quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Dia 66 - vá lá...

Rêve d'Hiver

"Levantei-me, vesti o pijama e fui para a cama. Quando acordei, o dia tinha a Lua e o Sol tomava café com a Ursa Maior. Matei o ponteiro dos segundos para lhe dar descanso e a almofada transfigurou-se em trepadeiras de cetim. Choveu, subi até chegar às nuvens. Um gigante abraçou-me e devolveu-me a galinha, mas tive pena e sentei-me no arco-íris, de onde podia ver a careca ao duende. Ele não gostou e afogou-me em leite magro com chocolate. Chegaram os bombeiros e a senectude foi-se. Fiquei sozinho, novo e molhado. Mais um dia. Igual aos outros.

Fui lavar os dentes e o espelho roubou-me a escova.

-'Falamos depois, estou atrasado.'

O sobretudo salta-me para as costas. Apanho boleia nas asas da Pressa e voo, escadas abaixo e rua acima, aterro à porta do gabinete.

Um forte aroma a flores toma de assalto as minhas narinas. É estranho, a Primavera só chega daqui a uns tempos. Mas a loira não. Com cabelos compridos a cobrirem metade das costas da cadeira, recebe-me às prestações com o olhar reflectido no espelho de bolso. Compõe a maquilhagem como se não precisasse.

'A porta estava aberta...'

Como o óbvio não merece resposta, fiz-me convidado e entrei. Na mesa, uma caneca de café a fumegar e o jornal do dia. Não a conheço mas já estou a gostar.

-'A que devo tão agradável intrusão? Ou melhor, o que a trouxe aqui?'

'O metro. Mas não é altura para piadas, tenho um problema grave.'

Entre dois goles de café contou-me o que se passava: Estava a ser seguida por vendedores de enciclopédias e por um gago com problemas de identidade. A perseguição chegara a níveis absurdos: Ao longo de três semanas recebera guardanapos sujos com as capitais da América do Sul, sem descartar os respectivos indicativos telefónicos.

-'É um caso complicado. Vou ver o que posso fazer.'

'Obrigado. Pode contactar-me através deste número.' - um papel dobrado emigrou clandestinamente para dentro das fronteiras do meu campo visual. Quando ergui os olhos para a porta, estava sozinho. Finalmente.

Não quis que ela soubesse que o caso era de resolução fácil. Bastava um telefonema para as pessoas certas. Não me lixem! A renda não se paga sozinha e além disso o meu Ego precisava de um petisco.

43 minutos depois, caso encerrado. O gago é agora atirador desportivo dos números do Bingo e os outros converteram-se à Iliteracia.

Com o sentimento de dever cumprido, recostei-me na cadeira a ouvir a brisa de fim de tarde... e perdurava o aroma.

Amélie..."

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Dia 65 - o lado "noir"

10 graus abaixo da linha d'água.

"Acordei com um piano de cauda em cima da cabeça, preso no Dó maior. Não foi do álcool, abandonei-o há dias que parecem anos. Tudo me deprime, o cinzento do dia está mais carregado, os miúdos pisam-me os calos do subconsciente quando correm para ir para a escola, as folhas caem das árvores em contra-mão, tudo me grita 'tira férias de Hoje, volta amanhã!'. Até a ironia me abandonou.

Um puto sardento aborda-me com o jornal e um 'Bom dia' que me leva a socá-lo com a psique, mas tenho a misericórdia que o Mike não teve - poupo-lhe a orelha, e vou mudo, de jornal na mão. Para o sítio de sempre. Se ele me quiser e não tiver fugido durante a noite.

Subo as escadas como se escalasse o Evereste. As chaves estão frias e aceitam a custo a entrada na fechadura. A porta range, tenho um quadro torto na parede. Perfeito.

Tive visitas. A janela está partida, os armários estão abertos, já não tenho café e alguém fez o sudoku de ontem. Como qualquer ladrão que se digne, fez o favor de espalhar todos os ficheiros no chão e pintar na parede "Não fui eu". Antes de olhar para o telefone, oiço ao longe o canto da sereia dos senhores de azul.

Sentei-me na cadeira a apreciar o cenário. Devia ter trazido pipocas.

'E então, o que se passou aqui?'

-'Saldos. Mas já chega atrasado.'

'Tens noção de quem possa ter feito isto?'

-'Quem anda no ramo arrisca-se a ficar feito em palitos. Mas quem é que vos chamou?'

'Por acaso ninguém, vinha falar contigo sobre um caso. Tens café?'

-'Na loja.'

'Optimo, vou mandar o miúdo novo.'

Saí pela janela e sentei-me nas escadas de incêndio enquanto os agentes tiravam fotografias ao escritório. Ao longe as gaivotas desenhavam linhas irregulares no horizonte. Em baixo os carros passavam, quais formigas indiferentes à estagnação do mundo, com rumos diferentes mas destino igual. A voz rouca do Comissário interrompeu-me a divagação.

'Queres apresentar queixa?'

-'Ao Karma, por agressão.'

'Tens inimigos demais, um dia...'

-'Devia conhecer os meus amigos. Esses sim, são perigosos.'

'Pois. São imaginários.'

-'Nada é mais perigoso que uma mente inquieta.'

'Essa frase é tua?'

-'É do Universo. Eu só juntei as letras.'

O silêncio imperou durante largos minutos até o café chegar. E então ele disparou:

'Preciso da tua ajuda.'

-'Amanhã falamos. Hoje é um dia com defeito, sem direito a troca.'

'Como todos os outros... até amanhã"

Contei os segundos até o Sol se esconder.




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... Negro.

Como hoje"

sábado, fevereiro 14, 2009

Dia 64 - enquanto não tenho nome para isto...

E a saga continua...

To be or not Tobias.

"Acordo com 22 badaladas. Dói-me a cabeça e não sei onde estou. Amarraram-me a uma cadeira de vime. No canto um macaco vestido de Charlot toca violino.

Como é que vim aqui parar? A última coisa de que me lembro é estar sentado à mesa, a jogar poker com os cães do Coolidge. O boxer tinha um ás escondido na bochecha, mas apesar da batota, já tinha do meu lado 3 coleiras e a hipoteca da casota do mais pequeno.

Os momentos seguintes são folhas soltas no arquivo do esquecimento. Só sei que agora estou neste cubículo húmido com cheiro a peixe, preso e despojado de roupas. A única luz vem de um pequeno vidro no canto.

'Devias ter ouvido o aviso.'

-'Não falo com vozes que vêm da parede'

'Vá lá.'

-'...'

'Oh anda... já tinha coisas preparadas para dizer.'

-'Ok, desta vez pode ser. Diz.'

'Boa! Cá vai... (ahem!) tu e a tua mania de atrapalhar a minha vida! Sempre intrometido nos meus assuntos, a prender os meus homens, a dormir com as minhas mulheres...'

-'A culpa não é minha. Onde é que arranjaste o macaco?'

'Nos pacotes dos flocos. Enviei dois códigos de barras e escrevi uma frase sobre o Verão. Preferia a flauta de pã eléctrica.'

-'Estou a ver.'

'Mas isso agora não interessa. É a última vez que me incomodas! Vais ficar aí para sempre! Devias ter fugido enquanto tiveste oportunidade...'

-'Mas deste-me 5 dias.'

'Hmmm... pois dei, não me tinha lembrado disso. Mas mudei de ideias e agora apanhei-te! Toma!'

-'Deixa-me adivinhar... e agora a cidade vai ser toda tua, e depois da cidade, o mundo?'

'Não! Quer dizer, se calhar sim, ainda não pensei muito nisso. Mas agora vais morrer!! Ha ha ha ha ha!''

-'Não, não vou.'

'Porquê? Claro que vais!!'

-'Não. E pára de berrar que me dói a cabeça.'

'Desculpa.'

-'Não penses mais nisso. Olha, a conversa não está má, mas tenho frio, por isso vou andando, está bem?'

'Já te esqueceste que estás amarrado à cadeira?'

-'Sim, mas é uma cadeira niilista, logo... não existe.'

'Isso não faz sentido!! Isso é uma cadeira normal!'

-'É a tua opinião.'

Encontrei a porta e saí. O macaco trepou para o meu ombro e começou a tocar Bach.

-'Espero que tenhas dinheiro para o táxi.'

Está um dia mau para se passear nu."

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Dia 63 - e dura, e dura...

(Gosto disto. Acho que vou continuar...)

Migalha de pretérito (quase) perfeito.

"Acordei ontem com o amanhã debaixo da língua. 'Estás gordo' - diz-me o Ego ao espelho. Concordo com ele, mas só hoje. Não tenho paciência para discutir, principalmente quando o meu interlocutor tem este aspecto. Descalço os chinelos, visto o sobretudo e saio.

Devia aprender a conduzir. Dez anos passados, ainda não sei o que fazem todas estas varetas ao lado do volante. Enquanto o carro andar e o rádio se calar quando quero pensar mais alto, tudo bem.

Estacionei numa vala e atirei as chaves ao primeiro desgraçado que por mim passou: "Descansa puto, pior do que está não fica. Vai passear mas não o leves à bola, não quero relva nos tapetes."

Passam duas horas de muito tarde quando chego ao gabinete. "Aposto que não vem ninguém" - digo para os meus botões. Só me responde o das calças, mas não tinha dinheiro nos bolsos suficiente para me convencer. A sabedoria dos botões é insondável. Segundos passados, a porta queixa-se. Tenho visitas.

'Tenho uma proposta a fazer-lhe'

-'Guarde as balas, não falo com estranhos'

'Ainda segues os conselhos dos velhotes? Já não és uma criança...'

A voz pareceu-me familiar. Ergui os olhos do jornal e encontrei um vulto encimado por um fedora - estes chapéus têm o seu quê, um dia alugo um a um manco - não via o rosto, mas a voz...

Aproximou-se com passos largos e imponentes. Não tenho medo, se me matar já não pago o aluguer nem a conta das aulas de macramé. Sentou-se na cadeira como se fosse o dono - se calhar é daí que o conheço - sacou de um cigarro, acendeu-o e deitou-o fora (ao menos poupa os pulmões). Tossiu duas vezes e disse:

'Ainda não sabes quem sou? Esperava mais de ti.'

-'Fazes bem em esperar sentado. E a proposta?'

'Sai da cidade. Aqui sobras.'

Não acreditava nisto, já tinha ouvido falar de ultimatos nas aulas de história, e repetia incessantemente ao espelho "Esta cidade é pequena demais para nós dois" quando era miúdo, armado de uma banana, a la Clint nos western spaghetti, mas este simpático troglodita redefiniu o género.

-'Vou pensar no teu caso. A porta é ali, caso já te tenhas esquecido. A idade tem destas coisas. Já agora, hoje o dia está mau para sagitários. Manda cumprimentos meus ao teu chihuahua, está bem?'

Um riso trocista entremeado a resmungo foi o melhor que ele conseguiu dar como resposta.

'Tens 5 dias.'

Quando cheguei às tiras de BD a porta fechou-se. Na mesa estava um cartão. Deve ter-se esquecido dele. Mas tinha o canto dobrado, era para mim. No pequeno rectângulo, um nome:

TOBIAS

O patife! Oh injúria, oh ignomínia, oh opróbrio! Pensava que, depois das 03:15h de 22 de Maio de 73, ele já não existisse.

Daqui a 5 dias recebo-te com tudo aquilo que mereces. E desta vez não me esqueço dos balões nem da tarte de maçã.

Onde raio estão os meus sapatos?"

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Dia 62 - cá vai...

(Não faço ideia de como numerar estes novos episódios, mas para já fica assim. Aceitam-se sugestões)

Um dia de Inverno

"Nevava na bola de neve da minha mesinha de cabeceira. Já tinha visto tantas vezes Paris que achei por bem comprar um texugo. Ele não quis sair de lá, teve medo de abandonar a baguette com quem partilhava um bolso para dois com vista para os Élysées, por isso deu-me este pequeno souvenir, que nevava quando eu queria. Se S.Pedro soubesse processava-me.

Acordei porque estava frio e doíam-me os pés, descobertos há 30 anos no mesmo sítio onde o tempo me achou. O cheiro a tabaco e a whisky habitavam o meu guarda-roupa. "Deve ter sido do encontrão que o chapeleiro me deu ontem quando ia para o ténis." - pensei. Mas não havia tempo a perder com lamúrias, era hora de voltar ao quartel-general da minha solidão.

Despedi-me de casa sem deixar um bilhete - ela sabia que voltaria - e fui para o meu escritório, abraçado ao sobretudo. Dois "olás", um "desculpe" e sete "com licenças" depois, estava sozinho.
Abri o jornal de Setembro para saber do basebol. "Não é desta que percebo as regras", deitei-o fora. Ao canto, o velho vinil do "Sammy" repetia insistentemente a mesma música. Pelo menos era isso que o vizinho dizia. Nunca gostei dele, por isso não liguei.

Ela bateu à porta.

Duas vezes.

Três.

Quatro.

A porta, masoquista, devolveu-lhe os afectos até a porteira os separar.

'É a terceira vez esta semana, rais' parta! A senhora, quer falar com o senhor?'

O gemido parecia confirmar-lhe as suspeitas.

Negra como um trovão em noites de platina, inundou com a sua sombra o deserto dos meus sonhos.

-'Que queres?'

'...'

-'Se as respostas não estão contigo, a saída espera-te.'

'Não te lembras de mim?'

-'O filho não é meu.'

'Não é isso, olha bem para mim!'

-'O vermelho fica-te bem, mas prefiro o preto e branco. É mais variado'.

'Isto é fucsia'

-'Fuc...U2'

'Eu até gosto deles, mas deixemo-nos de conversa...'

-'Muito bem. Adeus'

Antes de regressar aos quadrados do sudoku um sapato atingiu-me as têmporas e derrubou os 5 e os 3. Facilitou o jogo, mas a concentração já era. É por isso que não bebo água.

-'Calço o 42, mas obrigado na mesma. Podes mandar o outro?'

Por uma questão de respeito, prefiro omitir a panóplia de palavras meigas com que fui baptizado. No reino da verborreia, ela seria Rainha. Eu seria o cavaleiro que saiu 15 anos antes, para comprar tabaco.

Três horas depois, calou-se, respirou fundo e contou-me o que se passara. Nove palhaços roubaram-lhe os trinta gatos e fugiram num micro-Carocha laranja, pouco maior que o seu congénere de linhas. Deixaram-lhe apenas o mais feio, por este se recusar a ir na mala.

Apontei o caso na agenda, liguei aos palhaços e disse-lhes para devolverem os felinos e não deixarem o meu contacto em casa das pessoas que assaltam. O funâmbulo concordou.

Lágrimas de ternura eram evidentes no seu rosto de ébano quando me ouviu terminar a conversa. Deu-me a mão direita e eu devolvi-lhe o sapato.

"-Dedica-te aos bonsai. São mais fiéis."

"Não percebo japonês"

-'Compra um com legendas. Ou radicado aqui'.

Há dias em que devia ficar na cama e tapar os pés."

domingo, fevereiro 08, 2009

Dia 61 - Fazendo desligado

Tenho pensado muito (o que é perigoso) em continuar com as aventuras do detective que vos apresentei no dia 56. Acho que tem potencial para ser alguma coisa.

Posso vir a enganar-me (leia-se "De certeza que não vai ser nada de especial"), claro, mas não custa nada tentar. E como sou um benemérito e um idiota que começa frases com "e", quero que me acompanhem no processo de criação do coisinho, porque acho que já perceberam que não faço a mínima ideia de onde me vai levar este texto e como tenho medo, preciso de companhia, por isso vá lá, digam que sim, ou melhor, continuem a andar com os olhinhos para a frente e façam de conta que eu sou um tipo simpático que, apesar de não ter ainda um ponto final decente para acabar esta frase que já deveria ter acabado, só por começar por "e", e ainda por cima por abusar da vírgula só para poder respirar, o que é um desperdício de oxigénio, diga-se de passagem, porque são os dedos que escrevem e esses não se queixam quando estão debaixo de água, apesar de ficarem um bocado enrugados, mas as rugas acontecem a toda a gente, é da idade, e do colagénio que não está lá, enfim, são coisas da vida, por isso vamos seguir em frente e pensar em coisas positivas, como cãezinhos bebés e pandas . <--- tardio mas necessário


"Making of" - Ui, o que isto já vendeu só de ter um "making of". Projecto que é projecto tem de ter um "making of" para ser credível. Seria tremendamente espectacular se as mães, ao invés de mostrarem as nossas fotos de bebé quando levamos alguma amiga a casa, mostrassem o nosso "making of". Como não tenho dinheiro para pagar a terapia necessária para curar este pensamento, vou mudar de assunto.

Vamos lá ao que interessa.

Ponto 1 - Que nome dar ao tipo? - Eu até vos pedia para darem sugestões, mas quase ninguém comenta neste estaminé por isso não seria muito eficaz.

Pronto, não fiquem tristes, foi sem querer, já passou. É um desabafo, tenho dias assim, não levem a mal...

Eu sei, também gosto de vocês, os que não comentam. Menos de ti, claro. E de ti, até já gostei mais...

Vá, damos um abraço e fazemos as pazes?

Pronto... deixa lá...


(Palmadinha nas costas.)

Parecendo que não, o nome do protagonista é uma coisa importante. Ás vezes não, outras vezes sim, depende, não é? É como em tudo... Mas convém que o tipo tenha um nome. Já sei, para já faço a primeira história sem ter referências directas ao nome do tipo, e se entretanto tiver uma ideia catita ou alguém a sugerir na zona indicada, eu baptizo o detective e está feito, não se pensa mais nisto.

Ponto 2 - Vilões?
Ter um arqui-inimigo é a pasta de dentes da escova da vida. Vá lá, pelo menos para uma personagem de ficção tem de existir alguém contra qual - e porque não para quem, numa inesperada mudança dos acontecimentos - o senhor trabalhará. A questão maior é se será apenas um, ou vários, que vão dando o seu contributo para animar o dia do senhor. É um conceito a pensar, depois vê-se.

Ponto 3 - Companheiros/Amigos/Assalariados que aparecem
Os detectives são geralmente personagens solitárias, mas dá jeito ter alguém diferente por perto, para quiçá acrescentar uma perspectiva diferente dos acontecimentos, ou então para morrerem em vez do herói, como acontece com os amigos do Jack Bauer no 24 (se ele diz: "Cover me" - Já foste.).

Ponto 4 - Mulher/Paixão/Etc que chateia
Neste tipo de histórias, é comum a presença da femme fatale. A questão é semelhante à dos vilões, ou seja, será melhor ter uma ou várias, tipo Bond girls?

Ponto 5 - Características do protagonista
Como isto é feito de improviso, acho melhor mostrar as características do tipo à medida que me dão jeito. Só espero não ser incoerente e pô-lo a dançar as sevilhanas após afirmar que ele não costuma usar cachecol.

Ponto 6 - Por onde começar?
Esta parte é a que, na minha opinião, interessa mais. E creio que a resposta não está em nenhuma planificação em concreto. Já que estamos nesta cena juntos vou ser sincero; sempre que penso em cumprir algo à risca, no que diz respeito a esta coisa da escrita, não consigo fazer algo que me deixe completamente satisfeito. Parece que custa mais, por isso não vou por uma trela na imaginação. Escrevo agora, corrijo-me depois.

Conto com vocês para me ajudarem nisto e dou-vos a minha palavra que se isto se transformar num êxito intergaláctico, na onda do pão de forma ou das molas da roupa, terão um agradecimento só para vocês e uma cópia autografada por moi, seguida de uma massagem nas costas.

Uma última palavra para quem só chegou agora --> urdidura.