou um peluche de um gato ou qualquer animal muito peludo.
Eu podia estar aqui a enunciar mais algumas características dos condutores, mas não me apetece.
"Mas qual é o mal de ter o carro decorado com tais apetrechos, oh tu?" perguntam vocês.
Bem, não haveria problema nenhum se o carro não andasse na rua.
Mas porque é que as pessoas insistem em decorar o carro? Será que pensam que o carro vai andar mais ou que vai consumir menos se tiver uns óculos de sol pendurados no espelho? E já agora, qual é a ideia dos autocolantes? Será que pensam que por porem um autocolante a dizer "Turbo", o carro vai ganhar mais cavalos? Em parte têm razão, em vez de terem, digamos, 80 cv, passam a ter 81, se contarem com quem teve a brilhante ideia de transformar o automóvel numa caderneta ambulante.
Mas isto não acaba aqui, eu até poderia conviver com a ideia dos carros decorados e tal e coiso se os carros não fossem conduzidos. O condutor português conduz mal. Basta sair à rua e ver os carros estacionados, há sempre algum espertinho que consegue a proeza de estacionar um Smart de modo a que ocupe o espaço de um autocarro....de lado, claro! E mesmo na estrada, a maior parte dos condutores esquece-se que o seu carro tem "Piscas"! Estão a ver aquelas varas à beira do volante? Aquilo mexe-se, não serve só para pendurar aqueles papelinhos que vos dão quando fazem a revisão!
E qual é a ideia da música aos altos berros? A sério, vocês têm a necessidade de mostrar ao mundo que já não têm tímpanos? Isto para não falar da quantidade de siglas que os carros têm atrás...
"Hey, olhem para mim, estou aqui com cara de mau a conduzir o meu Renault 5 Turbo GTI CSD PPD PCP DSGTLi 7 e 1/2! Que maquinão!" O que é aquilo, é o nome de quem produziu o carro?

Enfim, as pessoas de nacionalidade portuguesa que conduzem os veículos (já estou farto de escrever a palavra "condutores") conduzem de uma forma semelhante aos rituais de acasalamento dos perús albinos da Suazilândia, cuja capital é Mbabane.

Este problema todo do preço dos combustíveis não é por causa da guerra nem por causa dos árabes, nem sequer por causa do crescimento de 0,75% no PIB do Tajiquistão (capital Duchanbe). Isto foi uma manobra levada a cabo por Eles para ver se os maus condutores abandonam as estradas... pois é, Eles nem sempre fazem coisas más...

Para acabar, vou fazer uma coisa inédita neste blog, nunca antes vista, vou acabar este repto com uma das piadas mais secas de que há memória, eu sei, é arriscado, mas cá vai:
- Querem acabar com os acidentes nas estradas portuguesas?
- Não? Ok, mas façam de contam que sim...
- Se querem acabar com todos os problemas nas estradas portuguesas coloquem 2 argolas de ouro, não mais, presas ao volante dos carros.
- Porquê? - perguntam vocês.
(Vem aí a punchline, preparem-se....)
- Ora, porque toda a gente sabe que o ouro é um dos melhores condutores do mundo.



-pausa para suicídios em massa....-


Ainda estão aí?

Tenham medo... muito medo...