sábado, agosto 08, 2009

Dia 70 - Da gripe e outras considerações.

Olá meus caros, como vai isso? Por aqui vai-se andando, sabem como é. Nunca pior. É como dizem, "desde que haja saúde". Pois... é isto.

Mudando de assunto, há uns minutos atrás encontrava-me deitado no sofá a ouvir um programa de jazz na televisão, quando um pensamento chocou contra mim sem meiguice, qual idoso em contra-mão na auto-estrada, e causou danos, entre os quais a vontade de partilhar algumas algaraviadas (palavra que se ajusta, porque é Verão) sobre a actualidade.

Vamos a isto, pois.

Hoje quero falar sobre a gripe. Anda tudo maluco com a gripe. Não é de admirar, é uma doença chata como o camandro que todos os anos se arranja com um penduricalho diferente para nos tramar a vida.

Apesar de tudo, eu acho que a gripe não tem culpa.
Se pensarmos bem nisto, não nutrimos grande afeição pela gripe: ora a chamamos de gripe comum, ou então é gripe aviária, agora está na moda a gripe suína ou gripe A. Resumindo (porque de momento não me recordo de mais tipos de gripe), não nos faltam títulos para a gripe, e, convenhamos, não são os mais dignos. É certo que o indíviduo afectado pelo vírus da gripe não tem, usualmente, um bom aspecto, mas daí a associarmos o caro vírus a porcos, pássaros e à primeira letra do alfabeto não é uma coisa bonita de se fazer, não senhor.

Antes que os experts na matéria se insurjam contra mim com frases do género "mas esse nome é derivado dos animais onde pela primeira vez se manifestou esta variante do vírus" ou "meu grande idiota, é assim porque foram esses bichos que passaram a doença aos homens, a não ser que o artigo que li no jornal de ontem esteja errado e o Badaró não tenha ido para a Lua com o Armstrong e o Batatinha", eu digo: Está bem, é a vossa opinião.

Mas já agora, sabem de onde se suspeita ser oriundo o vírus do HIV (VIH em português), aka SIDA? Dos "macacos verdes" africanos. E esta terrível doença que infelizmente ainda não tem cura, algo que espero sinceramente que venha a ser descoberto e salve os milhões de seres humanos afectados (momento Madre Teresa), é simplesmente chamada de SIDA. Nada de SIDA símia, portanto.

Há igualdade?
Não senhor.

E depois chegam as queixas: todos os anos há uma gripe nova, rais partam o mutável vírus. Querem saber o que eu acho?(Não) Na verdade o vírus Influenza quer apenas o nosso respeito. Ele não quer acabar num lenço de papel amarrotado no bolso das calças. Ele não deseja para ninguém ser expelido de um nariz na companhia de caloroso muco. Caso encontrasse um génio da lâmpada no seu caminho, tenho fortes suspeitas que o seu desejo não seria uma permanente transmissão de mão em mão de forma incauta e promíscua como as outras maleitas ordinárias.
E muito menos merece que, depois de lhe ser feito tudo isto, tenhamos ainda a audácia de lhe chamar nomes.

No entanto, ele persiste. Com sucesso. Digam lá quantos vírus conhecem que levem tanta gente de tamanhos, cores e sexos diferentes para a cama? E ao mesmo tempo?

De notar que não lhe desejo um nome bonito, porque também já me estragou noites que seriam bem mais agradáveis sem a sua presença. Só acho que, se o apreço mútuo é uma das chaves para a evolução humana, porque não começar por uma estrutura proteica?

Para mim és apenas uma; A GRIPE.

Tenham medo. Muito medo.

P.S.: Hoje o grande Steven Tyler caiu do palco enquanto actuava. Ao que parece não é nada de grave, mas para evitar sustos no futuro aconselho-o o álbum de 1993 - Get a Grip.

Desde que não seja a A. (trocadilho mau...)

1 comentário:

Mike Davies disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.