terça-feira, janeiro 30, 2007

Dia 36 - Pêlo

Embora o título possa auspiciar que vá abordar algo de estranho ou até bizarro (qual é a novidade?), eu não vou falar de pêlos... e é muito provável que este post seja um dos mais pequenos de sempre... ou se calhar, vá lá, não.

Antes de escrever mais alguma coisa, quero apenas ressalvar que não tenho nada contra as tendências da moda no geral (no particular até tenho, mas isso fica para a próxima), porque isso implicaria que eu tivesse algum interesse nas tendências da Moda. Feita a ressalva, vamos ao que (não) interessa:

Hoje, para variar, vou começar o "debitar de cenas disparatadas", aka , texto, com uma questão. Mas a parte engraçada é que esta questão não vai acabar da forma típica, ou seja, com um ponto de interrogação. Esta questão vai terminar com um ponto qualquer, a ser inserido por cada um de vocês, caros leitores (embora alguns até sejam baratinhos) a seu bel-prazer....

===Introdução à pergunta especial (ou seja, com molho de francesinha e batatas fritas) - ignorar o conteúdo entre parêntesis se morar abaixo do rio Mondego - .===

Decerto já terão reparado nas botas que as raparigas de tenra idade usam hoje em dia... aquelas botas coloridas com pêlos sintéticos. E não falo só de botas, também existem casacos e toda a outra parafernália de acessórios que as senhoras teimam em usar...

===Fim da introdução supra-citada===

- Por acaso vocês sabem quantos peluches faleceram para vocês poderem usar essas cenas ("?" - este ponto é apenas uma sugestão, ouvi dizer que as reticências também ficam bem.)

Segundo dados fornecidos por fontes que, porventura, sabem coisas e têm, de facto, acesso a informação relativamente relevante de uma forma especificamente geral e, de certa forma, coerente com aspectos cognitivos no que diz respeito à sua relação argumento/conteúdo e não sei quê... existe um registo de autênticos campos de concentração de peluches, peluches esses que são oriundos daquelas máquinas estúpidas em que se mete uma moeda e depois se "pesca" o dito com um gancho, e chegam a ser sacrificados os pobres coitados que, possivelmente, têm opiniões algo desfavoráveis sobre a problemática da questão do chocolate quente e a directa necessidade de este ser acompanhado de marshmallows...

E não é preciso procurar muito, até porque para procurar é necessário ter a vontade e mesmo até "perder", de facto, alguma coisa.... mas continuando, basta reparar no olhar triste da bota de pêlo, na face caída do aplique no casaco... Senhoras, meninas e até meninos de tendências duvidosas, é mesmo necessário fazermos os nossos companheiros de infância passarem pelo doloroso processo de - atenção, inserção de palavra nova no panorama da Língua portuguesa - "Roupificação"? A quem podem estes pequenos seres de polyester e algodão recorrer? Os animais têm a Sociedade Protectora dos Animais e aquelas organizações ambientalistas que atacam o pessoal que usa casacos de pêlo com baldes de tinta e não sei quê... e os peluches? Quem é que os defende? Os animais sempre têm a sorte de se poderem reproduzir, mas os peluches não... se ninguém lhes dá a mão (ou lhes cose uma), eles estão perdidos.

Por isso, face a esta calamidade, lanço aqui o repto, provocação ou desafio (vocês escolhem):

- Vamos salvar o peluche! -

Gentes deste país e pessoas de Portugal também, vamos responder de uma forma directa e eficaz a esta ameaça. Sempre que visualisarmos alguém que ostente, e que apresente até, roupas e acessórios resultantes da chacina dos nossos pequenos e gentis amigos de infância, corramos na sua direcção e, sem mais demoras, colemos-lhe na cara ou na respectiva peça de vestuário - o que estiver mais distante - um papel a dizer "ATUM". Os resultados desse acto são evidentes... estudos científicos feitos por cientistas provam que tal palavra, quando bem aplicada, suscita no seu portador um pensamento de cariz humanístico e "peluchístico", que o leva a fazer coisas...

É bem provável que ao fazermos isto, aconteça uma de duas coisas:

Ou fazemos algo muito parvo e levamos com a carteira da pessoa na cabeça e perdemos os sentidos ou então fazemos algo de elevada "Parvicidade" (não liguem, hoje apeteceu-me inventar palavras) e conseguimos fugir antes de levarmos com a carteira da pessoa na cabeça...

E pronto, não tenho mais nada a dizer...




Peluches, aguentem a pressão. Vamos arrancar a etiqueta da Opressão...




"etiqueta da opressão"... sempre me apeteceu usar uma metáfora destas...




Dá pinta à "coisa".




Seja ela qual for.



E rima.



Embora a rima entre "Opressão" e "pressão" não seja das melhores...




Mas até nem fica mal.




Tenham medo. Muito medo....

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Dia 35 - e o vencedor é...

Ano Novo. Vida Nova. Enquanto espero que esta expressão faça algum sentido em concreto, vou debitar aqui algumas palavras...
Se olharem para o título (O quê? Aquelas palavras com letra grande no princípio do texto?) já terão uma pequena noção do que vou escrever hoje. E neste momento seria de esperar que dissesse, ou melhor, escrevesse, algo do género "Pois é, por isso, vou falar de Espinafres.", mas não, vou mesmo falar de prémios... embora a questão do Espinafre no geral tenha muita influência em toda a sociedade no particular (ou noutro sítio qualquer).
Pois bem, comecemos então.
O dicionário define "Prémio" como: "recompensa; galardão; remuneração; distinção conferida a quem se torna notado por trabalhos ou méritos; ágio; prestação que o segurado efectua em favor da companhia seguradora como contrapartida do direito de indemnização." E isto até pode ser muito interessante e tal, mas o que interessa mesmo é o que eu quero dizer.
A noção de prémio está associada a algo de positivo, geralmente algo que é alcançado através do esforço pessoal ou então através de uma grande dose de sorte... ou uma mistura dos dois.
E porque é que as pessoas ficam tão tolas com os prémios? Mesmo aqueles menos sérios e, vá lá, apoucados de juízo ou entendimento, levam a que o indivíduo visado fique todo eufórico e a julgar que o Mundo é dele."Hey, ganhei o primeiro prémio da competição de apertar os cordões dos sapatos (ou atacadores, para os leitores - um número máximo de 2, ou quiçá, 3 - que vivem a Sul do Douro) de olhos vendados!" (não confundir com "vendidos", aí é um pouco mais complicado e, em vez de apertarem os cordões dos sapatos, fazem macramé).

Ok, e agora? O que estão à espera?

Obviamente esta aparente "euforia" está ligada à noção de se ganhar algo, ou seja, de alcançar o topo numa competição. E o que leva o Ser Humano a competir? Provavelmente pessoas de diferentes áreas de estudo são capazes de apresentar argumentos também diferentes, desde os argumentos dos adeptos do evolucionismo - "Porque a sobrevivência do mais forte e não sei quê... e tal.", os argumentos dos tipos que abordam a vida de uma forma prática, e desleixada ao mesmo tempo - "É fixe competir porque se ganhares ficas com uma taça costumizada que dá para pôr os cereais do pequeno almoço, e que também dá para beber", aos argumentos decorrentos do simples "Gajismo" - "Oh pá, porque se ganhares já tens uma boa frase de engate para as gajas!"
Eu acho que as pessoas competem porque não têm mais nada para fazer. "Mas, 'Oh TU!', não estarás a ser um pouco redutor, ou mesmo parcial, na tua análise? É que a competição não se limita àquela que vemos nos eventos desportivos. Repara que na vida profissional, e mesmo na amadora (ou Buraca, ou Odivelas, por aí - piada dedicada aos três leitores de abaixo do Douro), as pessoas competem." - dirão vocês. E eu respondo:

Sim.

Mas voltando ao assunto, ou à "Vaca Fria" (vocês escolhem): os prémios.
Quando falamos de prémios, para além da directamente associada noção de competição, existe ainda a questão dos concursos e eventos que, de uma forma geral, possibilitam ao seu participante a obtenção do referido "prémio" (Não liguem à eventual formalidade excessiva das palavras, saí há pouco de um exame de Direito). E há concursos de tudo e de mais alguma coisa. Neste caso vou falar apenas dos concursos "de mais alguma coisa". Não me interpretem mal, eu até acho que alguns fazem um certo sentido, nomeadamente os concursos públicos a empregos ou até a empreitadas. Ah, e também aprecio e valorizo aqueles em que se acaba por ajudar terceiros, tendo como principal incentivo a noção de que não vivemos todos nas mesmas condições (Frase de pendor solidário colocada de acordo com as normas de "posts social e politicamente correctos"). Mas se me pedirem a opinião sobre aqueles concursos em que se testa a ver quem come mais cachorros-quentes, ou aquele dos "gémeos mais gémeos", ou até mesmo aquele em que se atira um QUEIJO por uma colina abaixo para ver quem é o triste que cai mais rápido para ficar com ele... Bem, se me pedirem com jeitinho... eu digo que são - PARVOS! (se me pedirem de outra forma, também direi algo parecido com isso)

Dentro de toda esta temática dos concursos, existe um em particular que gostaria de referir:
Os concursos de beleza. É mais que claro que os caros leitores já viram algum, mas caso só tenham entrado no post agora, ou caso vivam em Plutão (o planeta Anão - não confundir com o planeta As"sim", esse é outro) é escolhida, de entre um número relativamente grande de mulheres que são, de facto, abonadas pela Mãe Natureza (ou não fosse ela uma Mulher) , a mais bonita, a mais fotogénica, a mais simpática, e outras "mais qualquer coisa".
É certo que uma cara bonita é mais agradável à vista, mas fará sentido recompensarem-se de forma avultada as pessoas que nasceram com determinadas características mais afectas aos gostos da população em geral? Os outros concursos até fazem um certo sentido, quando comparados com este, porque envolvem algum esforço, mas sejamos sinceros: Quem nasce feio, por muito que tente, dificilmente ganhará um concurso destes, a não ser que se renda às tendências "plásticas" de hoje em dia e passe por um processo moroso e custoso de "obras corporais" que, muitas das vezes desvirtuam a verdadeira essência da pessoa (Nem pensem em começar com aquele discurso do "Ah, mas a cirurgia plástica melhora a auto-confiança e a qualidade de vida da pessoa, porque passa a gostar mais do que vê quando se olha ao espelho". Querem a minha opinião sincera? Muitas vezes olhamo-nos mais com os "olhos" dos outros do que com os nossos. Mas cada um deve fazer aquilo que muito bem entender) . Ok, envolve um certo "esforço" manter o corpo tratado, tratar do cabelo e não-sei-quê, mas se duas pessoas em condições iguais fizerem o mesmo, ganha a que for, à partida, mais "bonita".

E no final , o que temos? Um concurso em que se premeiam as qualidades derivadas do código genético da pessoa, aliadas ao contexto social e situacional e aos padrões de beleza de "juízes" humanos, e logo, cheios de falhas e vícios, como qualquer um de nós. Temos então o "imperfeito" à procura do "perfeito". E por muito subjectiva que seja a noção de beleza, existem critérios-base. Mas sobre os critérios não vou falar, porque, sinceramente, não me apetece... mas estejam à vontade de os "googlar", caso não tenham opinião.

Resumindo e concluindo, o Ser Humano tem cravado na sua essência a necessidade de competir por algo. Na inexistência de ameaças directas à sua sobrevivência, desenvolveu os concursos. E nos concursos surgem algumas manifestações com sentido, e outras notoriamente...

parvas.


Agora estejam à vontade para escolher...






Mas a minha iguana é bonita.




Tenham medo. Muito medo...